Fazer trovas é brinquedo,
Jogar versos para alguém;
Quer brincar? não tenha medo:
Devolva pra mim também.
Dizem que é difícil a trova,
Só pra poeta o novelo.
Uma dor lhe força a prova,
Aquela do cotovelo.
Já viu saudade gemendo?
De traída tem suspeita?
Lápis, papel, escrevendo –
Quer trova mais que perfeita?
Passar a noite em bom sono,
No dia, ter vida nova;
Aposentado – sem dono:
Só vem ao micro ler trova.
Fazer trova é “covardia”,
Quatro versos num momento,
Rima aos pares, melodia,
Enfeixando um pensamento.
Agora, pra fazer duas,
Um pouco mais você pensa:
Só usar de novo as suas
Regras, mas sem diferença.
Não bastam quatro somente
Os versos – serão quadrinha;
Unidade, francamente,
Fará, de fato, a trovinha.
Sem mistério, é factível,
Não chega a ser uma cena;
Jogar na mega ... (só o nível!)
Acertando uma dezena.