ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A RAZÃO E A CIÊNCIA NA ABORDAGEM EPISTEMOLÓGICA

Elio Sangoi¹

Jezuino Almeida dos Santos²

Luciene Mafra de Vasconcelos³

Dra.Rosângela Lemos da Silva4

RESUMO: O presente artigo faz uma abordagem entre a razão e a ciência. O verdadeiro papel da razão e da ciência é identificar as ações dos seres humanos no contexto epistemológico, haja vista, ser a razão um fato norteador das ações do homem. O objeto de estudo tem como objetividade de informar sobre a razão e a ciência epistemologicamente a partir do estudo comparativo; Identificar como a ciência se porta perante o processo da razão; analisar como a razão é vista como responsável das ações do homem pela ciência. Cabe demonstrar o surgimento da ciência, que coincidiu com o início da civilização. Partindo das decisões do indivíduo, a princípio, busca da identidade pautada no autoconhecimento, de si mesmo, e do ambiente que foi conquistado.

Palavras-chave: Razão. Ciência. Ideológico. Razão.

RESUMEN: El presente articulo aborda temas entre la razón y la ciencia. El verdadero papel de la razón y la ciencia es identificar las acciones de los seres humanos en el contexto epistemológico, pues es la razon quien guia las acciones del hombre. El objeto del estudio es informar objetivamente sobre la razón y la ciencia epistemológica del estudio comparativo; Identificar como la ciência se comporta ante el proceso de la razon; Analizar como la razon es vista como la responsable de las acciones del hombre por la ciência. Se demuestra el surgimento de la ciência, que coincidió con el comienzo de la civilización. A partir de las decisiones del individuo, en principio, búsca la identidad por médio del autoconocimiento y del medio ambiente que fue conquistado.

Palabras clave: Ciencia. Epistemologia. Ideologia. Razón.

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¹Doutorando em Ciências da Educação pela Universidad Americana. Msc. em Ensino da Matemática pelo Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, Rio Grande do Sul.

² Doutorando em Ciências da Educação pela Universidad Americana. Msc. em Ciências da Educação pela Universidad Iberoamericana.

³ Doutorando em Ciências da Educação pela Universidad Americana. Msc. em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Amazonas

4 Dra. e Msc. Em Ciências de la Educación pela Universidad Autónoma de Asunción. Esp. em docência do ensino Superior pela Universidade Vale do Acaraú. Graduada em letras pela Universidade Federal do Amapá. Graduada em direito pela Estácio de Sá do Amapá.

1 INTRODUÇÃO

O ser humano nos dias atuais é tomado por um estado de tensão haja vista, que a intensidade no campo das mudanças, o que é verificado tanto do ponto de vista sociocultural, político, intelectual e científico, com grande destaque na desintegração moral, familiar e das instituições. Tudo isso, certamente, tem causado instabilidade. Há uma grande afluência do indesejável, tudo que é nocivo, como: o medo, o pânico e a insegurança.

Assim, mais racionalmente, e querendo visualizar e entender o verdadeiro papel da razão e da ciência, onde será feito uma abordagem de cunho epistemológico, baseado na temática: Estudo comparativo entre a razão e a ciência na abordagem epistemológica, conforme o questionamentos, como: Porque a razão é vista como responsável das ações do homem no processo epistemológico? Haja vista, que a razão é citada pela ciência como fato norteador das ações do homem pelo fato desse agir; de forma consciente.

O objeto de estudo tem como objetividade de informar sobre a razão e a ciência epistemologicamente a partir do estudo comparativo; Identificar como a ciência se porta perante o processo da razão; analisar como a razão é vista como responsável das ações do homem pela ciência.

No processo histórico universal ideológico entre a razão e a ciência é visto que a ciência nasceu no início da civilização, quando o homem começou a se questionar sobre o mundo em que habitava. A partir desse instante, começaram as transformações que influenciaram a edificação da ciência. No início o homem construía sua identidade através de suas decisões. Conheceu-se a si próprio e ao seu ambiente, mediante inúmeros. Portanto, a construção do saber tem base nos seus questionamentos a partir da ciência.

