A escola que nos empurram

As escolas ainda carecem de uma reestruturação no que concerne a gestão escolar participativa. No âmbito da pesquisa, percebeu-se claramente que a maioria dos professores desconhece a amplitude desse processo. Quando a escola proporciona integração e interatividade para que, conjuntamente, docentes e comunidade deliberem sobre os diversos procedimentos, percebemos que a maioria se abstém. De todos os lados encontramos ‘certo abandono’.

Por outro lado, também percebemos que os docentes foram ‘sobrecarregados’ com a falsa impressão de que toda a responsabilidade cabe a eles. Vemos isso claramente quando o professor sente-se sozinho na longa jornada de disciplinar um aluno transgressor ou resolver problemas que, a principio, seriam de âmbito exclusivo da administração da escola. Isso tem gerado desgastes desnecessários a ambas as partes.

Já a comunidade, composta principalmente pelos pais, atua na escola de forma negligenciada. Mesmo quando convocados para falar do desempenho de seus filhos, muitos nunca compareceram a escola. Em conselhos de classe participativos, compostos de pais, alunos, professores e direção, a participação também é insignificante. Nesse caso, temos a perpetualização de um grave equívoco social: o pensamento de que a educação da criança é obrigação única da escola.

Como tudo é embasado culturalmente, somente a longo prazo é que se pode mudar esse quadro. Um trabalho conjunto do governo, direção e docentes para conscientizar a sociedade de que a formação cidadã ocorre todos os dias, dentro e fora da escola. Incentivar os pais a participarem e proporcionar voz para que as mudanças aconteçam é outra meta a ser traçada.