As Parcas
Fraternalmente, dividíamos uma cabana
Escura e isolada de todo um mundo
Nela nos colocamos a fiar
Por dias, noites e eras interruptas
Nunca vimos o brilho do sol, ou ouvimos o canto dos pássaros
Muito menos sabíamos como era a face
De um outro ser humano
Mas ainda sim para eles fiávamos
Fiávamos os mantos das crianças das quais nunca fomos
Fiávamos as roupas com que o homens iam a guerras que não compreendíamos
Fiávamos o belo vestido de casamento de um amor que nunca teríamos
Mas não se engane, minha cara cliente,
Cada uma de nossas memoráveis vestimentas
Foram feitas do mesmo fio e pelas mesmas mãos
Em que se costura o manto da morte
A maior, de todas as dádivas humanas,
Que é a nos negada