O trovador
Quem és tu poeta?
Quem és tu que escreve a dor
que a tudo eterniza com a maestria de um trovador?
Disseram que o poeta tem coração vagabundo, que não ama ninguém,
que pertence ao mundo,
que seus versos são palavras efêmeras sem alvo certo, e em nada profundo.
Não, o poeta é eterno, na alma que seus versos toca, o poeta às vezes é um solitário mesmo em seu mundo criado.
Ele vagueia, dispersa, vive à revelia e se alimenta de sua poesia.
Talvez sua poesia seja um mundo paralelo só seu, para alimentar sua alma que sangra, em busca de alguém que se encaixe em seus devaneios, que se aconchegue em suas tramas.
Ele busca seus sonhos mais desejados, através de seus poemas, vê-se realizado
sua alma muitas vezes infame, vive na corda bamba, à beira da loucura gritante.
Vive a desejar àquilo que não tem,
vive a vagar errante em busca se alguém...em seus poemas ele tem tudo que a realidade lhe nega, ele mergulha profundo em suas quimeras.
Às vezes esconde-se em seu mundo reverso, trazendo um misto de sensações que transbordam de seus versos.
Ele provoca arrepios, e te convida hoje, a penetrar em seus delírios, seus enredos, a olhar o mundo pelos seus olhos matreiros
Talvez tu não queiras voltar,
Talvez queira deixar-se aprisionar...
Ele te convida ao seu mundo, por vezes obscuro...
Ele é o rei do seu império,
Sua alma é nua e crua,
É Senhor de suas vontades,
Dono de suas verdades
Porém um servo de quem o lê com intensidade.
Quando ele faz poesia, se despe da imagem que cria, ele apenas é!
Ele tem um coração um tanto sonhador
É um ser inconstante, à procura de seu lugar ao mundo, em suas linhas de trovador.