O Preço da Perfeição
 

O tema deste meu texto já publicado algures no Blog http://osnizcaros.blog.pt veio a propósito da recente reunião de CúPula dos nossos 3 MARKETEIROS LUZ & TANOS acontecida algures em uma certa Universidade Lisboeta, e  me foi sugestionado (diferente de sugerido) ao ler a história do Ti Andrew Carnegie, um Filantropo Americano de origem Escocesa, que tinha por principio passar por cima de pau e pedra para atingir a perfeição de ser um autêntico Milionário saído do NADA.
Começou por ser APANHADOR de lixo e morreu nu de todos os predicados que ele nunca conseguiu comprar nem a Deus... nem ao Demo... que o carregou lá p'ró quinto dos infernos. - Tal como acontecerá com muitos dos nossos governantes políticos, herdeiros do já famoso Código DàVintchCinco de Abriu-loooooo... que ainda aí estão!
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Os Grandes Pensadores do nosso tempo. (crônica extraída do meu livro "OS NÏZCAROS") 
 
Citação ideológica: O preço da perfeição é a práctica constante. (Isto dizia-nos Andrew Carnegie no seu pensamento experimental) - Eis pois aqui o meu Pensamento adicional literalmente enviosado, para me tornar mais perfeito. 
O Preço da Perfeição  “Xuxializante”.  
Eu,  pessoalmente, pratico diáriamente a decomposição desportiva da nossa língua, que cada vez mais é dispensada como ferramenta oficial em Portugal! É que lá, agora, leva-se tudo na desportiva, ou será esportiva?!
 No seguimento dos meus pensamentos a respeito de grandes pensadores do nosso tempo e vectores de influência na corrente ideológica que se alastrou nestas últimas décadas de governação lá na santa terrinha Lusitana, surgem-me aqui alguns laivos de lucidez que, tão depressa acendem a famosa luzinha no final do túnel, como em seguida se levantam em forma de tempestades de baboseiras enredadas por altas depressões atmosféricas que sacodem o mastro da lusitaniedade, já de si mais sacudido do que a sebastianissima "árvore das patacas" da emigração lusa na primeira metade do século passado. Ou seja: somos todos daquele século que se resumiu na idéia simplista do “vin-te buscar” para irmos para o meio do nada, de coisíssima nenhuma.
 Os muitos Contigentes de tropas enviadas ao Ultramar Português foram despidos dos seus dólmans e calças de cor verde-oliva,  e pomposamente substituídos por "sopas gravatas e tudo" em estilo  "Yupie"  dos anos se tenta (tenta, tenta aí a ver se arranjas trabalho remunerado!) para serem devolvidos ao remetente.
Agora  - o já não existente ultramar - na forma de ex-retornados acarinhados pela nova ordem económica e democrática é agora abertamente  aceite pelo sistema "pidesco" disfarçado de gerentes do poder constituinte porém jamais constituído a contento de todos.
- Ai, ai!,... o que será dos meus antigos endereços do Cazenga e do Sambizanga!?
E - se calhar vão mandar para lá os filhos dos meus filhos e netos e eles não sabem depois o caminho de volta ao lar.
 - Hordas de cidadãos, em média,  acima dos cinquenta anos de idade sobem diáriamente aos portalós dos aviões da empresa aérea nacional e algumas (muitas) internacionais,  que os levam aos mais diversos cantos do globo para ali tentarem a sua sorte de novo.
- Depois de umas quantas tentativas inglórias de lá arranjarem emprego, ou até, talvez os mais afortunados, ali investirem as suas economias, angariadas em outros tantos países de acolhimento ao longo dos anos mais produtivos das suas vidas, eles acabam por voltar à santa terrinha sempre de mãos a abanar!
Ah!... mas aqui, é assim!? - perguntam-me hoje, na sua grande maioria aqueles que em terras tupiniquins acham que eles é que sabem fazer tudo à moda de lá.
E eu digo; aqui é assim, sim senhor!, e sempre foi!... assim há-de ser para manter as tradições vindas do passado, não as do presente e menos as do futuro.
 - Voismecês é que acham que sabem tudo na teroria, mas depois de passar a linha do equador os polos se invertem.
Contudo eles, os Emigrantes e Ex Retornados Lusitanos, continuam a chegar cá pelos trópicos e com eles trazem as suas “bicuatas”. (1)
- Aqueles que, ainda na pujança física dos anos conseguem emprego no exterior, por falta de estrutura básica técnica e/ou educacional recebida na origem, não conseguem operações rendosas que garantam a estabilidade das suas aposentadorias e de mãos vazias, fica mais difícil começar a trabalhar, muito menos retornar... Assim fica prácticamente impossível conseguir um empréstimo no banco, até mesmo para comprar um banquinho com uma mesinha na frente e colocar o sujeito do outro lado, de boca escancarada,  a cuspir pipocas porque o estomago dele pegou fogo no verão passado e ainda não veio água suficente para acalmar os calores que veem do centro do âmago da questão,  que se chama desemprego e é igual em linha recta à economia informal, ou seja; é uma uma sobrevivência social totalmente fora de forma onde, no dia-a-dia, vende-se o almoço para comprar o jantar!... enquanto isso; em outra classe de cidadãos lusos não retornados e não emigrantes acontece o oposto.  
Aqueles que, em virtude da educação recebida, ainda que a duras penas dos seus ancestrais quase sempre patrocinada honradamente à moda antiga dos seus antepassados directos, conseguem emprego no exterior, ou até mesmo "fora de portas" eles voltam para casa em reluzentes "carrões"  porque, segundo me confessam os amigos da época, torna-se indispensável ter um carro que chame a atenção!

- O individuo atrás do volante de uma simples "carocha" ou é maluco ou então esqueceu-se de mandar ajeitar a "rebimboca da parafuseta" depois dos anos de glória da adolescente “democracia abrilina”.
-  É absolutamente indispensável "dar nas vistas" para a sobrevivência dos ditos contingentes de tropa civil actual, talvez um pouco menos civilizada devido à não obrigatoriedade moral nem material de ir à escola. E é indispensável essa exibição porque senão,  nem a "sopeira" da vizinha do lado olha para a cara do "garanhão" por mais atlético e aplicado que o praticante seja. 
- Ah!,ah, mas se o "engatatão" vem a bordo de uma "Mercedes Benz a o Deus"! é tiro e queda! - Logo na primeira sachada dá minhoca.
- Ora se o poder público dos descendentes da descolonização dá o exemplo de sempre, sempre, eternamente namorar a democracia e nunca se casa com ela!? Então porque os nossos herois de hoje haveriam de se preocupar com estabilidade emocional em casa e no emprego?
 - Isso é muito chato dizem uns!
- Eu quero lá saber de padrões, dizem outros! Na vida, todos no fim, são fruto da globalização de ideias e nenhum se presta a cair fora do contingente préviamente estabelecido.
- (nos dias de hoje, com a globalização em plena forma práctica e física, uma semana de tempo corrido é uma eternidade) - Enquanto isso ele, o poder publico, vai, vai, vai, empurra com a barriga, porque lá atrás vem gente de outro partido e na dúvida,  é melhor fazer corpo mole.
Nada de practicar qualquer esporte administrativo, o mais comum é empurrar, empurrar; o senhor que se segue que resolva.
Acabou-se o tempo de subserviência.
Hoje todos temos o direito de ter e criar um monte de ideias novas! O novo é que é o bom! Como dizem os “camones” é um Boooooom do caraças!
- Menos o molho de escabeche que tem que ser feito com o peixe frito do dia anterior. - Isto para não falar das águas de bacalhau onde os nossos governantes actualmente parece que todos praticam a lei de Pilatos.

   
Notas de rodapé: (*) “ Ti Julheta” é o nome apocopado e aliterado no linguajar da Aldeia, da Tia Julieta.
(1) “bicuatas” gíria Angolana malas e bens pessoais de viagem.
(2) este "lá de xima" é como se diz fonéticamente em Trás Os Montes, quando alguém nos pergunta de onde somos!? Eu digo de onde vim – o que  significa a minha origem nas terras Altas. 

 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 13/10/2010
Reeditado em 16/12/2019
Código do texto: T2553963
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