PAVÃO MISTERIOSO - Soneto Clássico Petrarquiano Decassílabo com Coda Alexandrina

Penas maravilindas de ave diva,

Augusta cauda c'um milhar de ocelos:

Varrendo o chão com teus penachos belos,

Adejas, da altivez em ti cativa.

Onde hei de a luz da Lua, a prata viva,

Mirar reflexa em ti, por meus anelos?

Inda que bela, surge qual flagelos

Se a fito enquanto o olhar de ti se esquiva.

Tens o calor dos trópicos nas asas

E tens no busto a profusão do oceano;

Rei Momo da floresta, te extravasas

Inteiramente em ti: jamais o ufano

Oráculo decifre-te a Beleza

Surreal de opostos na alma, livre e presa,

Obra de um deus que entende o coração humano.

Péricles Ventura Neto
Enviado por Péricles Ventura Neto em 08/09/2016
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