Na Ciência Moderna, o senso comum e as experiências de vida são falseáveis. Quanto mais falseável for uma teoria mais probabilidade de ser aceita como verdadeira pela comunidade científica, ela será vista conforme o falsificionismo. Portanto, a ciência passa da vulgaridade para os limites infinitos do saber.

A ciência hoje está se desenvolvendo num processo epistemológico, onde a pessoa humana tem acesso a todos os conhecimentos globais, principalmente pela facilidade da globalização, de acordo com o acesso a tecnologia, que facilita a recepção da mesma em diferentes áreas. Pois, a razão é o estuda a partir da filosofia que se preocupa em buscar o sentido das coisas que ocorrem por acaso, o que noutras palavras são caracterizadas como acidentais, conforme o estagirista Aristóteles.

Volta-se a afirmar, na busca de um melhor entendimento, como antes foi mencionado que no processo histórico universal ideológico entre a razão e a ciência consta a origem da ciência. Esta teve o seu nascimento no início da civilização; e, quando o homem começou a se questionar sobre o mundo em que habitava, exatamente, e a partir desse momento começaram as transformações que trouxeram grande influência para a consolidação da ciência.

Desse modo, verifica-se que, inicialmente, o homem construía sua identidade através de suas decisões, passando a conhecer a si mesmo, bem como o seu ambiente. Tudo isso, através de inúmeras experiências advindas do meio. Portanto, a construção do saber tem base nos seus questionamentos a partir da ciência.

Na Ciência Moderna, o senso comum e as experiências de vida são falseáveis. Quanto mais falseável for uma teoria mais probabilidade de ser aceita como verdadeira pela comunidade científica, ela será vista conforme o falsificionismo. Portanto, a ciência passa de vulgaridade para os limites infinitos do saber.

Pela lei da causa e efeito, toda ação corresponde a uma reação igual e contrária da ação. Nesse sentido a razão está associada à capacidade da mente humana de tirar conclusões a partir de perguntas, premissas ou suposições. A razão permite identificar conceitos, definições, resolver situações-problemas, de modo a adquirir coerência em seus resultados.

Através da visão racional a razão é a forma mais adequada e confiável para se chegar a resultados finais; as decisões são apoiadas na autoridade e na intuição, além da emoção e da fé. No pensamento racional, observa-se que, quanto mais consciente for, aí, se tornará mais confiável ao indivíduo, levando-o desenvolver-se e atingir real noção científica.

A pesquisa científica é qualitativa, dedutiva, descritiva e bibliográfica. Tendo como partes intituladas: Abordagem histórica; ciência e razão, como forma de contribuir com inúmeros conhecimentos que servirão para orientar educandos, professores e pesquisadores da área educativa ou outras áreas que se destinam a estudos epistemológicos, para somar com a sociedade.

2 ABORDAGEM HISTÓRICA

2.1 CIÊNCIA

No decorrer do processo histórico científico acredita-se que conforme a visão de inúmeros autores, dentre eles, Rodrigues, Capra, Moraes, et al; , a ciência, enquanto abordagem epistemológica do conhecimento tem a finalidade principal de dar sentido ou explicação àqueles eventos que aparece, enquanto fenômenos, para o discernimento e desvendamento que o ser humano precisa alcançar ou dominar. Mas, isso talvez seja impossível ao humano sem os influxos e mecanismo científicos. É necessário logo em seguida e após a manifestação do fenômeno, haver empenho em buscar e alcançar a sua real distinção. Desse modo, falar de ciência, tal representa o apontar dos meios pelos quais surgem dúvidas e que serão sanadas. Inexistentes.

