Escritores da Liberdade -O filme - Da série Vida de Professora

Sobre O Diário de Bordo – Experiência de escrita dos alunos

Maceió, 14 de julho de 2008

De: Edna Lopes

Para: alunos do projeto (Escola De Fábrica) Formação Profissional em Pesca Artesanal da Colônia Z-25, Porto de Pedras, Alagoas.

Queridos Alunos

"Todos somos atores de nossa vida, mas nem sempre podemos ter sua autoria. O pensar [e o escrever] favorece a autoria da existência. Dulce Critelli, 2006."

Depois do nosso encontro, no último sábado, dia 12/07, depois da exibição do filme ESCRITORES DA LIBERDADE*, vocês devem ter compreendido, finalmente, o objetivo de solicitarmos o uso do “Diário de Bordo” durante o nosso curso. Na aula inaugural, ainda no começo de abril, lhes falei que iniciávamos ali uma grande viagem. Falaríamos muito de pesca, aprenderíamos suas técnicas, seus conceitos, seus equipamentos e contaríamos ao mundo a história que construiríamos, a partir deste projeto!

Desde o início das aulas todos os professores estão empenhados no resgate da história da pesca em Alagoas, especialmente, em Porto de Pedras. Contamos também com a colaboração de antigos pescadores, que gentilmente aceitaram nosso convite para uma Roda de Prosa. Aquele foi um momento muito especial, principalmente para mim, que conheci um pouco da alma deste lugar, através da história daqueles homens simples, que corajosamente lutam pela sobrevivência, enfrentando os perigos do mar e a dureza do trabalho cotidiano.

Vocês também são e serão escritores dessa história, por isso sugerimos a escrita dos Diários. Embora não tenha ainda recebido todos, fiquei já muito contente com o que li. Posso dizer que quase todos compreenderam e acataram a sugestão para que não escrevessem apenas um relato, mas o sentimento de cada um e cada uma ao realizarem as tarefas propostas pelos professores. O sentimento ao entrevistar as marisqueiras, ao participar da Roda de Prosa com os pescadores, ao realizar as caminhadas pelo entorno, nas atividades com os professores Collin, Cristiano e Orlando, com as professoras Amélzia, Jovina, Marina, Darci, Miriã e Ana Regina.

Conforme combinamos, minhas observações como Supervisora Pedagógica do Projeto, serão dicas, pequenas intervenções para que todos e todas façam cada vez melhor o que se propuseram fazer, na escrita do Diário. E, surgindo qualquer dúvida, falem com a Professora Jovina, pois ela também leu os Diários comigo e é da mesma opinião.

Observações e Dicas

*A escrita no diário é individual. Não copie a escrita do colega, pois nos interessa a SUA OPINIÃO, a sua VISÃO sobre os momentos vivenciados;

*Mais cuidado com a ortografia. É importante reler o que se escreve e fazer as correções necessárias; Que tal fazer um rascunho antes?

*Observem a pontuação;

*Não esqueçam as maiúsculas no inicio das frases; Não “misturem” maiúsculas e minúsculas;

*Evitem repetir uma palavra várias vezes;

*Consultem o dicionário, sempre.

Ao longo de nossos encontros, faremos mais algumas observações que se fizerem necessárias. Agradeço o esforço empreendido até agora, embora alguns diários ainda estejam incompletos. Retomem a escrita e observem as sugestões para a melhoria dos mesmos. Aos que não entregaram ainda, aguardo-os ansiosa.

Um abraço,

Professora Edna Lopes

* Filme: Escritores da Liberdade (Original: Freedom Writers) País: EUA/Alemanha - Gênero: drama. Classificação: 14 anos. Duração: 123 min. Ano: 2007. Direção: Richard LaGravenese .

Sinopse: Hilary Swank é uma professora novata que tenta inspirar seus alunos problemáticos a aprender algo mais sobre tolerância, valorizar a si mesmos, investir em seus sonhos e dar continuidade a seus estudos além da escola básica. Também ela é ousada ao enfrentar os grupos formadores de gangs em sala de aula, levando-os a pensar sobre a formação e ideologia dos próprios.

“Há muitos filmes americanos sobre escola, mas não como "Escritores da Liberdade". (Freedom Writers, EUA, 2007). Porque é o único filme dessa categoria que incentiva os alunos a lerem literatura, ponto de partida para testar a vocação de cada um para escrever desde um diário sobre o cotidiano trágico de suas vidas até uma poesia hip hop ou um livro de ficção.”[ Raymundo de Lima, in Revista Espaço Acadêmico, nº 82, Março 2008.]

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