A alegoria da caverna de Platão - Por Angie Boanerges

Nascemos dentro de uma caverna e as projeções na parede são as coisas que nos são apresentadas como verdades, caminhos e até como destino que de uma certa forma, nos traz a sensação que é o ápice do que existe e a mediocridade é o mais alto posto a se chegar.

Os prisioneiros somos nós, procrastinadores e bem confortáveis algemados em correntes e grilhões, satisfeitos com a falsa contemplação do "Belo". Até que algo dentro de nós, começa a questionar se a caverna é o limite, salientando que, "quem tem limite é município", o desejo de 'algo mais" que carregamos em nosso DNA grita, mas, nem todos conseguem ouvir este grito interior e têm a ousadia de se levantar de sua zona de conforto, quebrar suas prisões e buscar o conhecimento e outras realidades.

O ousado fugitivo, dá voz ao seu filósofo interior e sai em busca do objeto de projeção das imagens, até que a luz do sol incomoda sua retina, diminuindo suas pupilas, nas quais a reação mais natural é fechar os olhos e esperar que parem de arder! O choque com o real, o primeiro impacto de uma nova realidade e perspectiva que ampliam os horizontes da visão de quem estava no escuro. Quando ele vê a amplitude fora da caverna, entende-se que há muito conhecimento ainda não explorado.

A euforia da nova descoberta toma conta e o desejo é sair gritando aos quatro cantos tudo que vimos e aprendemos do lado de fora; ao voltar à caverna e relatar os acontecimentos e novas experiências vividas, alguns nos têm por "loucos", outros acham melhor não ouvir, alguns agem como gatos: "Se alongam, ignoram e fingem demência", outros têm reações bovinas: "huuumm, huuumm"... Outros se revoltam de forma agressiva, gritam e até querem aprisionar outra vez ou nos matar, até porque, se você traz a luz a um sábio, você o torna mais sábio, se traz a luz a um tolo, você o torna seu inimigo.

A ideia de Platão era que as pessoas entendessem que existe um mundo além do mundo, um vasto universo a ser explorado, além do que nos foi apresentado, mas é necessário quebrar as correntes das limitações e se expandir as novas possibilidades.