BULLYING NAS UNIVERSIDADES

Primeiramente, vamos ao conceito de BULLYING: Bullying é uma palavra de origem inglesa, pouco conhecida em território brasileiro. É derivada do verbo inglês "bully", que significa usar de poder para subordinar alguém. No Brasil, é compreendida como todas as atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, praticadas por um ou mais indivíduos contra outro, numa relação desigual de poder.

É comum tratarmos do tema acima, mas apenas focando-nos nas faixas etárias que vão dos 5 aos 18 anos, mas, analisando mais de perto o caso de bullying no mundo, e, após pesquisa em fontes seguras em diversos sítios na internet, descobri que o assunto vai além das fronteiras do ensino básico, fundamental e médio, adentrando com toda a força no curso superior.

Compartilho com meus leitores, parte de um artigo de autoria de uma pedadoga de renome no cenário brasileiro - Ângela Adriana de Almeida Lima -, que, de forma clara, sucinta, objetiva e compreensível, nos traz o lastimável esclarecimento: "Em ambientes universitários, governados por pessoas insensíveis à violência, esta situação é vista como processo natural e comumente ignorada. Atitudes abusivas por parte de docentes que utilizam o recurso "avaliação" como forma de punir e alienar o aluno acontecem em universidades também. Outras situações comuns são as pressões psicológicas sofridas quanto à produção de trabalhos científicos, atitudes abusivas - envolvendo hierarquias - por parte dos orientadores e intimidações causadas por algumas Bancas Examinadoras. Ainda em relação aos TCCs, o Bullying acaba manipulando a produção do pesquisador, impedindo-o de expôr suas ideias e tornando-o um alienado. Preconceitos de raça, classe, gênero, cor, sexo, nacionalidade, religião e crenças diversas; discriminação contra bolsistas e cursistas - principalmente da área de licenciaturas - também estão presentes no nível superior".

Pois bem. O fato existe, é notório e precisa ser banido.

Que fazer? Você me questiona.

Como Acadêmica de Direito e trabalhando numa Defensoria Pública, arrisco-me a dar-lhes alguns conselhos que serão muito favoráveis a você.

Faça o seguinte:

- Faça 'ouvido de mercador' (finja que não ouve) em certas ocasiões;

- Muna-se, o máximo de documentos, gravações, testemunhas e outros recursos que possam ser favoráveis numa ação processual futura e tente suportar a barra até onde der;

- Comunique o fato que está ocorrendo a alguém influente na instituição de ensino. Saiba: Geralmente, eles desconversam e afirmam que você está equivocado. Emudeça. Se souberem que você já fez ou faz terapias, o caso se complica e podem até te rotularem de louco(a);

- Se você chegar a fazer terapias por causa dos abusos oriundos da prática de bullying, é imprescindível que você relate tudo ao seu psicólogo ou psiquiatra para que fique registrado em seu prontuário. O juiz, no momento de análise da sua demanda, poderá requerer a cópia dos laudos médicos como parte das provas a seu favor;

- Guarde cópia das requisições de remédios prescritos por seu psiquiatra/clínico geral, que precisou tomar para poder suportar a situação;

- Relate o crime do bullyng que você está vivenciando para seus familiares;

- Compartilhe seu drama com outras pessoas, inclusive da mesma instituição, preferencialmente e se possível for. Encontre aliados. Você vai precisar deles.

Sei do caso de uma aluna que um professor, por não 'ir com a cara' da discente, sempre que queria fazer menção de algum fato depreciativo em sala de aula, citava seu nome como exemplo. Isto numa universidade, heim?

A aluna ficava emudecida, calada, quieta, mas guardava consigo as gravações dos abusos praticados em sala e também observava o comportamento dos 'colegas' que eram coniventes com o mestre (se é que assim podemos intitulá-lo).

Tudo tem um tempo, e um dia a casa cai.

Nada é eterno! Só as marcas dos abusos contra a vítima do ato discriminatório.

Sempre afirmo que somos como uma mala: Vamos suportando coisas dentro. Colocando e permitindo que coloquem coisas e mais coisas no nosso interior, mas, há momento que a 'mala' está tão cheia, tão superlotada que se colocarem um par de meias, ela estoura! Assim somos nós, humanos!

A professora Ângela Lima, prossegue com a seguinte assertiva: "Acreditar que estudantes universitários apresentam uma capacidade maior de defesa é, na maioria das vezes, um equívoco, pois eles necessitam de apoio, respeito, também perdem sua dignidade, sofrem e, consequentemente, agridem, ignoram, discriminam, matam e se suicidam, passando de vítimas para agressores e mantendo assim, o círculo vicioso do Bullying. A marginalização social no Ensino superior é uma característica comum nos protagonistas do Bullying, que está intimamente ligado a posições desiguais de poder e apresentam consequências para além das Universidades, se estendendo por todos os segmentos sociais".

Lendo o trechinho acima, o caso se complica, pois sai da esfera universitária para diversos outros segmentos sociais, uma vez que o problema toma outras proporções e dimensões.

Desta feita, o que fazer?

Respondo: Detectar o abuso, tomar atitudes e seguir em frente.

Esta é a fórmula correta diante do crime denominado Bullying.

Mesmo assim, tente ser feliz!

Com bullying ou sem bullying o bom desta vida é ser feliz!

Fátima Burégio
Enviado por Fátima Burégio em 27/01/2013
Reeditado em 31/01/2013
Código do texto: T4107998
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