Diferente
 

Escondida no meu cato
Sem falar do meu penar
Vou desfazendo meu pranto
Cantando no meu chorar.
 
E sendo assim, não permito
Que alguém sorria de mim
Pois é cantando que sinto
Por vezes a dor ter fim.
 
É claro, vivo cantando
Para esconder que padeço,
Melhor que viver chorando
É bem mais do que mereço.
 
Assim ninguém vai dizer
De como sou diferente.
Não me permito sofrer
Quase sempre estou contente.
 
Que ninguém me leia agora
Pois só desejo chorar;
De tão só não vejo a hora
De o pranto me consolar.


Brasília, DF
Publicado na Biblioteca Nacional