DESEJOS
Por desejos, consumido...
Vou vivendo a minha vida
Quase sempre sem sentido
Se, com pressa, ela é vivida...
No arco-íris, lá na ponta,
Meu desejo é encontrar
O tal pote que se conta
Ser dourado o seu brilhar.
Eu desejo perguntar
Para os nossos, que se foram,
Como é esse lugar
E se já se acostumaram...?
Eu pergunto: quem eu sou?
E o que vim fazer aqui?
Quem foi mesmo que criou
O mistério que eu não vi?
Meu desejo era saber
Como aqui eu vim parar,
Se ao acaso ou por querer,
Se descaso, ao caminhar...
Não me sai do pensamento,
O desejo de saber
Do falado passamento
Que será não mais viver.
Muitos são os meus desejos
Como pode perceber,
E aproveito esses ensejos
Pra tentá-los entender.
Uns já nascem em berço d’ouro
Diferente dos coitados,
Uns no lombo levam couro
Outros... Muito bem tratados!
Eu quero comer a fruta
Mesmo sendo algum pecado,
Fosse a vida prostituta
Já teria me acabado.
O desejo é um grande fogo
A queimar no coração,
Nossa vida é mais um jogo
Que requer muita atenção...
Desejando terminar
Vou dizer do meu desejo:
Nunca jamais vou desejar
O desejar do desejo.