CONTANDO ESTRELAS

Tocar estrelas com as mãos
Parece até impossível
Mas basta nossa emoção
Para tornar concebível.

Olhando aqui da janela
Este céu tão estrelado
Até sinto-me uma delas
E a varanda um tablado.

Os pensamentos vagueiam
Sem saberem aonde ir
Enquanto estrelas gotejam
Orvalhos de algum porvir.

E enquanto o sono não chega,
Escuto meu coração
Que comigo busca estrelas
Em alguma constelação.

Muitas delas imperceptíveis
A olho nu não se vê
Mas de sonhos impossíveis
Só ele pode entender.

É um amigo do peito
Que nunca nos abandona
E sempre consegue um jeito
De ajudar a quem ama.

Por isso enquanto o sono
Não vier me procurar
A ele eu me abandono
Para deixar-me ninar.

Enquanto meu coração
Me dita o que escrever
Sou grata a inspiração
Que me ajuda a viver.

E enquanto da varanda
Eu sigo contando estrelas
Meu coração me comanda
E eu me sinto uma delas.

Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional