MAESTRO JOSÉ MENEZES: resistente como o frevo

Neste 13 de novembro, Pernambuco ficou mais pobre. Mais pobre na sua cultura musical com a partida do maestro José Menezes. Ele que dignificou o frevo como poucos, deixando um legado inestimável para a nossa música.

Sempre efusivo e entusiasta naquilo que, fazia e com um otimismo contagiante, Menezes tinha uma personalidade marcante e sempre foi perfeccionista naquilo que fazia. Não admitia mais ou menos, ou era bom ou não era...

Esse perfil musical fruto da sua personalidade lhe garantia qualidade e bom gosto naquilo que fazia em especial a música. Sua orquestra marcou a época áurea do frevo, tendo participado de 31 carnavais de forma ininterrupta entre os Clubes Internacional e Português, alem de inúmeras apresentações em outros grandes clubes.

Sendo um dos fundadores da Academia Pernambucana de Música, um dia antes da sua partida recebeu justa e merecida homenagem no Teatro de Santa Isabel, onde vários dos seus sucessos foram executados pela orquestra do maestro Ademir Araújo, e ainda, alguns choros como Maluquinho, solado pelo maestro Spok. Parece, até, que ele esperava essa homenagem para seguir viagem para a vida eterna...

Vai o homem, fica a sua obra...Não é fácil resumir a vida de Jose Menezes em poucas linhas, mas a sua marca estará sempre registrada na memória cultural e carnavalesca de Pernambuco. Tive o privilégio de brincar vários carnavais ao som da sua magistral orquestra e depois, não sabia eu que ele seria um dos bons amigo que tive com quem aprendi música e muita história dos nossos carnavais.

Mesmo enfermo e sabendo da gravidade, ele nunca se abateu. Sempre que o visitava a conversa era longa e profícua sempre fazendo planos para o futuro. Com um dicionário ao lado ele escrevia vários dos seus pensamentos. Esse foi Jose Menezes, uma referência musical que deixará saudade, mas sua lembrança será sempre alegre pelo que ele irradiava com as suas conversas e com as suas belas obras carnavalescas. Menezes: descansa em paz! O frevo continua.

LUIZ GUIMARAES
Enviado por LUIZ GUIMARAES em 15/11/2013
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