O fato que se apresenta é objeto de pesquisa científica, quer, por sua vez, dar clareza e senso de realidade ao desconhecido. Enfim, tornar o invisível, visível a todos cientificamente. Entre os papeis que a ciência pode; e vem desempenhando, aí está a vontade de tornar claro a realidade, através de experimentos que, em última instância, quer dar destaque ao ora desconhecido.

Neste contexto, conforme a visão de Piaget a ciência, tratada sob o ponto de vista epistemológico, é encarada como estudo científico, que não pretende ser de ordem dogmaticamente tratada. Tal estudo permite o entendimento que leva à “ciência do conhecimento”.

Assim, quanto às situações, essas problemáticas, certamente, vão receber tratamentos e soluções com apoio de experiências alcançadas e firmadas pelo homem (indivíduo). O que é possível, também, na visão do autor aí mencionado por meio de princípios, tradições e crenças de cada um. Neste contexto é que tal assunto epistemológico deve ser aceito e encarado (PIAJET apud MORAIS, 2014).

E Neste sentido, torna-se mais facilmente possível e explicável o fato de haver diferentes disciplinas com teor científico, que são tratadas diferentemente, cada uma levando-se em consideração a necessidade de se ver esses fatos tratados, enquanto o objeto a ser pesquisado cientificamente. Como exemplo, temos a Matemática, bem como as muitas outras matérias, reconhecidas e tratadas ou estudadas como Ciências Exatas,

Recebe o estudo aqui um tratamento, um exame diferenciado em termo de pesquisa cientificamente válida. Há segmentos que dão margem a diferentes abordagens, quando submetido a exame. O cientificamente colocado terá o seu devido manuseio e, assim, por diante (FRANCELIN, 2015).

Na visão do autor em destaque que, com o passar do tempo, o conhecimento científico do ocidente teve o seguinte tratamento: “foram se construindo tradições de reflexão sobre a ciência que envolveram a validade de seus fundamentos, seus processos e produtos, assim como, a relação que ela estabelece com o contexto mais amplo (RODRIGUES, 2010).

Assim, nos dias da modernidade, houve muitos questionamentos referentes a área científica, fato que outorgou validade de suas estruturas, no âmbito do conhecimento epistemológico e filosófico. Entendimento de (WOLFF, 2006).

A Ciência hoje é um fato marcante que acompanha o homem nas suas tentativas de alcançar melhores dias, pensando na sobrevivência. Mas, contudo, foi na Pré-Modernidade que tal conhecimento epistemológico recebeu seu maior destaque, amparada e alicerçada no contexto racional, nutrido pela fé. Estava em voga principal a compreensão e sentido das coisas. Não se dava ênfase ao aspecto controlador e do trato com o sobrenatural. As coisas e seus significados tinham prioridades. Argumento sustentado por Capra (1982, p. 49).

Alguns autores abordam a Ciência, levando-se em conta alguns aspectos, como: Por Kuhn a Ciência é mencionada como aquilo que descreve o período influenciado e sob a influência de um paradigma atual e aceito, e vivenciado por pesquisadores envolvidos. E portanto, como explica o autor:“ perfilhada por uma comunidade científica. Os cientistas avançam, neste período, dentro dos problemas que o paradigma assumido permite detectar” (KUHN, 1975, apud MAIA, 2015).

Segundo o entendimento de Moraes (1996) em Descartes o conhecimento no século XVII, era adquirido através da intuição e da dedução. Na dúvida metódica ele tinha a sua base. Nela estava a base de seu método. Segundo a autora, em Descartes fica estabelecido os fundamentos do método racional-dedutivo, sendo, portanto, invertida o raciocínio de (BACON apud MORAES, 1996).

Conforme o entendimento de Capra (1982) “o método de pensamento de Descartes e sua concepção da natureza influenciaram todos os ramos da ciência moderna e podem ser ainda hoje muito úteis”, mas, adverte, “só o serão se suas limitações forem reconhecidas”. Descartes criou a estrutura conceitual para a ciência do século XVII, mas ele não pôde concretizar sua concepção da natureza como uma máquina perfeita, governada por leis matemáticas exatas. Ainda, em Capra (1982), ele não fez mais do que esboçar as linhas gerais de sua teoria dos fenômenos naturais. (CAPRA,1982, p. 53).

