Por que o PISA nos pisa?

Pronto, saiu o resultado do PISA (Ranking do programa internacional de avaliação de alunos) e já sabemos a situação do Brasil, somos discípulos de Nostradamus? Não, apenas sabemos que a educação brasileira está ruim e nada melhorou em 13 anos de PT. Assim ficamos na 63.ª posição em Ciências, 59.ª em leitura e 66.ª em Matemática. Houve mais investimento em educação, sim, porém como explicar o fracasso constante do Brasil?

Especialistas já apontam a bola da vez, a questão social, afinal já há uma proposta de reforma do currículo e o MEC já estuda aplicar um currículo básico para todo o país. A falácia do currículo é simples de refutar, afinal se o discente não aprende o currículo X, mudá-lo para Y melhorará em quê? Níveis muito baixos revelam que o problema é de aprendizados básicos. Um currículo básico apenas facilitará o treino para ficar no básico.

Mudar o currículo e tornar a escola atrativa é mais uma tentativa de apagar um erro com caneta, porque o Estado não é capaz de tornar a educação atrativa para todos os indivíduos que ficam trancados mais de nove anos em sala de aula de forma compulsória, com um aprendizado questionável, professores apegados em ideologias e sem método nenhum.

A questão social é de suma importância, pois o Estado tende a aumentar o papel da escola, não obstante esqueça que é o próprio Estado que elimina a concorrência de outros tipos de escolas e ensinos. Jovens com maior poder aquisitivo, ou vão para escolas particulares com múltiplas habilidades ou fazem cursos extras, como cursos de línguas, dança, música, esporte, podem ir ao teatro, já na periferia são poucos os atrativos, algo que o sistema voucher aliado ao Uber que poderiam resolver com baixo custo, mas os sindicatos em sua truculência argumentativa já alegariam privatização da educação.

Distanciamo-nos daquilo que o padre austríaco Ivan Illich (1926 – 2002) pensava, ou seja, uma sociedade sem escolas, onde haverá o liber, -eri , afinal ao tornar o currículo mais básico (muitos estados e municípios não farão outro currículo, seguirão o do MEC) e atentar para questões socioeconômicas apenas, a tentativa é de transformar a educação em um distribuidor social, a educação estatal e compulsória tende a ser igualitária, nivelando por baixo, a proposta de permitir que o jovem escolha a disciplina, seria ótima, somente se a escolha não estivesse no controle do Estado, afinal o estado não é capaz de calcular o desejo científico ou não de nossos jovens. A impossibilidade socialista do cálculo econômico de Mises (1881 – 1973) transforma-se na impossibilidade pedagógica, pois o Estado não terá controle, salvo se manipular para determinadas áreas, ou continuar com seu adestramento coletivo de modismos politicamente correto e Gramsciano.

Ora, a média da rede privada só perde para a Federal que é seletiva. Divisão por mérito delimita áreas de atuação docente, criando a possibilidade de um currículo e atuação docente específicos para cada escola. Não é tornar o currículo atrativo, mas antes dosar o currículo ao público alvo, o normal é que a ciência torne-se atrativa a partir de um determinado domínio dela, tal qual no xadrez, o que é atrativo no xadrez, a estratégia ou memorizar o movimento de peças? Mas como chegar na estratégia sem memorizar o movimento das peças?

Enquanto os dados vão calamitosos, o sócio-construtivismo continua como realidade na formação dos professores assim como a mitificação de Paulo Freire, relativismo cultural, politicamente correto e projetos de mortadelecimento discente, etc.

Ricardo Gomes Pereira

Gomes Ricardo
Enviado por Gomes Ricardo em 10/12/2016
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