Fazer trovas é brinquedo,
Jogar versos para alguém;
Quer brincar? não tenha medo:
Devolva pra mim também.
 
Dizem que é difícil a trova,
Só pra poeta o novelo.
Uma dor lhe força a prova,
Aquela do cotovelo.
 
Já viu saudade gemendo?
De traída tem suspeita?
Lápis, papel, escrevendo –
Quer trova mais que perfeita?
 
Passar a noite em bom sono,
No dia, ter vida nova;
Aposentado – sem dono:
Só vem ao micro ler trova.
 
Fazer trova é “covardia”,
Quatro versos num momento,
Rima aos pares, melodia,
Enfeixando um pensamento.
 
Agora, pra fazer duas,
Um pouco mais você pensa:
Só usar de novo as suas
Regras, mas sem diferença.
 
Não bastam quatro somente
Os versos – serão quadrinha;
Unidade, francamente,
Fará, de fato, a trovinha.
 
Sem mistério, é factível,
Não chega a ser uma cena;
Jogar na mega ... (só o nível!)
Acertando uma dezena.
Antonio Carlos Pinheiro
Enviado por Antonio Carlos Pinheiro em 16/12/2012
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