De acordo com Pádua (1998) o homem necessita de toda autonomia para estar na presença de Deus. Assim: De acordo com a visão do autor quanto à autoridade científica. Conforme Pádua:

A característica marcante do período é a transformação dos textos bíblicos em fonte de autoridade científica e, de modo geral, a existência de uma atitude de preservação/contemplação da natureza, considerada sagrada”(Pádua, 1998, p. 17).

Segundo Capra (1982, p. 53), “o método de pensamento de Descartes e sua concepção da natureza influenciaram todos os ramos da ciência moderna e podem ser ainda hoje muito úteis”, mas, adverte, “só o serão se suas limitações forem reconhecidas”. Descartes criou a estrutura conceitual para a ciência do século XVII, mas ele não pôde concretizar sua concepção da natureza como uma máquina perfeita, governada por leis matemáticas exatas.

De acordo com Capra (1982), ele não fez mais do que esboçar as linhas gerais de sua teoria dos fenômenos naturais.

No século XVIII, pontos de vistas de Descartes, com efeito a forma de encarar o mundo, recebem apoio e complemento por parte de Newton. Nesse cenário percebe-se que, através do empirismo de Bacon, como método de indução e o racionalismo de Descartes, método dedutivo, deram causa a reações, fato este abrandado por Newton, mediante um novo manuseio conceitual na ordem cósmica. Conforme entendimento newtoniano a matemática e física não se tratava de assunto homogêneo.

Há, separadamente, disciplinas de ordem matemática e empírica. Tal ocorre, de modo a priorizar àquele assunto que vai receber explicação, levando-se em conta o ponto de vista da empiria. Assim, neste aspecto faz-se necessário o emprego da ciência.

Sob este argumento é lúcido verificar que a aquisição do conhecimento não tem seu nascedouro na intuição puramente dita, o que, ao contrário, acontece de acordo com uma noção de experiência sensível. É através da obra de Newton, que inventos levados a efeito por destacados pensadores e sábios, como Descartes e muitos outros, recebem um verdadeiro tratamento e são sintetizadas na vida de alguns inventos humanos, querendo trazer ferramentas para manter a sobrevivência do ser humano, melhorando a sociedade remota ou pré-moderna; e sem deixar de visualizar o futuro dessa mesma humanidade, tem suporte e razão de ser em Copérnico, Kepler, Bacon, Galileu, Descartes et al.

2.2 RAZÃO

De acordo com Chaui ( 1994) A palavra Razão é de origem grega. E, visando atingir o seu sentido mais profundo, do ponto de vista do termo, resolveu-se mediante autores renomados e estudiosos do assunto, cujos nomes são destacados a seguir, esclarecer que a razão não está preocupada em extrair produtos da vida empírica advinda de experimentos do campo social e natural do ser humano (CHAUÍ, 1994, p. 59 apud Silva, 2015, p.46).

Desse modo, percebe-se que, entre suas finalidades, uma de suas maiores preocupações, principais, está voltada para a busca do sentido verdadeiro do objeto em observação para, assim, submetê-lo ao crivo de um cuidadoso exame, sabendo que, no oculto do material importante para a razão, também, pode ser vislumbrado alguma coisa deveras importante, que poderá, sobremodo, beneficiar o futuro da humanidade( FRANCELIN, 2015)

Daí, é possível perceber alguns motivos importantes pelos quais a razão tem toda uma preocupação no trato com o objeto em análise; e sem deixar de lado algo de reconhecida importância, como: fenômeno, talvez, que mesmo não podendo ser dimensionado ou identificado como tal, não deva ser abandonado por ser valoroso, no que diz respeito à dimensão sociocultural e humano.

