ACRÓSTICO
ACRÓSTICO
Andando e sofrendo segue o homem,
No céu sem luz, na terra insana;
Teimando em ideais, mente mágoas reais,
Olhos com lágrimas, dores mortais,
No túmulo da vida morrendo aos poucos.
Ironias, vazio... se pensa, é louco,
Ordens, dilemas, estranhos rituais.
Moléstias, saudades, amores, paixão,
Opressão e chicotes precisa suportar.
Ri de si mesmo, chora pelo outro
E encontra no vácuo a tese do sonhar.
Instigado pelo vento, açoite do mar,
Ruma em busca do infinito,
Abraçado ao nada para o nada encontrar.
Feliz mundo que mesmo vazio
Encontra no poeta a força dinâmica.
Redes cortadas, limites transpostos, esperança...
Ruínas remoçadas, intemporalidade,
Eternidade... assim é a poesia:
Invento, criação sem peias nem correntes,
Regência de bardos, dor que dói, dormente,
Abrigo na dor, excelsa alegria.
PS- Antônio Moreira Ferreira, querido amigo, é poeta, membro da Academia de Letras de Feira de Santana-Bahia