Ensino de História: a proclamação da república

Proclamação da República – Aula 2

Sociedade e cidadania no Império – 1822 a 1889

Significado do Império: Escravidão do negro; voto censitário - para alguns – A Constituição de 1824 era classista, participava da vida social e política quem tinha dinheiro e poder.

Prevaleciam os latifundiários, grandes proprietários de terras e de escravos. O Império foi estabelecido para servir a esta classe.

A legislação imperial intimidava, punia os movimentos sociais (1840-1850). Veja como esse tipo de política persiste em muitos cantos da sociedade brasileira, na herança política brasileira.

- Para ser deputado exigia-se ser brasileiro nato, católico apostólico romano, renda líquida superior a 400$000 reis por ano. Um Deputado tinha mandato de 4 anos. Mandao de Senador era vitalício. Para ser senador tinha que possuir renda líquida superior a 800$000 reis.

- O Brasil sofria forte influência da Inglaterra em nossa política e modelo econômico: os ingleses vendiam comida, roupa, emprestavam dinheiro. Nos ensinaram até o uso do guarda-chuva e da bengala.

1850 – Mudanças no cenário econômico mundial: surto industrial e urbanização

Na época imperial a principal atividade econômica no Brasil foi a agricultura e isso continuou por muitos anos e ainda hoje há quem pregue a vocação agrária do nosso país. O Brasil produzia para o mercado externo.

Como produzíamos uma coisa por vez, monoculturas, do açúcar, algodão, tabaco, as crises nos afetavam tragicamente.

O café é dos produtos cujo crescimento é notável. Seu terreno favorável é o Oeste de São Paulo. Isso faz com que os fazendeiros se mudem para as cidades, deixando as grandes fazendas e com isso vão tendo contatos com as ideias revolucionárias em circulação nos meios intelectuais. Por isso há grande progresso nos transportes e fomento de indústrias.

O escravismo já não compensa. O dinheiro para compra de escravos pode ser direcionado para outros investimentos.

As relações e divisões de trabalho mudam. Surgem os assalariados, artistas, intelectuais, advogados, juízes (classe média).

Ideias revolucionárias circulam entre a população e conseguem adeptos: abolicionismo, república, eleições mais amplas. Surgem os comícios, os jornais, luta contra o analfabetismo.

Nascimento da oposição à Monarquia

O Império desagrada, aos poucos, a burguesia nascente, proletariado, semi-proletariado e os servos.

Fazendeiros - Os fazendeiros do café se dividem a respeito da monarquia. Os do Oeste Paulista ficam contra e os do Vale da Paraiba permanecem favoráveis. Os últimos escravistas e os primeiros pelo serviço assalariado e pela imigração.

Novo Partido - Surge o Partido Republicano que defende o federalismo e a autonomia para as províncias.

Clero progressista - O clero que incluia elementos cultos e que se simpatizava com o sofrimento da população e pelas homilias enfrentava o regime. Embora o ramo conservador da Igreja Católica Apostólica Romana apoiasse o regime;

Classe média no Exército - O Exército que terá um papel especial a ser analisado. Nele estavam as camadas mais pobres da população que o tinham como forma de ascender socialmente. A República, antiga revindicação desde os tempos coloniais, foi obra da classe média, representada em 15 de novembro pelo setor militar;

Industriais - O desejo de muitos de industrialização do país. A Monarquia era lenta em cuidar disso.

Proclamação da República

A República não foi unanimidade entre as classes sociais, como foi a Independência. Alguns latifundiários queriam-na, nem todos. A burguesia nascente deseja mas era temerosa. A pequena burguesia era aguerrida na defesa da ideia republicana. O proletariado e o semi-proletariado não tinha consciência política necessária. Os escravos estavam estáticos e isolados.

A República logo se altera. A burguesia vai se aliando ao latifúndio e ao imperialismo inglês, dando origem a política dos governadores.

Independência e República não foram revoluções. Adequaram apenas classes no poder.

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Bibliografia:

CASALECCHI, José Enio. A proclamação da república. São Paulo: Brasiliense, 1981;

MOCELIN, Renato. História crítica da nação brasileira. São Paulo: Editora do Brasil.

SANTOS, Joel Rufino. História nova do Brasil (Volume IV). São Paulo: Brasiliense;

SODRÉ, Nelson Werneck. História e materialismo histórico no Brasil. São Paulo: Global Editora. (Especialmente as páginas 27 a 40.

-------------------------------. Introdução à revolução brasileira (3ª ed.), São Paulo: Ciências Humanas, 1978.

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