Documentário José e Pilar (Saramago) Resenha

Resenha Documentário José e Pilar

Gravado nos anos 2007 e 2088 pelo documentarista, Miguel Gonçalves Mendes uma produção brasileira e espanhola. Trata-se da intimidade do escritor português e o relacionamento com Pilar. Podemos constatar que o escritor, usa no seu processo de criação, ouvir música clássica e jogar paciência (solitário) no computador antes de começar seu labor. Permeiam suas interações com seus admiradores respondendo perguntas e se posicionando a respeito de Deus, trechos de seus livros que vão sendo recordados, através das documentários.

Além disso, a rotina de Saramago, de maneira mais natural possível, as refeições, de pijama, uma enorme biblioteca, viagens realizadas. Aos críticos sobre a figura de Pilar, o que estaria Yoko Ono para John Lennon, não transparecem no documentário, sim como mulher dinâmica e parceira fiel e incentivadora, musa e fonte de inspiração do escritor. Tudo é por Pilar.

Quando a doença se agrava é o momento que emociona e causa tristeza, interrompe sua viagem, e acaba sendo internado. O recurso cinematográfico, é tosco, beirando ao amadorismo, existem vozes em ao fundo que atrapalham a fala dos protagonistas quase em “off”, a mescla dos idiomas (português e espanhol) atrapalham bastante a compreensão, mas perpassa a ideia de uma intimidade “natural” que soa forçado pela presença da câmera.

Enfim, como escrevi e verbalizei em aula, SARAMAGO, é o próprio Elefante da Viagem. Fico com as frases iniciais do filme. “Como comunidade a espécie humana é um desastre, e diferença entre morrer e viver é o estar e o não estar.”