EU ACUSO A "FACULDADES DA FUNDAÇÃO DE ENSINO DE MOCOCA" - FaFEM, estabelecida na cidade de Mococa -S/P
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE MOCOCA — IESMoc (atual FaFEM)
PROJETO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO LATO SENSU 2002*
TEMA- CIVILIZAÇÃO E FORMAÇÃO: A EXPERIÊNCIA DA PALAVRA E AS FRONTEIRAS DA ALFABETIZAÇÃO
APRESENTAÇÃO
O curso intentará promover uma reflexão sobre a carreira aventurosa da palavra — instauradora da linguagem — organizada a partir da inventividade humana, que responde, dependendo do registro histórico, pelo alcance das condições materiais de existência das civilizações mediante as quais os indivíduos formados culturalmente recepcionam a educação pela palavra oral, manuscrita, impressa ou digital.
Procurando capitalizar os inventos que reconfiguram e enriquecem a elaboração da palavra escrita através dos tempos, o curso buscará uma compreensão mais precisa das mudanças provocadas pelos inventos produtores e impulsionadores de desdobramentos sucessivos na recriação da escrita como tecnologia da informação e da comunicação.
Os processos de fixação da escrita se transformam no tempo. Segundo a premissa de Eric Havelock em “A Revolução da Escrita na Grécia e suas Conseqüências Culturais”, a invenção do alfabeto, comparada com todos os tentames anteriores à escrita, é caracterizada como uma ruptura, como uma mudança qualitativa na direção da facilitação e da socialização na cultura letrada. A questão, para Havelock, é que todo avanço tecnológico determina uma mudança no campo das mentalidades. Nesse sentido, com o advento da escrita alfabética, a forma passa a influenciar o conteúdo; tema atualíssimo quando se discute, por exemplo, as conseqüências da Internet ou da profusão de imagens e de palavras digitalizadas.
Com a invenção da escrita, logo se descobriu que ela permitiria ampliar as possibilidades de registro, a estocagem de informações e a transmissão da cultura. Como Walter Ong observou tão bem em “Oralidade e Cultura Escrita”, a cultura escrita é imprescindível ao desenvolvimento não apenas da ciência, mas também da história, da filosofia, ao entendimento analítico da literatura e de qualquer arte e, na verdade, à explicação da própria linguagem (incluindo a fala). O movimento cultural renascentista europeu, por exemplo, baseado numa ampla difusão do conhecimento humanista, captura, na essência, as palavras de Ong. Não tardou, entretanto, a tomada de consciência do valor da escrita, conjugando saber e poder. Desde a invenção da escrita pelos egípcios, era possível produzir material de leitura, porém, quando Gutemberg inventou a imprensa, embora já existisse uma “indústria de informação” na Europa, a nova tecnologia de ponta tornou o século XVI não apenas a era da palavra escrita, como também o século dos livros, que passaram a ser produzidos a um baixo preço. Nesse caso, mais pessoas se alfabetizavam, aprendiam a ler. Por outro lado, a população européia apoderou-se da invenção para divulgar em panfletos ironias aos poderosos. Assim, a censura veio precocemente, coibindo a manifestação impressa dos interesses populares. Mas nem só de elogios vive a imprensa, pois, contrapondo os fatos no tempo histórico, o fenômeno da evolução da imprensa rumo à comunicação de massa, que já se observa em finais do século XIX, recebeu críticas veementes dos pensadores agrupados em torno da Escola de Frankfurt, os quais constataram na formação cultural do século XX — secundada pela dominação técnica progressiva — o colapso da perda da tradição efetivado pela pauperização dos bens culturais propagada pela cultura da semiformação socializada (“Teoria da Semicultura”, Theodor Adorno).
Falar do desenvolvimento da cultura letrada é quase o equivalente a falar do papel da cultura na existência humana. O tratamento desse tema aproxima-se das fronteiras existentes entre as sociedades sustentadas pelo discurso oral – sociedade cuja herança cultural é resgatada pelos usos da memória - e pelo discurso escrito; ou ainda: aponta para os contrastes e relações entre oralidade e cultura escrita. Nesse sentido, o presente curso, enfocando a invenção da escrita como um dos elementos caracterizadores da emergência de uma civilização, recolocará em discussão o contexto em que se situa a cultura (ou: a “grande biblioteca” que nos precede), procurando privilegiar o espaço do leitor ao longo da história cultural, tendo por horizonte a sua emancipação por meio da vocação alfabetizadora da palavra escrita depositada nos livros. Desde uma cultura desprovida de conhecimentos da escrita ou impressão até o difícil processo de ler a palavra manuscrita mediante o desenrolar de rolos de papiro ou pergaminho, passando pelo fácil manuseio de um texto manuscrito graças ao sistema códex inventado pelos cristãos no século IV, coube à combinação papel-imprensa, promotora da cultura livresca, revolucionar a geração e a difusão da cultura e, por extensão, marcar, com progressivos aprimoramentos técnicos nos atos de leitura, a aventura de ser leitor na história da leitura do mundo ocidental (Roger Chartier), conferindo, desse modo, novas possibilidades de representação, interação e ação com base na palavra escrita livresca. Afinal, em que condições poderiam ter acontecido o movimento de idéias, conhecido como Enciclopedismo, ou a Revolução Francesa no século XVIII, senão num sistema livresco de referência nos quais autores, editores e tipógrafos balizaram, redefinindo, dessa maneira, a fronteira entre a invenção e a escrita e, por conseqüência, os novos modos de trabalhar.
