Siron Franco e seus segredos

Siron Franco nasceu na cidade de Goiás Velho, em Goiás e começou no mundo da arte fazendo retratos. Nos anos 1960, se mudou para São Paulo e participou da sua primeira exposição. Hoje, é reconhecido internacionalmente e tem mais de três mil obras.

Do surrealismo e da arte fantástica para a pesquisa de materiais, formas e cores atual, o artista goiano preenche sua obra com questões sociais, por exemplo. Como quando realizou a série Césio, atuando contra o descaso das autoridades diante do desamparo dos cidadãos pelo acidente com o césio 37, elemento radioativo que causaria grandes danos de saúde a pessoas pobres de Goiânia. Também denunciou a caça e a matança de animais em suas obras, bem como fez um memorial em homenagem ao contínuo massacre das populações indígenas.

Por outro lado, Siron possui um domínio técnico que o leva a desenvolver a própria linguagem artística, ao par de todas as questões sociais e temáticas.

Na série Segredos, o artista foca, principalmente, em segredos que encobrem o Sagrado: o mistério da vida, da criação, da oração e da intuição. Nessa série, composta de quinze pinturas, dois quadros e cinco esculturas, Siron utiliza óleo, chumbo, carvão moído, borracha, CDs, tecelagem africana e ouro sobre as telas somados à esculturas feitas de aço, mármore sintético e graxa. O ouro serve como material sagrado dessas composições cuja ideia é provocar reflexões, intrigar, deixar mesmo um ponto de interrogação na cabeça no público.

Mas suas obras, em Segredos, não são abstrações, conforme diz o próprio pintor. Dentre carimbos cobertos com ouro, tecelagem africanas em colagens e a palavra segredo em chinês, suas obras possuem um realismo interno de Siron, uma realidade sua, uma série de imagens que estão contidos em suas telas.

Pintor, desenhista e escultor, Siron teve uma trajetória incomum como artista, principalmente pela originalidade de sua pintura e pela expectativa como foi disseminada a orientação da sua obra, aceitável ou previsível pelas escolas, pela mídia ou pela moda e que foi seguida por muitos artistas.

Para Siron Franco “a arte tem a finalidade de tentar dias melhores para o homem”. O artista afirma: “eu tento, ao meu modo, testemunhar a minha época, o que faço é uma crônica subjetiva da época em que vivo”.

Com uma diversidade enorme de peças criadas, dentre instalações e interferências, teve sua obra representada em mais de cem coletivas em todo o mundo, nos mais importantes salões e bienais.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 21/04/2014
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