PENSAMENTO E AÇÃO

Quando passamos por uma situação, aparentemente sem saída, nos apegamos cegamente a uma visão e não abrimos nossos olhos para a realidade. Essa realidade, em parte, é a de que estamos diante de um problema, sem saber como resolvê-lo. Isso é muito comum em nossas vidas.

Muitas dessas situações nos deixam pessimistas e desacreditados em relação a Deus, às pessoas e a nós mesmos. Ficamos vulneráveis a certas influências e somos facilmente enganados. Nesses momentos surgem pessoas se aproveitando de nossas fraquezas e desilusões, e se aproximam não com a intenção de ajudar, mas de tirar algum proveito. Podemos observar atitudes assim dentro de alguns segmentos religiosos.

Alguns líderes religiosos exploram o suor dos trabalhadores na maior falsidade, forjando situações, estimulando contendas e usando até mesmo o nome de Jesus para tal fim. Eles se aproveitam do momento de vulnerabilidade para atraí-los para suas igrejas e ideias, prometendo curas, salvação, bom emprego e uma infinidade de “bênçãos”, como eles chamam. De vez em quando, vejo alguns falarem que depois que se converteram para determinada seita religiosa arrumaram emprego, compraram casas, carros, apartamentos e conseguiram uma infinidade de benefícios materiais. Será que nosso adentramento em uma instituição religiosa deve visar a aquisição de valores monetários? É só isso que nos mantém?

Embasados em ideais de compra e venda, lucro e status, muitos partícipes de ramos diversos querem nos comprar com suas promessas, e nós pagamos e nos vendemos, ao mesmo tempo, por acreditarmos em palavras e promessas soltas, sem o respaldo e a comprovação através de atitudes. Fuja deles... Até falsos testemunhos eles dão em frente às pessoas e as câmeras para conseguirem adeptos para suas propostas.

Fique atento quanto a isso. Tome cuidado com os falsos profetas, sobre os quais Jesus nos asseverou. Eles falam bonito, se vestem bem, mas observe quais são suas reais intenções. O Cristo nunca cobrou um centavo daqueles que o seguiam ou daqueles que curou. O que ele pedia era mudança de comportamento dizendo, “vá e não peques mais”.

Os ensinamentos de Jesus foram todos corrompidos de acordo com

os interesses mais vis, e até em nome de Jesus se mata alguém.

Alguns representantes religiosos são donos de impérios, grandes propriedades de terra que afirmam eles ser da igreja, quando na verdade, alguém desfruta da regalia oferecida por pessoas que tiram de dentro de casa para doar.

Com Martinho Lutero, ao discordar dos ditames da Igreja Católica e se rebelar contra toda aquela usurpação do pagamento de indulgências, nasceu o Protestantismo. Ele não admitia a ideia __e com toda razão__ de que ninguém poderia comprar a salvação ou o perdão de Deus, pagando em moeda para isso.

Para ser Cristão são necessárias a caridade, humildade, idoneidade, e a libertação não se compra, conquista-se com esforço, renúncia e compaixão.

O Protestantismo se dividiu, subdividiu-se, e milhares de ramificações surgiram, mas o intento de Lutero foi ignorado por muitos, pois se tornou comércio e fonte de renda, enchendo o bolso de milhões que dizem trabalhar para Deus.

Se quisermos conhecer de fato se uma pessoa trabalha dentro de um segmento religioso, social ou político por amor, basta retirarmos o salário que ganha e assim veremos se tem amor à causa.

Deveria haver leis voltadas para essas questões, e que não fossem sancionadas por deputados, senadores, vereadores, prefeitos, governadores e presidentes, mas por nós, o povo, através de plebiscitos, limitando os salários dessas pessoas, mas sem essas diferenças exorbitantes do salário mínimo vigente. Se isso ocorresse, haveria uma seleção natural e somente os determinados e patriotas seguiriam o caminho.

Os próprios deputados são que escolhem o quanto vão ganhar e qual será o valor do salário mínimo. São eles, juntamente com os senadores, que deveriam votar em projetos destinados a benefício da sociedade e primar pelo cumprimento da lei e o bem estar de uma nação. O mais interessante de tudo isso é que quando se trata de um aumento salarial, para eles, essa porcentagem é astronômica. Quanto ao salário mínimo, não preciso nem dizer nada.

Agora me responda: Por que é que eles podem ganhar muito mais, já que perante a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, adotada e proclamada pela resolução 217 A (III), da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, Artigo I, diz que “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”. Que fraternidade é essa que uns podem ganhar cinquenta vezes mais do que os outros? Isso é igualdade?

Não se deixe enganar por eles. Seu voto e essa coisa de dízimo, dez por cento que você doa, em alguns casos, é para manter o luxo de muitos. Acorde, você está sendo enganado. Você acha justo tirar dez por cento de seu mísero salário para sustentar a mordomia dos outros? Se você quiser ajudar alguém, dê uma cesta básica, consiga um trabalho para o vizinho, apadrinhe uma criança, dê um medicamento para outro e vote em uma pessoa nobre.