Nesse sentido, a história da humanidade e suas máquinas têm sido construídas juntas. Com efeito, parafraseando o papa da aldeia global Marsahll McLuhan, quando a tecnologia estende ou prolonga um de nossos sentidos, a cultura sofre uma transposição tão rápida quanto a rapidez for o processo de interiorização da nova tecnologia, o que resulta na ampliação da percepção humana. Assim, com tais avanços tecnológicos, pode-se plasmar o conhecimento humano sobre inovadores suportes técnicos e, a partir daí, liberá-lo para a sua reprodução indefinida em prol do processo civilizatório. De outra parte, a palavra impressa transformou profundamente o modo de transmissão dos textos, contribuindo para garantir a fidelidade e a qualidade na reprodução dos mesmos; contribuiu, também, para o desenvolvimento da lógica, da interpretação de texto e da racionalidade, visto que um certo tipo de pensamento racional ou crítico só pode se desenvolver ao se relacionar com uma ampla difusão da escrita.
Hoje, o desenvolvimento da Internet e a digitalização da informação promovem uma revolução em matéria de comunicação. O quadro cultural contemporâneo, dentro da equação de representações transmitidas ora pelo papel ora pelo conjunto das palavras e pelas imagens digitalizadas (imagens de síntese), que gravita nas telas dos computadores, fazendo emergir inéditas geografias semânticas — como exemplo: o hipertexto —, se defronta com problemas de toda ordem no que se refere às mutações de identidades promovidas pela passagem do atual ao virtual ou aos processos de digitalização (Pierre Lévy). Contudo, os problemas com que se defronta a nova cartografia da cultura contemporânea não implicam na eliminação da cultura afetada pela oralidade, pelo uso da escrita, do papel ou da avalanche de informações virtualizadas procedente da cultura do ciberespaço, eliminação que, ademais, seria completamente inviável em ambos os casos; aliás, há estudiosos, na linha do pensamento de Roger Chartier, que apontam para a convivência pacífica entre o manuscrito, o impresso e o eletrônico na aurora do século XXI. Finalmente, se a invenção de novas velocidades é o primeiro grau de virtualização, ou melhor, um dos principais vetores da criação da realidade contemporânea, consoante Pierre Lévy, então os problemas da cultura contemporânea certamente têm de ser enfrentados através desses mesmos meios de comunicação.
OBJETIVO GERAL
Fornecer subsídios teóricos a professores do ensino fundamental, médio e superior, além de profissionais da educação em geral, para uma abordagem da relação entre linguagem e educação. Formar pesquisadores.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
O curso visa:
. Refletir sobre o processo de alfabetização no Brasil — país que apresenta um dos maiores índices de analfabetismo no mundo atual —, procurando entender as razões da ausência de políticas governamentais que assegurem a emancipação cultural do cidadão por meio da alfabetização, da leitura e da escrita.
. Promover a interdisciplinaridade, procurando quebrar as fronteiras entre as disciplinas, tendo em vista a dificuldade de leitura da complexidade do mundo atual numa única forma de linguagem.
. Pensar o contemporâneo mediante estudos e reflexões sobre a linguagem, tanto da oralidade quanto dos paradigmas de formação oral ao letrado, acentuando as reflexões em torno da escrita como meio de transmissão cultural.
. Problematizar o fenômeno educacional pautado na revolução da palavra digitalizada, procurando estabelecer pontos por meio dos quais devemos organizar a formulação de políticas educacionais contra o analfabetismo digital.
. Ilustrar, de acordo com o tempo histórico a ser analisado e estudado, as relevantes invenções tecnológicas ligadas à questão da experiência humana com a palavra.