Para o contexto desta pesquisa buscou-se ilustres autores e estudiosos do assunto para dar sentido a investigação em causa. Assim, prossegue o presente estudo; e portanto, percebe-se que a razão não está preocupada em extrair produtos da vida empírica advinda de experimentos do campo social e natural do ser humano.

Mas, antes de qualquer coisa, ela destaca-se na busca consciente do verdadeiro sentido do objeto em observação para submetê-lo ao crivo de um cuidadoso exame, uma vez que no oculto do material importante para a razão, também, pode ser vislumbrado alguma coisa de grande importância em favor do futuro da humanidade( FRANCELIN, 2015)

De acordo com Francelin não há controle pleno ou total da razão sobre o objeto, muito embora, haja o privilégio, como veículo que aborda o indecifrável, de modo a fornecer juízo, no que se refere à forma de verificar e avaliar alguma coisa. Quanto ao certo e o errado, ela não tem um ponto de decisão final.

E, por esses fatos de cunho esclarecedores, envolvendo o assunto Razão, o ser humano é capacitado para decidir lógica e corretamente ao tratar as coisas e fatos a sua volta com perfeita noção da natureza intrínseca e, também, extrínseca ou mesmo, melhor dizendo, a sua volta. A razão tem, apesar disso, a capacidade de levar o indivíduo a compreensão do real e, pela racionalidade inerente ao mesmo, fazê-lo perscrutar, questionar no ato de decifrar mistérios e fenômenos.

Para Tarnas (2003) os gregos se empenharam em buscar desenvolvimento e crescimento intelectual, de modo a ter clareza e certeza a respeito da natureza onde habitavam. Tudo era feito em compromisso e comunhão com a razão. Eles, os gregos, foram os primeiros a buscar respostas convincentes, mesmo cercados de incertezas e mistérios, em face de fenômenos e outros. Tal preocupação, deu início “ao pensamento crítico” (TARNAS,2003,p.86 apud SILVA,2015).

Diante de incessantes buscas e experimentos, cabe destacar a passagem do mito à razão, conforme argumento de Wolff:

Wolff (1996, p. 68), relata que a passagem do mito à razão designa o aparecimento de uma nova ordem do saber que organiza, conjuntamente, novos campos de conhecimentos, que supõem, implicitamente, novos modos de validação e reconhecimento dos discursos verdadeiros, entre os quais se contam a demonstração matemática, que se formaliza com Tales, a investigação cosmológica, que gradativamente se afasta do mito e a investigação histórica, que rompe com a lenda e adquire um caráter sistemático com Heródoto(WOLFF, 1996,p.68. apud SILVA, 2015)

Desse modo, constata que, diante de grande preocupação em adquirir saber, o empenho humano é justificado e permite elevar o mito a condição válida na abertura de novas frentes de conhecimentos. Segundo o autor em destaque, a razão é abordada como “um poder misterioso, podendo ser: a mais ou a menos”. Ela não chega a transformar, integralmente, o mito, mas, sim, as formas de racionalidades.(WOLFF, 1996, p.69, apud SILVA, 2015).

Horkheimer 2002), referindo-se ao mito, argumenta que o mito de esclarecimento efetiva-se tecnicamente. É levado a se submeter na qualidade de objeto, quando a razão, sendo instrumental o lança nessa condição.

Desse modo, percebem-se alguns motivos por que a razão tem essa preocupação de tratar com o objeto em análise sem deixar do lado algo de grande importância, seja: fenômeno, talvez, que mesmo não podendo ser dimensionado ou identificado como tal, não cabe, portanto, ser abandonado, face ao seu valor do ponto de vista sociocultural e humano.

No que diz respeito ao conhecimento propriamente dito, a sua história, inúmeras proposições e tantos outros problemas tiveram o seu destaque mais, significativo, por intermédio de suposições e/ou hipóteses possíveis a partir de métodos rigorosamente adequados, aceitos previamente dentro de um contexto científico e racionalmente aceita.( FRANCELIN, 2015).