Diga-me, para onde está indo o dinheiro que você está dando? Será que Deus tem conta bancária? É claro que não, mas alguém está pegando esse dinheiro, em nome de Deus, e pode ter certeza que Deus não está pegando um centavo. Sabe por quê? Porque Deus, Jesus não precisam de dinheiro e não querem esse tipo de ajuda a eles. O que eles nos pedem é correção de nossos hábitos infelizes e mudança de atitudes, destinando os valores espirituais e amoedados ao auxílio das necessidades básicas de nossos irmãos.

Se nossa instituição precisa de ajuda, vamos ver do que ela está precisando e pensarmos no que pode ser feito. Cada um deve ajudar com e como puder.

Não se iluda com esse pensamento de que seu dízimo vai te salvar. Quando Jesus vem falar para nós do Óbolo da Viúva, quer nos dizer, em forma de parábola, que a verdadeira caridade é aquela que damos o que temos para dar e o que podemos doar. Podemos doar alguns minutos para alguém com uma conversa fraterna, uma orientação, mas deixamos de fazer isso interessados em atender nossos interesses. Outras vezes, poderíamos ajudar muito mais do que estamos ajudando, até mesmo em termos materiais, e não o fazemos. Deveríamos dar nosso esforço, nosso apoio, dando o máximo de nós, mas nos escondemos por detrás de certas vantagens.

Aquela viúva deu tudo o que tinha, ou seja, deu o máximo dela, esforçou-se ao extremo para ajudar. Ela deu seu último dinheiro. Naquele instante, aquela distinta senhora entendeu que dar é não se importar só com as nossas necessidades, e entendeu que o valor do que doamos não está na quantidade, mas na forma como fazemos isso; está em abrir mão daquilo que poderá nos fazer falta, na certeza de que Deus está trabalhando através de nós e Ele de tudo nos proverá, auxiliando-nos em nossa andança, não fazendo nossa parte, mas dando-nos estímulos e forças para cumpri-la, segurando sempre nossas frágeis mãos de crianças crescidas que não compreendem, a princípio, a holística divina.

O que acontece, no fundo, é que quando passamos por dificuldades queremos que alguém venha e resolva a questão para nós, e estamos tão acostumados a pagar e a cobrar que cremos que Deus também age assim. Imagine se toda vez que passarmos por conflitos, Deus e Jesus viessem solucionar nossos dilemas? Como cresceríamos? Eles irão, quando buscados por nós, e até mesmo quando não, nos auxiliar, mas temos que fazer a parte que nos cabe: Trabalhar dedicadamente, enfrentando os labores, assumindo a tarefa que nos foi incumbida. Se ficarmos na dependência total do auxílio direto de um anjo amigo, seremos congelados por nossas fraquezas e falta de fé em nós mesmos; nunca seremos guerreiros de verdade.

Levante, fique de pé. Creia na vitória, siga em frente acreditando em suas próprias forças. Transmute.

Pare, pense, reflita.

Zé vivia pedindo a Deus para ganhar na Loteria e vivia reclamando por não ganhar. Ficava sempre pelos cantos a reclamar e continuava a pedir a Deus para que ganhasse o prêmio. Um dia, enquanto reclamava, Deus veio e falou:

_Zé, tudo bem que você queira ganhar na Loteria, mas, por favor, pelo menos compre o bilhete, Zé...

Os desafios são testes para a confirmação de nossa fé. Não devem ser vistos como castigos, mas como revisão e oportunidades para os aproveitarmos como uma escada para nossa ascensão. Ao tomarmos a decisão de seguir o bom caminho, Deus enviará seus mensageiros e inspirações para vencermos as batalhas que irrompem para nos fortalecer e fazer-nos pensar e mudar de direção.

Através da reflexão sobre atos e consequências, aprenderemos como

seguir o caminho. Olhemos para trás, para os lados para o alto e para frente. Assim é que vem o aprendizado.

Não há nada de errado em pedirmos ajuda a Deus, porém temos que nos empenhar e cumprir com nossa função. Repassar e desforrar ofensas e ficar obcecado com a vingança, seja como encarnados ou desencarnados, é ficarmos agarrados na crosta terrestre. A mudança desse estado de conturbação é questão de decisão e um ato de auto fé. Devido à ausência desse ato é que mentes e corações se agarram no inferno de suas próprias consciências, se tornando lavas a emergir de uma erupção vulcânica, queimando tudo em sua volta, se convertendo e se solidificando em rochas escuras, aguardando, mais uma vez, pela misericórdia divina, enquanto esfriam.

Manifeste sua força. Ao perceber que sua ilusão acabou, caia na real e não fique só a lamentar-se. A autonomia em nosso destino é o que nos faz responsáveis.

Ao descobrirmos que aquilo em que acreditávamos tinha falso valor, não desanimemos. São nesses momentos que amadurecemos e ficaremos mais cautelosos em relação ao que vemos, ouvimos, sentimos, falamos e fazemos. Não se preocupe, são apenas fases. São as fases do crescimento.

Não culpe ninguém, nem a si mesmo. Apenas aceite, reconheça sua condição de velejador dos mares tempestuosos, às vezes brandos, serenos em outras épocas, mas nossa atenção no leme desse barco é primordial para que ele não naufrague. As ondas quando chegam não vêm para destruir, mas para movimentar. Somos nós que não entendemos e não nos precavemos dos alertas do Oceano. O navegador vive em busca de um farol no meio das tempestades notívagas, mas raramente se lembra de velejar enquanto é dia.