. Enfatizar que a invenção da escrita pode ser a culminância de inumeráveis atos de leitura e, a partir daí, inferir novas possibilidades de rememoração e representação do passado.
. Colocar em discussão o espaço do leitor na história cultural do ocidente, tomando-o como ponto de partida para se resgatar elementos marcantes da história da leitura.
. Explicitar a dependência entre a qualidade de ensino, que requer a formação de uma base sólida, e a pesquisa.
. Apresentar a escrita como possibilidade de rememorar aquilo que se disse, procurando, a partir daí, estimular a formação de bibliotecas convencionais e virtuais voltadas todos os níveis de ensino.
. Discutir o grau de velocidade da informatização da sociedade contemporânea e a alfabetização informática.
. Estimular o uso do computador como ferramenta enriquecedora do ato da leitura e da produção de textos.
Isso significa que a abordagem de experiências formativas, interrelacionada com questões da ordem da oralidade, da cultura escrita e das novas tecnologias, alcançará diversas áreas do conhecimento pautadas nos seguintes temas definidores das linhas de pesquisas a serem propostas pelo curso:
. Formação, Civilização e Diversidade Cultural
. Formação e Oralidade
. Formação e Memória
. Formação e Escrita
. Formação, Cultura Letrada e Leitura.
. Formação, Empreendimentos Intelectuais e Registros Enciclopédicos.
. Formação e Linguagem
. Formação e Filosofia da Educação
. Formação e Processo de Alfabetização
. Formação, Instrução e Ensino.
. Formação e Invenção da Imprensa
. Formação e Políticas Educacionais
. Formação, Ideologias e Meios de Comunicação de Massa
. Formação na Sociedade da Informação
. Formação, Linguística e Filosofia da Linguagem.
JUSTIFICATIVA
A modernidade tal como se apresenta tem sido marcada por uma imensa e variada mutação de formas de comunicação. É neste abrangente espaço que se fundem todas as instâncias do mundo social e também desponta a multiplicidade de experiências e de perspectivas do real a que os indivíduos acedem.
De outra parte, se é impossível reconstruir toda uma odisséia humana a partir da invenção da escrita, na atual relação de condicionamentos circulares entre a palavra oral, a palavra impressa, a palavra digitalizada e a conduta humana, há crescentes motivos para se presumir que as exigências individuais e coletivas de vida forçarão mudanças de comportamento que, por sua vez, reorientará o mundo contemporâneo fundado tanto na tradição da escrita impressa no papel quanto na recente inovação da escrita digitalizada projetada nas telas dos computadores. Levando em conta o conjunto de experiências e transformações culturais que se assiste, e procurando tensionar um debate vivo de discussões intensas em torno de uma economia global cada vez mais tecnológica, na qual a Internet e outras tecnologias de comunicação disseminam avalanches de informações a todo planeta, é que se retoma, num espaço transdisciplinar de estudos e reflexões, a questão da formação educacional em tempos de comunicação midiática e da realidade fundada nos avanços da tecnologia. Nesse sentido, a análise reflexiva do curso enfatizará a própria realidade da nossa experiência cultural, dirigindo interrogações precisas ao mundo contemporâneo, como por exemplo: qual o intervalo de tempo que pode ser estabelecido como definidor do contemporâneo? Que novas formas de construção de saberes se anunciam com base na cibercultura? O que é ser leitor e escritor em tempos de novas tecnologias? A sociedade brasileira está preparada para receber e participar das novas tecnologias? A escola como grande mediadora dos conhecimentos poderá contribuir de que forma no desenvolvimento das tecnologias intelectuais? Qual a conveniência da escrita em tempos de novas tecnologias? Se o grande problema econômico do nosso tempo reside em transformar o conhecimento em conhecimento codificado, convertendo-o em mensagem que possa ser manipulada como informação, como definir, então, a operação que consiste em plasmar o conhecimento sobre um suporte técnico? Considerando que leitura e escrita são processos complementares, e se a leitura não é uma atitude passiva, pois não se reduz a uma simples decodificação de sinais gráficos, como então estimular uma atividade de reconstrução de sentidos por meio da leitura? Se escrever é um ato de partilha da palavra, afinal, para quem e para quê escrevemos na escola? Como promover a inclusão digital e equiparação de oportunidades para a população brasileira? Como discutir e negociar o grau de velocidade da informatização da sociedade, a reciclagem do trabalhador profissional da educação e a alfabetização em informática, tarefas chaves que se desenham no futuro do nosso país? Com base em tais perguntas, o presente curso pretende fornecer — como já mencionado em “objetivos específicos” — subsídios teóricos para o tratamento de tais questões.