De acordo com o mencionado autor, a razão é encarada sob esse aspecto: “ a razão é contextual, depende de um contexto para ser definida(...) (FRANCELIN, 2015).

Para Granger( 1969, p.9) a razão não é algo simplório, que se aprende sem imprimir um maior esforço ou sacrifício. É compreendida como sendo um complexo de cunho cultural. E, portanto, assim, define-se abordando e impondo uma maior clareza; vale mencionar, assim, alguns fatos e importantes e influências que, ao longo dos anos, legaram ao homem uma melhor noção do conhecimento epistemológico.

A respeito da razão, Granges mostra que: “a razão não pode ser limitada a uma formulação lógica, pelo contrário, o pensamento racional é continuamente absorvido pela sociedade e integrado às suas transformações”.

Sobre a razão e o mito, Wolff:

“ o mito não foi substituído por uma razão uniforme e harmônica, pelo contrário, o que ocorreu foi o surgimento de diversas racionalidades conflituais. “não houve uma nova ordem de saber racional substituindo os saberes míticos. O que ocorreu, diz o autor, foi o oposto, os saberes racionais que surgiam eram rivais e antagonistas. Nesse caso, “o nascimento da razão foi ao mesmo, e necessariamente, sua crise. O que nos obrigaria a romper com a ideia, ela própria mítica, de uma razão unificadora.” (WOLFF, 2006, p. 69 apud FRANCELIN, 2015).

Não há como tratar de assunto referente ao racional, sem se lembrar e portanto, dar destaque a figura de alguns autores. E, nesse cenário entre tantos outros, muito embora o tempo por vezes, sinalize ao contrário, a noção aqui, prende-se a René Descartes e Isac Newton. Ambos, com suas inventivas animaram o mundo e deixaram a humanidade mais afeita à racionalidade e a cientificidade.

A Razão representa métodos lógicos. Na presente abordagem desta. É uma reflexão voltada para os campos influxos mentais. Parte-se do cognoscitivo. Grande benefícios na questão do conhecimento epistemológico afluíram com destaque, exatamente, no XVII e XVIII. trouxe significativos benefícios às pessoas daquela era; assim, passam a vivenciar novidades e experimentos positivos, conforme argumento do autor sobre narrativas comprovadas. De acordo com Moraes.

Descartes “foi considerado o fundador da ciência moderna, pai do racionalismo moderno e quem concluiu a formulação filosófica que deu sustentação ao surgimento da ciência moderna durante o século XVII”. (Moraes, 1996, p. 23). Para Descartes, o conhecimento era obtido a partir da intuição e da dedução. Propunha a decomposição do pensamento e dos problemas em suas partes componentes e a disposição dentro de uma ordem lógica. Tinha a dúvida como ponto fundamental de seu método, utilizando-a como instrumento básico de raciocínio, dispensando a demonstração. Descartes estabelece as bases do método racional-dedutivo, invertendo a posição de Bacon anteriormente mencionada.

Quando se trata da razão como instrumento, entende-se que o assunto, em tese, quer tratar, exclusivamente, do modo como o meio natural e o ser humano podem ser analisados e submetê-los à autoridade do indivíduo. E leva em conta os métodos lógicos ou científicos (SILVA, 2015).

Ainda na visão do autor a razão, nesse sentido, representa meios adquiridos pelo homem, a fim de ter um perfeito domínio social e domínio da natureza. Desse modo, pelo que aqui é exposto, a razão é encarada como meio na busca do conhecimento epistemológico, não se preocupando, em princípio, com objetividades e reflexões. O autor, assim, entende a razão. Por Silva:

“afirma que já nascemos com os princípios racionais e com algumas ideias verdadeiras (inatas); surgiu com a polêmica teoria platônica da reminiscência (ninguém aprende nada, apenas recorda). A seu favor existe a questão dos talentos ou da vocação. Ex: o fato de muitas pessoas terem dons ou talentos para a música ou desenho, enquanto outras tem facilidade para os cálculos, ao passo que outras gostam mais da área de humanas ou biológicas, seus defensores afirmam que a razão, a verdade e as ideias racionais são adquiridas por nós somente através das experiências. Antes das experiências, nossa razão é como uma folha em branco onde nada foi escrito. A razão é uma maneira de conhecer e a adquirimos por meio da experiência sensorial ao longo da nossas vidas (SILVA,2015).

