Priscila (Dama dos sentidos).
P rimavera de um longo outono.
Inverno em mistura de verão.
Confusão, indecisão e uma doce solidão.
R ecanto de costas para o horizonte.
No não tempo te observo em perdidas ilusões.
Vejo-te em campos de flores que envolvem corações.
I nsensato desejo oculto de esperança no futuro.
Inválido sonho de se esquecer o que nunca foi esquecido.
Inconsciente vontade de dizer a palavra que nunca foi dita.
S ono profundo de um coração compreendido em negativas.
Vontade de querer ser feliz. Raio cintilante que corta o céu
De segredos, de mistérios, da própria razão.
C astelo milenar aprisionando imensa luz.
Palavras perdidas levadas pelos ventos de teu deserto.
Gestos contidos pelo medo de agir.
Receio de perder o que nunca foi concebido.
I nconseqüente vontade de tentar resolver
O que não espera solução. Inconseqüente prisão do amor.
Inconseqüente prisão de desejos.
L uz que quer brilhar no meio da escuridão.
Lua solitária em céu de imensidão
Orvalho perdido na manhã de um verão
A manhã de um brilhante dia chegará preguiçosamente trazendo
A redenção. Abrira-lhe todas as portas da paixão esperada que
A vida lhe trará e esta, finalmente, habitará seu coração.