MODA- ENTENDA QUASE TODOS OS SEGREDOS.

O universo da moda e quase todos os seus segredos.

Entendo que nós temos hoje dois grupos ou tres de consumidores, pelo menos no Brasil, onde as divisões de classes sociais são mais evidentes pelo determinante e cruel poder aquisitivo em

diferentes regiões climáticas, cultura e até mesmo pela regligiosidade e até mesmo pelo floclóre que gerencia vendas de xadrezes e, festas juninas ou de São João, existindo tecelagens que chegam a vender meio milhão de metros de xadrezes multicoloridos e florais, nessa época do ano, Maio e junho.

75% desses consumidores, frequenta feiras livres, camelodromos e a "moda" é o preço, enfim o que eles podem pagar ou o que querem pagar. Chamam chitas e popelines de tricolines e o algodão cru cozido e recozido tinto em lavanderias de periferia dá uma bermuda infantil tarquinada e pronto.

Uma calça jeans, onde o modelito é criado pelos donos de lavanderias que fazem "diferente" todo dia, rasgam aqui, rasgam ali, pulverizam lá e o troço tá resolvido.

A bermuda de micro fibra com aqueles escandalosos e costumeiros desenhos “surf wear” custa R$15 ou menos, não amarrota e pode ser lavada à noite e secando à sombra pode ser usada no dia seguinte e não importa de onde tenham vindo, pois o “made in China” hoje já não é mais depreciativo e sim uma vantagem para o bolso daqueles que não se preocupam se o induistrial Brasileiro está sendo massacrado pelo dumping, ou se um operário Chinez vive na miséria. Ele apenas tem consciencia de que o produto lhe chega às mãos bem mais barato.

O mesmo ocorre com as camisas que não necessitam ser passadas e tudo vai sendo levado de acordo com o poder aquisitivo.

A classe média é mais conservadora por conveniencia e tem que ser desmembrada em feminino, masculino e infantil. Jovens integrantes dessa classe em visivel crescimento não gastam, apenas consomem camisetas silkadas com calças Jeans com etiquetas de griffes medianas regionais que clonam quase tudo e o tal valor agregado passa longe. Algumas fabricas Chinezas produzem 30 milhões de metros mes e jogam o tecido no mercado Brasileiro em muitos casos a preço inferior a U$1,20 e com todos os impostos esses tecidos vão ser revendidos ao R$ 2,80 a R$3,00 o metro, o que permite que uma camisa seja vendida a R$15,00 ou R$20,00 nas feiras livres. Recebem um silk bizarro, bem chamativo nas costas, geralmente com inscrições em Inglez e a meninada “cai de pau” e compra mesmo.

O maior e mais caro investimento deles está num tênis marciano que pelo preço é quase um investimento a médio prazo. Uma rentabilidade maior é alcançada no segmento feminino adulto, mesmo considerando os importados chineses em tecidos finos, crepes, etc que

derrubou as madames confecionistas dos anos 90 que pagavam R$9,00 num patou ou georgette e vendiam um vestido chic por R$400.

Cairam todas do cavalo, hoje a classe média, média e baixa migrou para feiras de sol e da lua e compra as mesmas roupas cujos

preços variam entre 35 a 120 no máximo. Se esse segmento abraça uma fatia do mercado entre 15 a 18%, os consumidores de moda compõem 8 a 10% do mercado, mas sem as loucuras dos estilistas que desperdiçam com seus delirios metros e metros de tecidos de primeira qualidade que alguns fabricantes lhes oferecem, em busca de notoriedade na mídia.

Camisas sempre foram camisas no corpo de um homem e mudaram em muitos anos o ximango e a unica novidade foi a inserção de botoes sob a gola. Poucos consumidores sabem diferenciar um fio 40 de um fio 50 e quando um lojista exibe um fio 80, ele pensa que o tecido é poliester e não quer.

O resto não tem como variar, xadrezes fios tintos, listrados fios tintos e de tantos que são nem dá pra saber mais o que é novidade, pois se parecem mais com aquelas barras de código de supermercados. E nessa grade de desenhos as únicas variações são os clássicos sociais em tons pasteis discretos, e coloridos mais fortes chamados "country" u festa de são Joao ou até mesmo caipiras que alguns sofisticam chamando de "madras".

Há muitos anos, eu diria mais de 15 que as camisas estampadas em geometricos e florais, impossiveis de serem produzidas em tecelagens com teares que usam os fios tintos, não retornam. É possivel que no proximo ano, obedecendo ao ciclico retornem e então os estilistas e fabricantes farão a farra das "novidades" em cima das "storks" e os silkadores terão mais o que fazer além de cobrir de tinta os tecidos circulares. Já na moda feminina considerando o alto poder aquisitivo de toda essa faixa de consumidores ávidos por exclusividade, vale tudo, mas conheço muita gente que ainda usa costureiras e mora dentro de condominio fechado - rsss.

Convém ainda lembrar que a moda é ciclica e que o ditado antigo, ou refrão, sei lá, ou alguém famoso teria dito isso - "nada se cria, tudo se copia", um passeio rápido por Paris no Laffayette ou pelas lojas de Roma, Milão, pode-se trazer muita coisa diferente, mas vale uma advertencia, bolados vão e vem, pequenos, medios, grandes, multicoloridos, sobrepondo listrados, os proprios listrados voltam regularmente no tempo, além dos clássicos tons de terra no inverno brando brasileiro que alternam com os pasteis e citricos de alto verão.

E muita atenção porque os xadrezes ainda não sucumbiram e ainda tem presença garantida no proximo inverno.Florais discretos "mamãe dolores" em tons fortes, fundos preto para o inverno, em tons claros no verão sobre tecidos preferencialmente com elastano, em tricolines, sarjas leves e mais pesadas com 8 Oz, são a bola da vez nesse final de primavera com transito livre para o alto verão, já que a alegria vai manter acesa a esperança para que 2012 não seja o ultimo ano de nossas vidas.

O nome "Lycra" é bom que se diga não deve ser usado pelo comerciante a não ser que a etiqueta esteja presente na peça pois é preciso pagar royalties ao fabricante do fio com essa marca, que se chama Rhodia, da mesma forma que os fabricantes de tecidos não usam mais a marca "sanforized" que quer dizer a técnica de pré-encolhimento do tecido que ao ser lavado não pode encolher mais que dois ou tres por cento.

A moda portanto, é um circulo vicioso simples, fácil de ser desnudado, exceto pelo se passa nos bastidores dos desfiles cinematográficos, com luzes, camera, ação e muita retória dos produtores e editores. E com certeza distinguida pelo bom gosto dos consumidores que vão saber escolher nos pontos de revenda as diversas griffes com seus modelos personalizados e com o capricho nos detalhes dos accessórios que devem esbanjar qualidade e boa aparencia e um toque de requinte para atrair o consumidor.

O lojista tem que ficar atento a todos os detalhes para não comprar gato por lebre e ficar com mercadoria encalhada na prateleira e lembrando que encalhes quanto mais tempo nas prateleiras mais empoeirado e desvalorizado. Melhor liquidar logo pois a moda ou as tendencias do consumidor são cruéis.

Saudades do Kanvas que no momento também está demodèe, junto com as camisas estampadas em geométricos estilo gravataria. Sempre foram muito bonitas e mais fáceis para encher um guarda roupas e de preferencia em 100% algodão, pois de camisas com panos de guarda chuvas, estamos cansados..

Luiz Bento (Mostradanus)
Enviado por Luiz Bento (Mostradanus) em 27/04/2012
Reeditado em 29/12/2013
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