ÓRFÃOS DE PAIS VIVOS

ÓRFÃOS DE PAIS VIVOS

Viver não é fácil. Isso já não constitui uma novidade para muitos de nós. E ser adolescente? Nem se fala! Essa fase de ruptura, entremeada pela infância e pela fase adulta, é aterrorizante. Mas, os pais não devem perder o pulso. Tampouco a pulsação dos olhos diante de seus filhos, que por causa da correria do cotidiano, suas crias têm passado como vulto. Nossos meninos cresceram e ganharam outros horizontes de sentido. Hoje, com tantos meios de comunicação, com tantos meios de transporte, ultrapassar a mesa de jantar tem sido uma tarefa hercúlea. Além de tanta informação que, se não bem administrada, gerará um desmantelo na ordem ética. São vastas as possibilidades as quais tendem a se tornar irresponsabilidades. Porém, “quebrar a cara” é característica inevitável da adolescência.

Rebelar-se contra os limites postos pelos pais é natural. O preocupante é quando a rebeldia resulta em ódio. Quando, por excesso de repreensões ou até mesmo por grande imaturidade emocional do adolescente. A rebeldia pode ser, na verdade, um clamor por mais atenção. O cuidado também se expressa pelo limite. Pais que deixam os filhos fazerem o que querem não estão comprometidos com a formação moral de suas crias.

É bem provável que os que não aprenderam a lidar com as próprias dificuldades não terão sabedoria para encarar os problemas de sua prole. E é bom lembrar: limite não é tolhimento. Precisamos olhar com calma. Saber que soluções velhas não funcionam em fases novas. Os “meninos” entraram na puberdade e querem liberdade. O que fazer? Se sentir um fracassado, porque seu filho manifestou rebeldia? Entregar o filho a familiares? Chamar a TV babá? Passar a bola para a escola? Mas... a escola informa, a vida forma.

Calma. O adolescente está apenas querendo conquistar o seu espaço no mundo, está em busca de autonomia. O inaceitável é quando você não orienta o seu filho contra os perigos e malícias do mundo. Ou quando se contradiz por meio de suas ações. Ao pedir para que o seu filho não beba, mas todos os finais de semana “enche a cara” ou que não fume, sendo fumante.

Quando é negligenciado o tratamento de questões básicas e complexas: manifestação sexual, uso de drogas e perspectivas profissionais. É assim que nascem os órfãos de pais vivos. Nascem quando uma palavra é negada; quando um ouvido é recusado; quando não se educa o filho para verdade; quando toda vez em que ele erra, você o pune. Na falta de autoridade – nas vezes em que os filhos fazem birra e os pais cedem aos caprichos.

Os adolescentes devem aprender desde cedo o que o mundo espera deles. Eles só aprenderão quando a eles for dada a simples autonomia de pagar uma conta, de fazer supermercado (mesmo que junto aos pais), a cozinhar, entre outras atividades rotineiras. Devemos dar voz aos nossos filhos para que eles não queiram nos silenciar. Devemos dar ouvidos se quisermos ser escutados. Ressuscite seu olhar de pai/mãe, pois já bastam as outras orfandades da vida.

Leo Barbosaa
Enviado por Leo Barbosaa em 28/06/2021
Código do texto: T7288768
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