O PRINCÍPIO MORAL E A IDÉIA DE JUSTIÇA

“Moral- Do latim: ‘Mores’, significa costumes, conduta, comportamento, com características de que os atos não devem ferir a sucetibilidade de outrem.

A Moral apreesenta-se sob vários aspectos: religiosa ou Teológica, que diz respeito ao cumprimento dos preceitos divinos, ou seja, a obediêcia a vontade de Deus.

Moral Social é o comportamento que beneficia a coletividade.

Moral individual é o comportamento orientado pela razão; essas três espécies de moral devem caminhar juntas.

A Moral Maçonica apresenta-se um pouco diferente, embora compreemda as três modadlidades referidas.A Moral maçônica não diz respeito ao bom Costume, que é o comportamento exigido da criatura humana.A maçonaria vai além do comum; exige uma dedicação de comportamento entre os irmãos que sobrepuje as obrigações comuns.Não basta um bom comportamento; esse deve ser acompanhado por um conjunto de virtudes, com a tolerância, o amor, a dedicação, o sacrifício e a disposição de servir e não ser servido.Somente com essa Moral será viável a costrução da sociedade maçônica”.(dicionário maçônico-Camin,Rizzardo da, pag 279)

Kant entende o direito dentro do prisma da legalidade, por oposição à moralidade. Assim, uma ação é moral quando é realizada não apenas conforme o dever, mas por dever ( o princípio do “Dever- ser”).Em oposição ao princípio kantiano sugere nos a premissa de que talvez seja à hora de despirmos o mundo dos pequenos fragmentos da roupa da razão, que fora rasgada por todas essas teorias mal acabadas, mal fundamentadas, mal sustentadas, que muitos as têm por verdadeira, esquecendo todas as outras partes do traje, só porque se encontravam nas mãos de outros pensadores, que igualmente aos demais só conseguem compreender esse pequeno retalho em suas posses.

O estudo dos costumes é milenarmente falho, na tentativa de evoluir a sociedade, acaba permitindo que milhares de normas sejam lançadas sobre nossas cabeças, julgando, condenando, oprimindo, negando a natureza da vida, e ainda chamam essa escola dialética de escola da ética. Nunca conseguiram encontrar o modelo ideal para todos, e parece não mais buscar conseguir.

Hoje, não faz mais sentido chorar, sorrir, já não faz há muito tempo. É tempo de indiferença. O individualismo, o egoísmo, é a resposta para todas as desgraças do nosso mundo, dos problemas sociais, políticos, econômicos, religiosos, todos os conflitos entre sociedades, todas as guerras. Não se luta mais por valores nobres, mas sim por interesses particulares.

É tempo de abaixarmos nossas cabeças para nosso legado de misérias, de vestirmos nossos trapos sujos e maltratados, de quebrarmos nossos pequenos frascos de perfume e aceitarmos o fétido odor do mundo. Talvez seja ora de desistir de tentar, parar de correr atrás, cessar nossa egoística busca pela vã felicidade, que além de não nos levar a nada, quando parte seus efêmeros momentos, nos lançam ao chão.

Não da mais para tentar levantar, nem sequer faz sentido sair da cama ou abrir as cortinas. Está na hora de aceitarmos o escuro da noite, e o calor do dia, a falta de amor, a presença da dor e a ausência da euforia. E tudo isso não por um futuro brilhante, em uma eternidade divinamente feliz, mas meramente por reconhecermos a estarrecedora realidade.

A única forma talvez, de saciarmos nosso desejo de felicidade seja acreditar em pequenas mentiras, contadas em longas histórias, repetidas a todos os domingos, que de forma bem ilusória, mas gratificante, para quem crê, abre mão dos prazeres imediatos em nome do improvável, sem sequer perceberem a grandeza de seus desvarios. Assim, mesmo não encontrando a felicidade, ao menos, não reclamam de seus sofrimentos, pois vivem na certeza de que nada será em vão, de que toda a dor será recompensada quando nada mais for provável e mesmo que estes, nunca forem gratificados por todos os sofrimentos passados, todos os gritos contidos, não mais poderão reclamar aos seus mentores.

Quanto àqueles que nunca estiverem envoltos pelos braços dos grandes manipuladores, que tem como subterfúgio várias doutrinas com finalidade jamais provada, a esses sim, pobres coitados, além de não esperarem uma felicidade como prêmio a todo sofrimento, sofreram igual a todos os demais.

Talvez por não conseguirmos mais aceitar nossos pequenos mundos individuais, resumidos por um escritório, ou meia dúzia de colegas, ou uma escola, uma família, um carro. Talvez nosso mundo não caiba mais em um quarto três por quatro, em viagens feitas uma vez por ano, e não porque precisamos de mais, mas sim porque não temos mais nada que nos apresente mais grandiosos que isso.

Não conseguiremos mais chorar, e depois de tantas lágrimas lançadas ao chão, que nada puderam mudar, não faz mais sentido chorar. Nem trilhar mais caminho que quando percebemos vai em busca de nada, vivendo em razão do nada. Não da mais para continuar caminhando sabendo que nunca chegaremos ao lugar onde nossa vontade nos faz imaginar. Não da mais para procurar o lugar que não existe, nem seguir às cegas o mapa do tesouro perdido, pois até a idéia deste já nos foi roubada.

Depois de tanto tempo procurando, após divagar por dolentes caminhos na espera de encontrar a tão almejada felicidade, e nada encontrar, é hora de parar para descasar. Então, descanse. Esvazie seu bornel, beba da suja água que resta em seu cantil, procure uma velha cadeira de madeira ao abrigo da luz e espere... Espere pelo abrigo do mundo.

Lucas de Arcanjo
Enviado por Lucas de Arcanjo em 18/08/2011
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