De acordo com Araújo, em toda o transcorrer da vida humana, há um relacionamento entre razão e o imaginário. Na realidade ocorre um verdadeiro ritual, quanto a balanços de “avanços, envolvendo recuos. A interpretação das experiências adquiridas são feitas, através da razão surgida como produto da imaginação apoiada a partir do “mito”(ARAUJO, 2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Epistêmica e cientificamente o artigo ora em estudo levou os autores desta pesquisa que resolve priorizar o tema, voltado para o exame cuidadoso do verdadeiro papel da razão e da ciência, numa abordagem epistemológica.

Portanto, a ciência é considerada conhecimento adquirido, através da mediação e da observação. Os dados registrados que vêm à mente da pessoa são resultantes de informações, advindas dos órgãos dos sentidos do indivíduo, sendo certo que tais reflexos, por vezes, adquiridos pela experiência são guardados no homem por um dispositivo largamente, conhecido por “memória.

À medida que dados, leis e normas vão surgindo, assim, são colocados como validade para o estudo ser pautado por meio das hipóteses e dos objetivos levantados. Por esse motivo sugerem-se novas pesquisas: Que fazer para melhorar as relações entre ciência e tecnologia para alertar os estudantes sobre a emergência planetária? Que fazer para melhorar a teoria e observação em ciências para reorientar a educação na área das ciências? Como agir na busca da aquisição dos saberes se, nos dias atuais, há necessidade de aperfeiçoamentos e adaptações visando o alcance de um ensino-aprendizagem de qualidade? São sugestões, cuja finalidade é adquirir inúmeros conhecimentos, do ponto de vista científico, em prol da sociedade.

REFERÊNCIAS

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FRANCELIN, Marivalde Moacir. Razão, ciência e os sentidos da informação. http://fsetemac.blogspot.com/2012/03/razao-filosofica.html. Acesso em 15 Jan 2015.

GRANGER, Gilles-Gaston. A razão. Tradução: Lúcia Seixas Prado e Bento Prado Júnior. São Paulo: Difusão Européia do Livro,1969. http://www.dgz.org.br/ago13/Art_07.htm. Acesso em 15 Jan 2015.

HILTON, Japiassu. Introdução ao pensamento epistemológico. Rio de Janeiro: S/A. 1934

em MORAIS, Maria Aparecida Dantas. http://www.webartigos.com/artigos/a-epistemologia-na-visao-de-piaget-e-da-ciencia/128235/#ixzz3P5NZv8yn. Acessado em 16 de Jan 2015.

PENNA, Antonio Gomes. Introdução à epistemologia. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000.

SILVA, Josué Cândido da. Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação. http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/aristoteles-e-o-papel-da-razao-nada-esta-no-intelecto-antes-de-ter-passado-pelos-sentidos.htm. Acesso em 15 Jan 2015.

SILVA, Rodolfo Fernandes da; TOURINHO, Leila Silva Latuf Seixas. O despertar da Razão no Indivíduo.www.theoria.com.br/edição0109/0_Despertar_da_Razão_no_Indivíduo.pdf

TARNAS, Richard. A epopeia do pensamento ocidental: para compreender as ideias que moldaram nossa visão de mundo.6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

WOLFF, Francis. Nascimento da razão, origem da crise. In: NOVAES, Adauto(Org). A crise da razão. São Paulo: Companhia das Letras, 2006,p. 67-822. http://www.dgz.org.br/ago13/Art_07.htm. Acesso em 15 Jan 2015.