PREFÁCIO DO LIVRO PORTUGAL E ESPANHA

Geraldo Rodrigues da Costa, Geraldinho do Engenho, nos surpreende com uma obra literária inovadora em seu estilo e em sua carreira de consagrado escritor bom-despachense. O poeta, o cronista e o historiador já nos brindaram com belas paisagens e personagens de seu rincão natal, as terras do belo vale do Bom Jardim do Picão, tão apreciados por seus leitores em mais de uma dezena de livros que publicou.

Um escritor pode se tornar universal escrevendo sobre seu povoado, a sua gente, a sua geografia, linguajares e costumes de seu povo, como Geraldinho vem fazendo nos últimos anos.

Mas eis que nesse ano de graça de 2015, este consagrado cronista atravessa a planície do Rio Picão, rio de seus sonhos e de sua infância, que tem marcado sua vida toda. Atravessa os cerrados e as montanhas de Minas Gerais e do Brasil. E como o genovês Cristóvão Colombo, salta os mares em sentido inverso, para descobrir a Europa, em especial duas pátrias: Portugal e Espanha. Ambas de suma importância na colonização da América do Sul, do Brasil, de Minas e do doce lar de Geraldinho, o Engenho do Ribeiro.

Numa excursão de 17 dias com alguns familiares, ele visita milenares cidades espanholas e portuguesas, algumas com grande influência mourística, pela presença invasora da civilização muçulmana nas terras lusas e castelhanas. Em cada uma delas pouco escapou aos olhares vigilantes e à mente culta do escritor, que foi registrando as lendas, as obras de grandes artistas da literatura e da escultura, ante as quais seu coração e sua mente privilegiada se emocionaram. Não lhe escapou também, em cada região geográfica, rural ou urbana, as marcas arqueológicas da civilização romana, ali dominante mais de dois mil anos atrás.

Ali na Península Ibérica ele encontrou e registrou com sua pena arguta os pontos que denunciam a presença dos descobridores das duas grandes nações. Muitas vezes, em seu livro, ele faz apropriadamente a ligação dos grandes heróis luso-espanhóis com a nossa pátria. Esta ligação que o faz tornar-se menino de novo, sentado na sala de aula de uma humilde escola do Engenho ou de Bom Despacho, reacendendo sua emoção de poder ligar o que estudou como criança e adolescente nos livros didáticos com sua professorinha escolar.

Esse é o Geraldinho que conheço e aprecio meu dedicado companheiro da Academia de Letras de Bom Despacho. Sempre inovando em suas publicações ora sobre as origens do Engenho do Ribeiro ou com crônicas de seus maiorais ou da gente humilde de seu povo. Ora com poemas singelos e bucólicos ou com romances que se fundam em suas experiências de sertanejo.

Sem dúvida, essa última obra mostra-nos que Geraldo Rodrigues da Costa, o fazendeiro, o comerciante, o morador fiel do distrito do Engenho do Ribeiro- foi capaz também de fugir de seus limites históricos, geográficos, sociais e literários e recolher com maestria as preciosidades da cultura de muitos mil séculos da velha Europa.

Para o bem de seus leitores e o engrandecimento da Literatura das terras do Bom Despacho do Vale do Picão, seja bem-vindo mais esse livro do competente cronista do Engenho do Ribeiro, Geraldo Rodrigues da Costa, o nosso Geraldinho do Engenho.

TAAT
Enviado por TAAT em 26/08/2016
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