MORTE MORRIDA, MORTE MATADA
A tal morte que é morrida,
É muito penosa em verdade,
É ruim, deveras tão sofrida,
Mas, faz parte da realidade.
Ao morrer disso e daquilo,
Não podes culpar ninguém.
O fim foi ou não tranqüilo?
Dependeu da sorte também!
A tal morte que é matada,
É muito pior? Quem sabe?
A sua alma foi condenada,
A um destino que te cabe?
Ah, é tragédia e não nego!
Morrer de forma violenta,
Caixão de madeira e prego,
Maldade que nos arrebenta.
A tal morte que é morrida,
Nem sempre tão aceitável,
Faz parte sim da nossa vida,
Nesta passagem lamentável.
A morte disso e daquilo,
Deixa-te uma lacuna triste,
Nessa prova para iludi-lo,
Desta saudade que insiste.
A tal morte que é matada,
Deixa-nos mais estigmas,
Pois, sempre é comentada,
Em razões destes enigmas...
A dívida que não existia,
Ou quão estavas devendo,
Vemos a morte ser anistia,
Deste nosso eu morrendo.
Morte morrida, morte matada,
Sentirmos em nós, maltratada.
Morte matada, morte morrida,
A uma delas perderei a corrida.