Uma Mea-Meia Feita... outra mea por fazer!

De: Silvino Potêncio (*)

Uma Meia meia feita... outra meia por fazer!

Anos atrás, quando entrámos na internet na condição de correspondente Independente do Jornal virtual do Portugal Club (uma ONG focada na Emigração Portuguesa, naquele tempo com Séde no Estado Paraná - Sul do Brasil - e atualmente em implantação no Estado de Santa Catarina, também no Sul do Brasil) nós alertamos o Presidente desta organização da nossa condição de mero “escriba” avulso de algumas crônicas em Português. Língua da nossa estima e preferência apesar das muitas dificuldades que há para se entender e viver dentro dela em harmonia e convívio social tranqüilo... sem discussões de maior gravidade ou ofensas de parte a parte.

De lá para cá, nós mesmo evoluímos e, de forma absolutamente natural porque acreditamos; o homem é fruto do seu próprio meio e este é resultado da ação do mesmo homem que o molda, que o modifica, que o adapta, que o fere!... e tantas vezes o mata sem querer ou sem intenção formal, dolosa isenta de qualquer apelo ou agravo defensável. Afinal, a palavra dita jamais volta atrás... e a palavra escrita é testemunho material do sentimento que passa na mente do seu criador.

Alguns Escritores e Jornalistas nossos conhecidos, que conhecem um pouco desta nossa produção, nos teem criticado (no bom sentido... e alguns desconhecidos, também no mau sentido) porque a cada opinião positiva se opõe outra negativa!... caso contrário não há equilíbrio natural.

Destas criticas queremos hoje neste texto vos relatar de forma amplamente coloquial, discussão sem quaisquer intenções de debate ou nem mesmo um mínimo de polêmica acadêmica literária, filológica... não! Este texto é apenas, e como sempre, uma divagação pelo nosso pensamente mediante a leitura de uns poucos arrazoados entre Portugueses de Portugal, Portugueses de outros Países e falantes de Língua Portuguesa nos chamados Países Lusófonos ou de uso da Língua Portuguesa como meio de comunicação oficial e adicional. ( A Guiné Conakry por exemplo, apesar de não fazer parte dos PALOP já declarou que pretende adotar – ou devemos escrever adoptar?!... o Português como Língua Oficial, em simultâneo com o Francês e as Línguas Autôctones dos seus Povos Originais).

Uma das “menemônicas” que guardamos desde a infância e que, tantas vezes usamos para exemplificar a diferença substancial entre o “falar” e o “escrever” bem em Português, é esta: UMA MEIA MEIA FEITA, OUTRA MEIA POR FAZER... DIGA LÁ VOCÊ MENINA, QUANTAS MEIAS VEM A SER?!...

Na maioria das regiões e ambientes onde se fale com uma fonética perfeita, se deve concluir que se trata de apenas uma Meia Meia... e como se diz meia no Alentejo?... ou na Ilha Da Madeira e Açores?... será “meia” ou “mêa”!?...E qual será o verdadeiro significado da palavra “meia” ou “mêa”!

Será uma peça de roupa para usar nos pés e pernas? – Ou será uma etimologia derivacional e racional da palavra Latina “mea”!?... afinal o Latin é a fonte da grande maioria dos verbetes da Língua Portuguesa e outras chamadas Línguas Latinas.

Já quando se atravessa o Atlântico e, se pede no bar uma “mêa”,... certamente lhe servirão um copo de “cachaça” pelo meio, se for no Nordeste (mais tradicional e conservador da literatura herdada dos Portugueses séculos atrás) ou uma “meia de leite” se for em bares ou restaurantes de outras regiões deste país onde cerca de 190 milhões dos 250 milhões de falantes universais usuários vivem e fazem uso diáriamente.

Como dizemos atrás, nós não somos especializados nem sequer formados em Língua Portuguesa somos apenas usuários e signatários de todos os textos que criamos e publicamos pois que publicar é tornar público... mostrar aos outros o nosso “Português” bom ou mau... é aquele que sabemos escrever, de forma absolutamente destituída de qualquer avaliação prévia ou censura gramatical. Tão pouco saberemos dizer se a palavra está na ordem verbal correcta (ou será correta?...) aplicável pela regra do Novo Acordo Ortográfico que Portugal assinou mas, não firmou! Acordou mas não concordou!... simplesmente se rendeu à força da maioria. Se curvou à evolução natural da própria Língua sob pena de ficar parado no tempo, vejamos:

Somos Emigrante há mais de 50 anos e, hoje... ao lermos o Livro “O MIRANDELÊS” o qual nos traz tantos e tantos verbetes da nossa terra, somos forçados a recuar no tempo para entender novamente a Língua de há décadas passadas. Na prática há necessidade de lançar mão do dicionário mental que ficou gravado na memória mas que, se utilizado no dia-a-dia se transforma em autêntica Torre de Babel fonética!...

