Direito positivo - uma doença em estágio terminal
A mais perniciosa, corrupta e corruptível área do conhecimento humano está dando seus sinais de padecimento. Vemos em declínio, a soberba inspirada em pensamentos de uma sociedade neo-liberalista, que eleva os juízes ao patamar de Deuses.
Frases do tipo:
“O juiz não se acha Deus, ele tem certeza”.
Porém no que se refere a justiça eles vêem perdendo as batalhas contra a criminalidade, gradativamente. Sabemos pelos burburinhos de bastidores, que juízes e promotores dificilmente se fazem da classe pobre e operária, geralmente vem de escolas caras e de famílias abastadas, cuja justiça só chega como mais um meio de ganho alto e fácil, após uma faculdade de festas e diversões bancadas pelo “papai”. Diferente do que se imagina, o bom advogado conhece as leis, o melhor advogado conhece o juiz. Nestes dezessete anos de polícia venho observando que apenas os ignorantes e desprotegidos da sociedade e da justiça é que sofrem a sua pesada mão.
A própria policia se tornou um antro de maldades e traições adquirida da falta de pudor e ética por parte de magistrados que ultimamente vem se revelando estar tão infestada por corruptos quanto as classes mais baixas da polícia, ficamos perplexos com a venda de Habeas Corpus por parte de um desembargador, que veio de uma família de renome, parente do governador Aécio Neves, que resignado de outros desembargadores venderem o Habeas corpus por mais de um milhão de reais, resolve pensar mais no povo, fazendo uma pechincha, passa a vender a 130 mil euros, mas claro exigiu em notas de euro e não de reais, isto parece surreal, confesso. Ainda para mais, após este episódio, suspende se as prisões preventivas, retirando o dinheirinho suado que vinha do caixa dois.
Ora bolas, o assassinato brutal da juíza Patrícia Acioli não parece ter comovido seus colegas de trabalho, o que ao meu ver, foram até negligentes para com sua proteção. Pelo que parece estava lutando sozinha até mesmo contra sua própria corporação. Bom, Depois do fato a chamam de guerreira, de heroína, hipocrisias a parte, depois de morto todos são bons. Eu já sobrevivi à um fato semelhante, denunciei quadrilhas dentro de minha corporação, fui baleado e quase morto com meu filho de quatro meses de idade na mira de um revolver dentro da minha própria casa.. No julgamento dos meliantes, o juiz fez a mim uma inimaginável pergunta direta:
-Você reagiu?
-Sim é claro, isto é meu direito natural de defesa. Respondi.
Parecia que eu era o delinqüente que admoestara os bandidos com minha ação de reagir, quase que como uma atenuante para quem me alvejara com nove tiros, friamente. Para meu espanto fui transferido para um lugar ainda pior dentro de minha corporação deixando bem claro a insatisfação por parte de meus superiores em relação as denúncias de irregularidades. Ainda me encontro em situação semelhante, a corrupção e a impunidade tomaram conta de nossa sociedade, somos vítimas da ganância e burrice galopantes dos administradores da lei, da totalitária persistente:
“Existe duas coisas infinitas, o universo e a burrice humana, mas do universo ainda tenho dúvidas” (Albert Einstein).
E que os mortos enterrem seus mortos pois serão esquecidos na próxima notícia de tsunami.
Hoje vemos, a impunidade, plantada pelas classes dominantes, em uma teoria frágil e manipulável, do direito positivo, que com o advento de redes de comunicação integradas, chegam ao conhecimento de todos, o que era reservado apenas aos mais ricos. Vemos a burguesia perder a guerra para a consciência coletiva da inaplicabilidade das leis, enquanto toda a estrutura jurídica, em ruínas, tenta se segurar em uma sociedade alienada, com remendos daqui e dali, hora aumentando as penas, hora relaxando prisões, de um lado para outro como “baratas tontas”, o judiciário vem perdendo a guerra para o crime organizado.