VIVA A CRISE TRANSALPINA...
                 


De: Silvino Potêncio...
Nos últimos tempos nós temos reflectido (são meras conversas em família com os nossos botões!...) sobre os vários pontos de vista relativos à forma e conteúdo da análise do comportamento político e “xuxial” de muitas figuras na nossa faixa etária, cuja participação directa nos destinos da tal “Ná São Luz & Tana”, ... a qual foi deveras determinante para a situação que aí está!

- Depois de muito reflectir, a mais das vezes, sem dar muito azo a grandes tiradas filosóficas ou a qualquer conceito que o valha como tal, terminamos por apagar as luzes do camarim e nos recolhemos ao silencio da noite que se abateu sobre a nossa ideologia jovem, sonhadora, ambiciosa, itinerante e errática enquanto descíamos a ladeira da serra do Caldeirão. E isto aconteceu pela primeira vez há mais de longos e longínquos 36 anos, mais 6 meses e alguns dias consumidos da nossa existência desde então!...

O país não é mais aquele!... a mesma mesmice de então mudou de roupagem mas o tédio se tornou mais entediante!... e talvez por isso, hoje, há por lá mais estórias de sabor meramente investigatório do tipo “Judite” made in País de Gales em substituição ao velho método do “Varatojo” (passe a analogia do verbete) que se escorava na simples busca da verdade simplória do "País dos Galos de Barcelos"... A VERDADE MAL CONTADA É SEMPRE MENTIRA... na melhor das hipóteses é meia mentira e meia verdade! - E por isso... quem não tem pé de meia, vai à falência mais depressa!

– Não!... agora o sistema voltou-se mais para o esteriotipo da “A Gata Christie” ano, após ano ela nos deu uma sobrevida do mistério e da indiossincrasia tipicamente popular, ou seja; aquilo que antigamente era uma simples ocorrência policial de resolução mais ou menos imediata, ali na Esquadra da próxima esquina,... hoje torna-se comumente em uma tiragem espetacular de factoidianos factos e eventos, onde o importante é estar na “ri balta”!... o resto?... bem... o resto, são apenas elementares ossos do oficio de servir a um, ou mais “amos”, tudo depende do “holerit” que esteja em melhor perspectiva.

A ciência política é a base de todas as ciências sociais, e não tem “xuxiedade” na face da terra que a elimine, ou sequer minimize as suas conseqüências e efeitos a qualquer prazo no cardápio de quem trabalhar para sobreviver!
Politicamente prometem-se mundos e fundos!... sem no entanto se pensar um momento que seja, se há fundos para encontrar tais mundos e muito menos as eventuais promessas juradas, sacramentadas na forma da lei, no acto da eleição, com a posterior corroboração na cerimônia de empossamento poleiral – entenda-se: acto de subir ao Poleiro!...
Em política, todo mundo sabe que o mais difícil é entrar, depois... para sair, é só adoptar o tal “cabo dos trabalhos”, que muitas pessoas (homens e mulheres) acham que o cabo dos trabalhos é o fim da jornada política quando na verdade é apenas mais um começo.

- Bom dia!...
- Oh Dona Marquinhas!!!,...
- arranje-me cá um cafezinho e depois faça-me uma ligação para o Chefe da Ó posição dificil de agüentar esta enxurrada de processos aqui em cima da mesa...
Oh Dona Marquinhas!... mas que bagunça é esta hein?!
Eu... bem ... Oh Xô Douto... eu...
Péraí páaaa!...
Olhe... eu já lhe disse mil vezes que não sou Doutor!
Sim... sim ... desculpe, oh Xô Inginhero!...
- é que eu às vezes, esqueço-me das coisas e prontos,... olhe ... esse processo foi protocolado lá na Boa Hora para ser arquivado ao abrigo da Lei Dos Refratários, mas... nem sei porquê!...
- alguém o devolveu e disse que o Tribunal da Boa Hora já estava em Hora da recessão administrativa-económico-financeira-euro-transalpina-germânico-anglo-gaulesa!...
Oh cum caraças!... e aatão que raio de recessão é que me arranjaram agora “axim” à última da hora?... para não resolverem isso de uma vez por todas, hein!?...
- afinal eu já estou quase morto mas ainda mando aqui alguma coisa!...
- é ou não é?!
Olhe, eu não gosto de me meter na “bida dos outros” (cuxixava no pé do ouvido o assistente da esquerda, enquanto o da direita fazia ouvidos de mercador) mas eu acho que os gajos lá dos tribunais eles inventaram essa recessão como forma de ajudar a Ná São a sair da crise;
- Dizem que é a recessão administrativa porque ali parece que ninguém sabe como administrar nada... já se acabaram os subsídios e por isso pouco ou nada se pode administrar.
A recessão é económica porque, como não há mais escudos – até mesmo aquelas notinhas de “binte paus” que tinhamos debaixo do colchão, numa meia velha de lã de ovelha, que a minha tia me mandou lá de xima... até essas notinhas, coitadinhas, lá se foram há muito tempo...
Elas entraram todas em recessão por causa dos “euros”.
- A recessão é financeira porque não há cá fundos nenhuns!... até já pedi ao Ti Zé Pô Vinho lá do Fundão a ver se ele me arranjava alguns fundos para tirar as finanças do fundo poço, mas ele disse que o Fundão está cada vez mais na Cova da Beira... daqui a pouco... catrapumba!... ele bate cus costados no fundo da Cova!
- Bem... pelo menos temos a garantia de que agora todas as dívidas são em euros, e como o dólar está a subir... daqui a pouco a paridade se iguala, e prontos!...
Logo, logo, começamos a comprar o pitroil ao preço de banana!...
- bem... quero dizer!... banana de dinamite !!!
- mas ... enfim... que seja,... que seja!
Eheheheheh... vai nesssa conversa da paridade!.. e vais ver onde os gringos vão amarrar a égua!...
- Já se abriu uma petição nas terras de Sua Má Jestade para angariar libras (tanto podem ser libras-pound, como libras estrelinas...o importante é pagar o prejuizo da BP ao Tio Sam...) porque ali,... alguém vai pagar o pato!... aquele que habita no sul dos Estados Unidos e agora vive todo coberto de penas!... é um pena todo aquele pitroil que se espalhou lá no Golfo do México – o Golfo é do México, mas quem manda lá são os “kamones”!...
– Mas que British Pato a BP ali arranjou... hein?!
- Ainda bem que a Libra não aderiu ao Euro!...
Era o melhor que se tinha feito, na santa terrinha!... mas os políticos acharam que os “escudos” eram moeda do tempo do Home de Santa Comba Dão ... tudo de graça, e por isso aderir a paridade do euro foi o melhor para os Portugas... no tempo que havia muitos Escudos para defender os ataques do mercado financeiro internacional, ai, ai!...

Com este suspiro de guerreiro mal compreendido no dia da Pátria o PM (Primo Mané) soergeu-se da poltrona construída com madeira de Mogno contrabandeada da Amazonia Legal, à revelia da Lei Federal, e debruçou-se sobre as três ultimas prerrogativas da tal recessão, inútil... mas absolutamente imperativa por ordens do Bruxo Elas...
Olhe...voismecê há-de concordar que nós temos aqui uma recessão tipicamente transalpina, e certamente daqui a algum tempo a crise se resolve!... Veja bem; basta que os capitalistas nacionais acabem de transferir todas as reservas “transalpinas” para além dos Alpes Suiços e prontos... de onde não há, nada se pode tirar... então?!... onde não há fundos, não há crise financeira!... viva a recessão transalpina!

Lá do fundo da sala do Hemiciclo do Palacio dos Ratos, escutava-se o coro dos Germânicos, dos Anglo-Saxôes e até dos Gauleses...
- Viva a crise transalpina!...gritava a galera do mezanino!...
- Viva a crise transalpina!... acompanhava a turma do CCCP (Contra Cheque Com Provisão)
grhrhum... grhrhum... grhrhum...!!!
Disfarçava o orador com um certo ar de desconforto...
Afinal ele mesmo havia optado por mandar os “carcanhóis” dele para os paraísos Bolivarianos de Belize e a crise estava a começar a ficar preta por lá, por causa da mancha da BP... mas que chatice... hein!?...
Ainda arriscou um pequeno gesto acompanhado de um sussurro... viva a crise do petróleo!...
- Lá no Golfo do México que é do Tio Sam!!!... mas ninguém lhe apoiou a elegia... e ele se afundou de vez na falta de fundos!
É assim a banca-rota está aí... todos nos vemos “gregos” para sair dela!
-Silvino Potêncio – Emigrante Transmontano em Natal/Brasil
O "home" de Caravelas - Mirandela!
Autor de : http://osgambuzinos.blog.com

http://www.silvinopotencio.net

 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 15/01/2011
Reeditado em 17/03/2017
Código do texto: T2730898
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