Por fim, o curso pretende auxiliar o aluno na confecção final de um projeto de pesquisa. Para tanto, os alunos receberão orientação, visando a elaboração de projeto de pesquisa, durante os meses de Julho, Outubro, Novembro e Dezembro de 2002, na disciplina “Orientação de Projeto de Pesquisa”, que será distribuída entre todos os docentes em conformidade com as áreas de pesquisas eleitas previamente pelos alunos-orientandos.
*Projeto elaborado pelo Prof. Dr. Sílvio Medeiros
Coordenador do Curso
Mococa/SP
DEZ/2001
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CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO CURSO
Público Alvo:
Requisitos:
Número de Vagas:
Seleção:
Carga Horária:
Avaliação:
Certificado:
Organização:
APRESENTAÇÃO DAS DISCIPLINAS
Docentes responsáveis pelo curso:
Programas de disciplinas:
a) Nome da disciplina:
b) Carga horária
c) Docente
d) Apresentação (da disciplina, do tema)
e) Metodologia de ensino
f) Conteúdo programático (elenco de itens, de tópicos a serem abordados)
g) Bibliografia
DISCIPLINAS A SEREM MINISTRADAS PELO PROF. DR. SÍLVIO MEDEIROS
1) Disciplina: ESCRITA NA MEMÓRIA E LEITURA DA MEMÓRIA: DA DEFESA DA PALAVRA ORAL NO FEDRO DE PLATÃO ÀS AMBIGÜIDADES INEVITÁVEIS DA ESCRITURA.
Docente:
Prof. Dr. Sílvio Medeiros
Ementa:
Genealogia da escritura encaminhada por Platão. O phármakon da escritura articulado com a filosofia benjaminiana. Os conceitos de oralidade, escritura, phármakon, palimpsesto e hipertexto.
Objetivos:
A disciplina objetiva, num primeiro momento, desenvolver estudos em torno do diálogo Fedro, no qual Platão expõe, filosoficamente, a relação entre a palavra escrita, a palavra falada e o pensamento, o que dá origem ao conceito de phármakon (a escrita concebida como remédio ou veneno). Com feição interdisciplinar, a disciplina, num segundo momento, constituir-se-á num esforço efetivo rumo aos estudos literários comprometidos com um franco diálogo transdisciplinar e transcultural. Para tanto, uma vez estabelecido o embate platônico entre cultura oral e cultura escrita, com base nos estudos literários de Walter Benjamin, que permitem reler os modernos, tais quais: Charles Baudelaire, Marcel Proust, dentre outros, além da corrente literária surrealista (cujos escritos realizam autênticos experimentos com a linguagem), analisar-se-á a própria arquitetura semiológica do texto benjaminiano, com destaque à noção de palimpsesto contrastada com os contemporâneos experimentos da arquitetura semiológica do hipertexto na tela do computador.
Conteúdo programático:
. O Fedro e a escritura como phármakon.
. Memória e leitura de narrativas em Walter Benjamin.
. Memória e escritura caleidoscópio-benjaminiana: rua de mão única.
. A crítica literária benjaminiana como suplemento da obra literária.
. A noção de palimpsesto como gênese da arquitetura semiológica do hipertexto.
Metodologia de ensino:
. Aulas expositivas.
. Leitura e discussão de textos.
. Seminários.
Critérios de avaliação:
. Assiduidade e participação em sala de aula.
. Apresentação de seminários e trabalhos.
. Trabalhos escritos sobre uma questão em comum.
Recursos didáticos:
. Algumas aulas expositivas serão ilustradas por meio de recursos multimídia.
Bibliografia:
BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. Tradução J.C.M.Barbosa, H.A. Baptista. Obras Escolhidas, v.III. São Paulo: Brasiliense, 1989.
_______________. Magia e Técnica, Arte e Política. Tradução Sérgio Paulo Rouanet. Obras Escolhidas, v. I. São Paulo: Brasiliense, 1985.
_______________. Rua de Mão Única. Tradução R.R. Torres F., J.C.M. Barbosa. Obras Escolhidas, v. II. São Paulo: Brasiliense, 1987.
DERRIDA, Jacques. A farmácia de Platão. Tradução Rogério da Costa. São Paulo: Iluminuras, 1991.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Tradução C.I. da Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução C. I. da Costa. São Paulo: Editora 34, 1999.
PLATÃO. Fedro ou Da Beleza. Tradução Pinharanda Gomes. 6 ed. Lisboa: Guimarães Editores, 2000.
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2) Disciplina: PRÁTICAS DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS.
