Natali...
Não meu anjo, é loucura, eu bem sei,
Amar-te com essa intensidade e melancolia,
Talvez em sonhos por fim, então, morrerei
Abraçando-te na minha imaginária fantasia
Luz da minha vida, em tua alma eu depositei,
Ilusões de uma tragicômica elegia!...
Sabeis, no entanto, que a luz do breve amor,
Orbita entre as estrelas da constelação,
Adiante, nas fibras enervadas de cada dor,
Respira solitário o moribundo coração!
E foi por ti que minha palidez em rubor,
Suspirou em súplica uma oração!
Ou talvez este pobre poeta sozinho ansiasse,
Ler-te nos pensamentos a imaculada pureza,
Impuro!Se meus olhos o pranto chorasse
Veria ao menos a tua macilenta beleza,
Envolver-me aos lábios a doce cavatina,
Iluminando minhas noites de vã tepidez,
Riria de mim!Minha virgem menina
A corar a tua fronte em doce palidez.