Eleições na Grécia: um país no fio da navalha

As eleições na Grécia, em 17 de junho, irão definir o rumo do país: sair do euro ou permanecer no euro. As pesquisas indicam uma disputa muito apertada entre a Nova Democracia e o Syriza. O partido vencedor tem direito ao bônus de 50 cadeiras, pois a proporcionalidade de votos é sobre 250 cadeiras e não sobre o total de 300 cadeiras. Os partidos que superam a cláusula de barreira de 3% de votos têm direito a representação parlamentar. A coalizão parlamentar com apoio da maioria absoluta (151 cadeiras do total de 300 cadeiras) indica o primeiro-ministro que forma o governo.

Nas eleições de 6 de maio, sete partidos conseguiram superar a cláusula de barreira. A Nova Democracia (conservador de centro-direita) e o Pasok (socialista de centro-esquerda) tinham apoio de 149 deputados e ficaram a apenas duas cadeiras da maioria absoluta. Novas eleições foram convocadas por causa da não formação de governo. As novas eleições deixaram a Grécia no fio da navalha. De acordo com as pesquisas (ver quadro abaixo), agora até oito partidos podem superar a cláusula de barreira de 3% dos votos.

Por um lado, a Nova Democracia fechou uma coalizão eleitoral com a Aliança Democrática (ND/DISY) e conseguiu posicionar-se numa situação melhor para enfrentar a meteórica ascensão do Syriza. Este, por outro lado, não conseguiu fechar uma coalizão eleitoral com o Partido Verde (OP) que vai concorrer sem possibilidade de sozinho superar a cláusula de barreira (em 6 de maio, conseguiu 2,93% dos votos). O partido socialista (PASOK) continua num distante terceiro lugar, seguido pelos Gregos Independentes (ANEL), os comunistas (KKE), os neonazistas do Amanhecer Dourado (XA) e a Esquerda Democrática (DIMAR). A surpresa nas pesquisas é a coalizão de três pequenos partidos liberais de centro (DX/DRASI-FS) que juntos podem superar a cláusula de barreira de 3% dos votos. Fato que não deve ocorrer com o partido ortodoxo (LAOS) que em 6 de maio conseguiu 2,90% dos votos.

Os resultados da eleição serão decisivos para o futuro da Grécia na zona do euro. Uma nova não formação de governo e a necessidade de uma terceira eleição seria uma opção política inviável para o país. A vitória do partido Syriza é vista com temor pelo mercado e provocaria a saída do euro. Haveria dificuldade de formação de governo com a Esquerda Democrática, pois esta acusou Syriza de dificultar os entendimentos, após a eleição de 6 de maio, a fim de provocar as novas eleições de 17 de junho. A vitória da Nova Democracia com apoio da Aliança Democrática e do Pasok tornou-se uma opção possível. Entretanto, se oito partidos/coalizões conseguirem superar a cláusula de barreira de 3% dos votos, tanto as dificuldades em aprovar as medidas de ajuste e de renegociar as condições do pacto fiscal para manter o país no euro como a possibilidade do total de cadeiras ser muito próximo da maioria absoluta podem deixar o país no fio da navalha.

O quadro das Pesquisas Eleitorais pode ser visto no endereço abaixo

http://en.wikipedia.org/wiki/File:Election_results_and_opinion_polls_in_Greece_(May-June_2012).png