ENCANTO DOS LIVROS

Um dia, uma menina foi apresentada a um livro, iniciou vendo as figuras, surgiram algumas perguntas, resolver encarar aquele monte de letras juntas, pensou que a respostas de suas perguntas deveriam estar ali, estavam, ela entrou na história, e os desenhos do livro que antes eram apenas o que a atraia, deixou de ter importância, e a leitura entrou noite a dentro, ela só parava quando o sono a vencia, acordava pensando no que ia acontecer aos personagens envolvidos. Pronto estava completo o encanto.

Acabou de ler um, e já iniciava outro, e outro e mais outro...

Nunca mais deixou de ler, as vezes via o dia nascer deitada em um sofá de barriga para baixo mãos no queixo, e olhos pregados no livro, na madrugada a leitura é melhor, não há ruídos, e o silencio ajuda o envolvimento com a história.

Tem livros tão bons que a leitura tem que ser feita em doses homeopáticas, para não acabar logo.

Tem os livros que descrevem romances, esses são maravilhosos, ainda mais quando se tem vinte anos, e sonhamos encontrar um príncipe, são amores difíceis mas que no final sempre dão certo, e o casal fica juntinhos em uma transa fenomenal, algumas leitoras sentem tanto prazer que quase chegam ao orgasmo junto com a personagem.

Já os de detetive, nos faz exercitar a inteligência, tentamos reunir as evidências do crime, e descobrir antes do detetive, isso é fascinante! Não o crime, mas o desenrolar das investigação, nesses livros não há ênfase no assassinato, em geral não há relato, apenas o corpo como parte do cenário, e a partir dai tudo começa, e ao final, a grande revelação.

Os relatos reais são de arrepiar, principalmente os acontecidos na época em que os judeus foram massacrados na Alemanha, em o Diário de Anne Frank, sentimos o que os seres sentiram durante um longo período escondidos como ratos, é revoltante e ao mesmo tempo é lindo ver uma menina desabrochar em uma situação tão imprópria. Dá vontade de chorar no silencio do final, onde o diário é interrompido porque todos foram descobertos e a maioria mortos inclusive a jovem autora.

O livro da Ingrid Betancourt, é mais forte que todos que já li, porque ela suaviza a brutalidade em que foi obrigada a superar, e ao final sobrevive, dando ao mundo uma prova de que uma mulher frágil, doente, violentada de todas as formas e por anos seguidos, que essa mulher no final renasce de si mesma e sobrevive e volta para ser uma cidadã, e volta para nos dizer que é possível sobreviver as piores torturas, a fome, a violência física e sair disso com marcas sim, mas com capacidade de sorrir, criar, amar, esse livro é uma aula de vida para quem pensa que sofre, para quem reclama da vida, para quem se permite entrar em depressão, por algo que frustra seus desejos, depois de ler esse livro, senti vergonha dos meus problemas, me vi pequena diante da grandeza dessa mulher.

Lição de vida, de amor, de tesão, de alegria, de tristeza, de fantasia, de dor, de desespero, de inteligência, de sobrevivência, só um livro pode nos oferecer isso, sinto pena de quem nunca se permitiu esse deleite, sinto pena de quem diz que não gosta de ler.

Fazer o quê? Só me resta escrever esse artigo e torcer para despertar em alguém o desejo de ler também.

Glória Cris
Enviado por Glória Cris em 10/08/2011
Código do texto: T3152201
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