A música escolhida foi: Sobradinho de Sá e Guarabyra

O homem chega e já desfaz a natureza

Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar

O São Francisco lá prá cima da Bahia

Diz que dia menos dia, vai subir bem devagar

E passo a passo vai cumprindo a profecia

Do beato que dizia que o sertão ia alagar

O sertão vai virar mar...

Dá no coração

O medo que algum dia

o mar também vire sertão

Vai virar mar,

Dá no coração

O medo que algum dia

O mar também vire sertão

Adeus Remanso, Casa - Nova, Sento-Sé

Adeus Pilão Arcado, vem o rio te engolir

Debaixo d'água lá se vai a vida inteira

Por cima da cachoeira o Gaiola vai subir

Vai ter barragem no salto do Sobradinho

E o povo vai se embora com medo de se afogar

O sertão vai virar mar...

Dá no coração

O medo que algum dia

O mar também vire sertão

Vai virar mar

Dá no coração

O medo que algum dia

O mar também vire sertão

Remanso, Casa-Nova, Sento-sé, Pilão Arcado

Sobradinho

Adeus, adeus!

Sá e Guarabyra fizeram essa música que é um clássico da música popular brasileira, na década de 70, em forma de protesto contra a construção da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, no estado da Bahia. Infelizmente esse tipo de construção envolve muitos riscos, principalmente ambientais e sociais.

A construção da barragem de sobradinho inundou as cidades de, Remanso, Casa-Nova, Santo-Sé e Pilão Arcado, que são citadas na música, expulsando seus moradores, inclusive ainda existem essas cidades, mas tiveram que mudar de endereço com o surgimento da usina.

É válido ressaltar que os compositores utilizaram ainda a profecia de Antônio Conselheiro de que o sertão vai virar mar o e o mar irá virar sertão para evidenciar os impactos causados pela construção da barragem.

A letra da música expressa à relação do homem com a natureza, uma vez que ocorre uma ação antrópica no meio natural, provocando muitos impactos sócio-ambientais. Afetando assim a vida do ser humano, com as inúmeras perdas, seja de bens materiais, culturais ou indenitários.

Com isso fica a reflexão, sobre o “desenvolvimento”, o mundo moderno, que causa tanta destruição, tantos impactos, será que só o capitalismo importa? No caso das hidrelétricas mesmo, que causa tantos danos que não são compensados por indenizações materiais, isso é quando acontece.

Márcia Trindade
Enviado por Márcia Trindade em 08/02/2021
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