O CANTO DA CHUVA



São nuvens pesadas
Nas tardes chuvosas
Cheirando gostoso
Na terra molhada.

São lágrimas do céu
Caindo gostoso
Na minha janela
Que delicioso!

Vem-me na lembrança
Saudades de quando
Ainda criança
E lembro-me quanto!

Mas quando se cresce
Tudo é diferente
Nem tanto parece
Ser tão confiante.

Gotinhas de chuva
Na minha janela
Tem imagem turva
E entristeço com elas.

Busco não lembrar
De quando criança
Nem quero rimar
Com minhas lembranças.
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Com a chuva que cai
Chorando na terra
O meu peito abriga
Novas esperanças.

Nenhuma com rima
E sigo cantando
Às vezes chorando
Com o canto da chuva.

Penso no meu povo
A lavrar a terra
Esperando colher
Tudo que plantar.

Meu povo sofrido
Que canta chorando,
Que reza cantando
Sem muito esperar.

Depois com alegria
Sobra-lhes energia
Para não parar.
Meu Deus que alivio!

Choveu com fartura
E meu povo agora
Planta a qualquer hora
E de tudo dá.

Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional