DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E DISTRIBUIÇÃO DA RENDA de Ialmar Pio Schneider - O enfoque dinâmico consiste no subdesenvolvimento devido à baixa renda per capita e conseqüente baixo consumo, bem como retenção da dinamicidade de poupança e investimento,
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E DISTRIBUIÇÃO DA RENDA
IALMAR PIO SCHNEIDER
O enfoque dinâmico consiste no subdesenvolvimento devido à baixa renda per capita e conseqüente baixo consumo, bem como retenção da dinamicidade de poupança e investimento, ocasionando estagnação interna, e projetando o “círculo vicioso da pobreza” do lado da oferta e da procura. Cfe. Simonsen: “Admite-se que um país é pobre porque poupa pouco; e poupa pouco porque é pobre.”
Como críticas a este enfoque podemos apresentar o atraso cultural-científico do povo que ocasiona baixa produtividade em geral. O defeito desse modelo é a estabilidade do equilíbrio da renda per capita que se for desviado um pouco para cima do nível de estagnação, o círculo vicioso será rompido: a taxa de poupança aumentará, o ritmo de crescimento do produto real ultrapassará o da população e teremos um espiral lentamente crescente de renda per capita. Há que romper a barreira da baixa produção em geral com o aumento da produtividade.
O povo humilde do interior aceitava as práticas de superstição e magia para obter boas colheitas, sendo até o caso de mandar benzer as lavouras de soja contra a lagarta e o pulgão como já vi acontecer. Nada contra, mas não é o suficiente. Quase sempre apresentava uma certa desconfiança quanto aos meios mais modernos na prática da agricultura e pecuária. Contudo, apesar dessa reação contrária ao progresso neste sentido, está aderindo às novas práticas, pois do contrário não poderá competir no mercado internacional. Entretanto, estamos quase que somente amparados por duas culturas: a do café, e a da soja; o que é de lamentar. Não obstante, podemos acrescentar a pecuária (agora ameaçada pela febre aftosa) cuja exportação é representativa, bem como a de calçados em geral com a liberação do dólar. Esperamos que no futuro possamos romper essa tradição.
Deve haver a preocupação por manter o equilíbrio entre a expansão da economia e a distribuição da mesma, no processo do desenvolvimento, devido à justiça social. A produção em relação ao progresso deverá atender às necessidades de todos em geral e não simplesmente ocasionar riqueza de uns poucos. A expansão dos bens e serviços produzidos pela sociedade e a distribuição dos mesmos, deverá ser equitativa a fim de possibilitar o bem-estar comum. Tal processo não é igual a todos os países e por isto não existe um modelo próprio a ser seguido por todos. Os homens estiveram voltados para o sentido de ter mais, saber mais, valer mais, e assim ser mais. Porém, crescer só por crescer, no sentido de números crescentes e tamanho maior, além de não satisfazer o bem-estar de todos, constitui um atentado contra a Natureza. Também não deve haver o crescimento de certas nações à custa de outras; exige-se que a humanidade cresça progressivamente em direção de uma civilização planetária. Desenvolvimento não é somente acumulação, nem somente distribuição dos bens e serviços gerados numa sociedade. Deve haver um perfeito equilíbrio e entrosamento entre ambos os aspectos do processo do desenvolvimento.
Para haver o desenvolvimento terá que haver a maior produtividade a fim de que aumente a produção em todos os setores, pois enquanto o bolo for pequeno há que repetir o velho chavão: “Não adianta distribuir a miséria antes de criar a riqueza.”
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Bacharel em Direito e cronista
http://www.diariodecanoas.com.br/site/interativo/interativo_postar.asp?canal=5&ed=90
EM 13.8.09
Publicado em 16 de maio de 2001 - no Diário de Canoas.
http://ialmar.pio.schneider.zip.net/
EM 28.05.2009