DESVIOS DA LÍNGUA

1. Nada mulher do que amá-la,

e amá-la tanto, deveras,

lá desde um sofá da sala

às dela tantas quimeras.

2. Mulher tê-la alguma vez

do que nunca a ter do lado,

na broxa, feito um burguês,

ou numa alcova, ativado.

3. Mulher um ganso na mão

que três patinhos nadando

no breu da mor solidão

e só, na mão, vez em quando.

4. Eis um fato consumido:

mulher você dá-se conta

que ser chifre deglutido

por uma penosa tonta.

5. Acho mulher que me contes

os teus muitos segredinhos,

senão vou fazê-los pontes,

em ti, com meus mil carinhos.

Fort., 11/01/2010.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 11/01/2011
Código do texto: T2722551
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