SERENIDADE DA VELHICE
Os jovens imaginam que os velhos são bobocas, os idosos têm certeza que os jovens os são. Tirei essa conclusão lendo um artigo em um e-mail, onde um rapaz afronta um idoso com insinuações, dizendo viver num mundo evoluído: telefones celulares, televisão a cabo, internet, ilustres desconhecidos em décadas passadas; o velho apenas respondeu: “Ainda bem que o mundo atualmente esta evoluído, visto que, fomos nós os idosos de hoje que as inventamos”.
Fico saudoso quando recordo do meu tempo de juventude das inúmeras tolices praticadas, acabrunha-me, não de tê-las cometido, hoje, as quais cometê-las seriam realmente impraticáveis. A cada idade cabe uma conduta: os jovens andam e aprontam em grupos,os adultos em pares e os velhos preferem caminharem sozinhos, ou no máximo com sua companheira.
Nos olhos dos jovens incendeia a chama do vigor, nos olhares dos velhos brilha a quietude e a luz da experiência, o inusitado jamais me sobressaltará.
Aos dez anos vivi serenamente; aos vinte, fui apetecido pela conquista em busca do desejo prazeroso; aos trinta deparei-me com o amadurecimento e a razão; aos quarenta me senti plenamente criterioso, sem jamais deixar de alimentar a criança que existe dentro de mim. Outrossim, não penso e nem pretendo chegar até aos oitenta anos, porém muitas pessoas não chegam, porquanto, perdem muito tempo tentando ficar nos quarenta, o qual realmente, é o melhor período das nossas vidas, devido estabilidade financeira e sensatez.
O homem deve fazer de tudo para ser belo aos vinte, forte aos trinta, sensato aos quarenta e sábio aos cinqüenta. Quado se passa dos sessenta, poucas são as coisas, as quais nos parecem absurdas devido retornarmos a ter a serenidade do tempo de menino.
Quando eu era jovem os idosos diziam: verás quando chegar aos cinquenta, hoje já com mais de setenta, afirmo que pouco percebi, apesar de ter muito aprendido e surpreendo-me como essas décadas passaram-se bem rapidamente.
Que os jovens vivam uma juventude sadia, buscando elementos no decorrer dos anos para serem sábios na sua velhice, sem jamais negá-la.