ESTÓRIAS, LENDAS E MENTIRAS DO POVO
Lá naquelas fronteiras do norte,
As esquisitices eram por demais,
Curiosidades e mentira tão forte,
Que eu não me esquecerei jamais.
Lá a mulher bonita, tinha destino de verdade,
Os maridos precisavam ter bastante dinheiro,
Eram os tais coronéis quase donos da cidade;
Sobravam as raparigas que iam lá pro puteiro.
Era melhor ser a bisca rica com muito dinheiro,
Do que ser bisca usada por uns malacabados;
Restavam aos peões feios as mãos de solteiro,
De tanto viver assim, até já estavam juriados.
Uniram-se então com éguas, alguns peões,
[Sendo pobre e feio] por lá não se casavam,
Na obrigação de homem, viraram garanhões;
Naquela quieta vila, era o que comentavam!
A galinha então virou a sobremesa,
E servida como suas belas amantes,
Gigi Fiel, era a do João Pé de Mesa;
Lógico!? Só botava ovos gigantes.
Seria ou não uma mentira cabeluda?
Falava-se de um fenômeno caipira;
Pêlo no sovaco e xana pentelhuda,
Ninguém vencia a tal Ana Curupira.
Diz-se que sumiam peões na tapera,
De um morador lá perto do alagado.
Falavam que um lobisomem, ele era,
Capturá-lo? Ha, nenhum interessado!
Tinha a falsa beata... A tal Mariquita.
Que na missa rezava bem concentrada,
Mas..., a noite ela fugia tão afogueada,
Que para o primeiro dava sua periquita.
Eu até que poderia deixar ficar assim como está,
Mas, faltou contar-lhes de uma corajosa passagem,
José e Pedro depararam-se com o estranho boitatá,
Falaram ao povo que mataram afogada essa visagem...
Mas, a estória foi muito diferente do que conta este final,
Pois, quando eles avistaram a tal da cobra de fogo afamada,
Correram e sem olhar para trás, pelo riachinho do capinzal;
Lá adiante, cada um lavou sua calça que estava toda cagada.