MORTE MORRIDA, MORTE MATADA

A tal morte que é morrida,

É muito penosa em verdade,

É ruim, deveras tão sofrida,

Mas, faz parte da realidade.

Ao morrer disso e daquilo,

Não podes culpar ninguém.

O fim foi ou não tranqüilo?

Dependeu da sorte também!

A tal morte que é matada,

É muito pior? Quem sabe?

A sua alma foi condenada,

A um destino que te cabe?

Ah, é tragédia e não nego!

Morrer de forma violenta,

Caixão de madeira e prego,

Maldade que nos arrebenta.

A tal morte que é morrida,

Nem sempre tão aceitável,

Faz parte sim da nossa vida,

Nesta passagem lamentável.

A morte disso e daquilo,

Deixa-te uma lacuna triste,

Nessa prova para iludi-lo,

Desta saudade que insiste.

A tal morte que é matada,

Deixa-nos mais estigmas,

Pois, sempre é comentada,

Em razões destes enigmas...

A dívida que não existia,

Ou quão estavas devendo,

Vemos a morte ser anistia,

Deste nosso eu morrendo.

Morte morrida, morte matada,

Sentirmos em nós, maltratada.

Morte matada, morte morrida,

A uma delas perderei a corrida.

Setedados
Enviado por Setedados em 21/01/2012
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T3453886
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