Foi-se com o vento
Jurei que esqueceria
Esses negros olhos
Ornados de fel...
Virei a página sem ter lido
As últimas linhas da poesia que me fez.
Nunca quis acreditar em suas promessas;
Não resisti, entretanto, e acreditei até em seu amor...
E eis-me aqui, sozinha na fogueira das lembranças...
Roubaram-me o que de melhor eu tinha.
Sem dó, nem piedade, negaram o que juravam existir.
Carregaram-me o coração...
A vida desapareceu de repente...
Voou com o vento da ilusão...
A estrela apagou-se em mim.
Luz que trazia para iluminar também,
Com o brilho natural, a sua escuridão:
A sua alma que descobri trevosa,
Negra, falsa e enganosa.
Tudo vai e tudo vem
E eu temo o retorno dessa história.
Nego-me, todo tempo, sentir raiva de você...
Eu não quero participar da sua re-ação
Por isso quito aqui o que me deve:
Ouso perdoá-lo de todo coração,
Me atrevo a estender-lhe a mão da amizade,
Uma canção suave que mantém
Calado o meu sentimento.
E assim sigo os dias em melhores companhias...
Não perco jamais o amor que tenho e que me edifica...
Ontem passou e hoje é o amanhã deste verdadeiro amor fortificado.