QUASE PORNOGRÁFICO

Não sou puritano. Nem hipócrita a ponto de dizer que nunca vi, li ou acessei pornografia. Mas parece que a erotização nas novelas e séries brasileiras anda extrapolando um pouco os limites do bom senso.

Não costumo assistir novelas, por falta de paciência e por falta de conteúdo e criatividade do que passa na telinha atualmente. Mas, por acaso, liguei a TV para assistir ao noticiário local e este já tinha acabado. No ar, a trama das dezenove horas, por sinal reciclagem de uma novela dos anos 80. Cena de amor de um dos casais da história, só não me perguntem o nome dos personagens nem de seus intérpretes. O que me surpreendeu foi o conteúdo quase explícito da cena, em um horário que, pelo menos no tempo que eu acompanhava telenovelas, era considerado familiar, as crianças costumavam assistir. Não sou a favor da censura e abomino todo tipo de limitação à arte de verdade. A questão é que cada vez mais as emissoras apelam para a exibição de belos corpos seminus em cenas cada vez mais ousadas, com o objetivo de levantar a audiência de tramas que, na maioria das vezes, pecam pela mesmice e pela repetição. Acho erotismo válido e considero mais insinuante do que cenas de sexo explícito, por que deixam espaço para a imaginação. Mas que não se use desse meio para subir a audiência, quando falta uma história interessante para contar. E menos ainda em um horário quase vespertino, com classificação de 10 anos!

E ainda há quem critique a erotização precoce de nossas crianças e pré-adolescentes. Mas nem poderia ser doutra forma, diante do bombardeio diário de sensualidade, vulgarizando e banalizando algo tão sublime e único como o sexo.