Priscila (Dama dos sentidos).

P rimavera de um longo outono.

Inverno em mistura de verão.

Confusão, indecisão e uma doce solidão.

R ecanto de costas para o horizonte.

No não tempo te observo em perdidas ilusões.

Vejo-te em campos de flores que envolvem corações.

I nsensato desejo oculto de esperança no futuro.

Inválido sonho de se esquecer o que nunca foi esquecido.

Inconsciente vontade de dizer a palavra que nunca foi dita.

S ono profundo de um coração compreendido em negativas.

Vontade de querer ser feliz. Raio cintilante que corta o céu

De segredos, de mistérios, da própria razão.

C astelo milenar aprisionando imensa luz.

Palavras perdidas levadas pelos ventos de teu deserto.

Gestos contidos pelo medo de agir.

Receio de perder o que nunca foi concebido.

I nconseqüente vontade de tentar resolver

O que não espera solução. Inconseqüente prisão do amor.

Inconseqüente prisão de desejos.

L uz que quer brilhar no meio da escuridão.

Lua solitária em céu de imensidão

Orvalho perdido na manhã de um verão

A manhã de um brilhante dia chegará preguiçosamente trazendo

A redenção. Abrira-lhe todas as portas da paixão esperada que

A vida lhe trará e esta, finalmente, habitará seu coração.

Renato Galvão
Enviado por Renato Galvão em 31/12/2010
Reeditado em 27/07/2014
Código do texto: T2701028
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