Da mesma forma que, após 30 e tantos anos a viver e conviver na região de Natal (Nordeste do Brasil) ao lermos o Livro “ O Potiguês” – um volume escrito por Autor Potiguar (1) de nome, Kadmo Nonato, (data vênia) nos defrontamos com barreiras e situações inusitadas que tantas vezes nos levam ao caricato ao hilariante mundo da fonética Lusófona, área aonde nos situamos com o nosso próprio estereótipo literário, com alguns laivos de “repentismo” popular sem concursa acadêmica de nenhuma preocupação gráfica porque o “Acordo “ existe e deve ser respeitado mas a criatividade individual do “Escritor”” deve estar sempre considerada primordial em função da sua obra unipessoal dirigida invariávelmente à Comunidade aonde ele esteja inserido em primeira instância e aos demais falantes (leitores) em segunda análise critica.

Deixamos pois aqui alguns verbetes para vossa distração e reflexão... quiçás isto lhes possa trazer algum tipo de gozação interior porque a surpresa é prima da curiosidade, e todas duas são fruto da investigação auto reflexiva do leitor evolutivo... “jamais un. lítio em passam”!- Com mais de 50 mil exemplares de livros vendidos em Natal, o “Dicionário de Potiguês” figura ano após ano, no topo da lista dos mais procurados nas livrarias potiguares. - A próxima edição do Dicionário de Potiguês vai trazer também algumas doenças comuns na região e outras universais, que aqui ganharam uma nomenclatura mais caseira. Bicho de pé, mulera mole são algumas das “mazelas”, que já tem lugar garantido. Além do Dicionário de Potiguês, Kadmo oferece ao público outro livro de bolso, contendo algumas expressões tipicamente potiguares. Eis aqui alguns nomes constantes deste volume inicial:

(inicio de citação)

Abigobel – lesado

Leso – sem atenção

Boyzinha – menina novinha

Borréia – sem qualidade

Cangapé – capotagem

Escanchado – montado em algo

Estribado – rico

Folote – folgado

Frechado – chato

Goipada – cuspida

Grear – zombar de alguém

Milacria – o que não presta

Caviloso – astucioso

Reiou-se – complicou-se

Ruma – grande quantidade ...

(fim de citação)

Para terminar, e sobretudo para que não haja disputas (dizer putas é má educação ou é má criação?!,... eu hein?...) eu deixo-vos aqui também um texto recebido hoje via internet de um Amigo nosso, lá da região da Maia, do Porto... ou será do Puorto, carago!?...

(Início de citação)

A cor do horto gráfico (acordo ortográfico)

já aprovado pela nova Ministra do saber (vulgo Chefa da Eduçação Lingual)

Última actualização do dicionário de língua portuguesa - novas entradas:

Testículo: Texto pequeno

Abismado: Sujeito que caiu de um abismo

Pressupor: Colocar preço em alguma coisa

Biscoito: Fazer sexo duas vezes

Coitado: Pessoa vítima de coito

Padrão: Padre muito alto

Estouro: Boi que sofreu operação de mudança de sexo

Democracia: Sistema de governo do inferno

Barracão: Proíbe a entrada de caninos

Homossexual: Sabão em pó para lavar as partes íntimas

Ministério: Aparelho de som de dimensões muito reduzidas

Detergente: Acto de prender seres humanos

Eficiência: Estudo das propriedades da letra F

Conversão: Conversa prolongada

Halogéneo: Forma de cumprimentar pessoas muito inteligentes

Expedidor: Mendigo que mudou de classe social

Luz solar: Sapato que emite luz por baixo

Cleptomaníaco: Mania por Eric Clapton

Tripulante: Especialista em salto triplo

Contribuir: Ir para algum lugar com vários índios

Aspirado: Carta de baralho completamente maluca

Assaltante: Um 'A' que salta

Determine: Prender a namorada do Mickey Mouse

Detergente: Acto ou efeito de prender pessoas

Vidente: Aquilo que o dentista diz ao paciente

Barbicha: Bar frequentado por gays

Ortográfico: Horta feita com letras

Destilado: do lado contrário a esse

Pornográfico: O mesmo que colocar no desenho

Coordenada: Que não tem cor

Presidiário: Aquele que é preso diariamente

Ratificar: Tornar-se um rato

Violentamente: Viu com lentidão

(Fim de citação)

Por fim uma nossa última pergunta subjectiva (ou subjetiva, como queiram!...); se todos podemos escrever acordados, porquê continuar a dormir na forma!?... hein?

Abraço e até breve...

Silvino Potêncio – Emigrante Transmontano em Natal/Brasil

www.silvinopotencio.net

(*) Silvino Potencio é Correspondente em Natal do Jornal POVO DE PORTUGAL.

Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 17/01/2011
Código do texto: T2734287
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