Docentes:
Prof. Dr. Sílvio Medeiros e Profa. Ms. C.*
Ementa:
Leitura interpretativa e crítica de textos. Produções textuais sob a forma de resumos, resenhas etc. Estudo de textos provenientes de diferentes áreas das ciências humanas, que alcancem os problemas do universo educacional. Estímulo e orientação ao discente quanto à busca e à delimitação do tema a ser pesquisado, bem como na confecção de projeto de pesquisa ou monografia.
Objetivos:
Estudar um amplo repertório de textos (depositários da memória cultural) apoiado em contribuições da poética, da literatura, da filosofia, da história, da publicidade, dentre outros. Enfatizar aspectos dos estudos voltados à metalinguagem, sobretudo no âmbito da crítica literária que dão origem à análise do discurso, objetivando, com isso, iluminar as questões ligadas à prática da leitura, à produção de texto e à produção do conhecimento na área da educação. Aplicar metodologias e seminários de pesquisa a fim de valorizar os interesses dos discentes quanto à reescrita constante de uma idéia, de um esboço e/ou pré- projeto de pesquisa, preferencialmente apresentados no decorrer das aulas inaugurais. Fornecer instrumentos para o trabalho pedagógico de professores de diversas disciplinas, aplicáveis no planejamento da instrução e formação dos alunos no campo da produção de textos e da leitura.
Metodologia de ensino:
. Aulas expositivas.
. Leitura, discussão e produção de textos.
. Seminários.
Critérios de avaliação:
. Assiduidade e participação em sala de aula.
. Apresentação de trabalhos (exercícios de leitura e de escrita).
. Apresentação de seminários relacionados com os projetos de pesquisa dos discentes. Durante os seminários de pesquisa, os discentes serão orientados a refletir sobre o objeto de pesquisa à luz dos subsídios teóricos oferecidos pelo curso, objetivando a produção textual sob a forma de balanço de questão, síntese de pesquisa ou apresentação de hipóteses.
Recursos didáticos:
. Textos recomendados pela literatura da disciplina.
Conteúdo programático:
. Linguagem e Comunicação.
.Texto formativo e texto informativo.
. As características da linguagem e os papéis da comunicação: a “indústria cultural” e a humanidade como espetáculo para si mesmo (Walter Benjamin e Theodor Adorno).
. Formas de conhecimento e tradição das formas.
. Mito e oralidade na Grécia antiga (Homero).
. Sobre o conhecimento: sombra e luz em Platão (Gérard Lebrun).
. Oralidade e cultura escrita (Roger Chartier).
. Vocações da escrita e códigos textuais. Retóricas antigas (Roland Barthes).
. Mitografia e universo infantil (Charles Perrault).
. Tradição e modernidade. As formas narrativas “em questão”: as teses sobre a morte do narrador (Walter Benjamin).
. Sobre a experiência da leitura na modernidade (Marcel Proust).
. Interpretação e cultura (Freud).
. Sobre a experiência da escrita na modernidade. O prazer do texto (Roland Barthes).
. A morte do autor: hermenêutica, interpretação e escritura (Michel Foucault).
. Sobre a experiência da leitura e da escrita na cena contemporânea: o hipertexto na rede Internet (Pierre Lévy).
. A escola e o “próximo milênio” (Italo Calvino).
. A leitura como phármakon: aproximações (Jacques Derrida).
. Da metáfora
. As astúcias do narrador (Machado de Assis).
. O leitor intra e extra-textual.
. Dialogismo, ironia e intertextualidade (Mikhail Bakhtin).
Bibliografia*:
ADORNO, Theodor. Minima Moralia: reflexões a partir da vida danificada. Tradução Luiz E. Bico. 2 ed. São Paulo: Ática, 1993.
ASSIS, Machado. Contos fantásticos de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1973.
AUGÉ, Marc. A guerra dos sonhos: exercícios de etnoficção. Tradução Maria L. Pereira. Campinas, SP: Papirus, 1998.
BARTHES, Roland. O prazer do texto. Tradução J. Guinsburg. 3 ed. São Paulo: Perspectiva, 1993.
BAKHTIN, Mikail. A cultura popular na Idade Média e Renascimento: o contexto de Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1987.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução Sérgio P. Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985. In: Obras Escolhidas I.
CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. Tradução Ivo Barroso. São Paulo: Cia. das Letras, 1990.
CHARTIER, Roger. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. Tradução Mary Del Priore. Ed. UnB, 1994.
_____. Cultura Escrita, Literatura e História. Tradução Ernani Rosa. Porto Alegre. Artimed Editora, 2001.
_____. Práticas da leitura. Tradução Cristiane Nascimento. São Paulo: Estação Liberdade, 1996.
CHARTIER, Roger, CAVALLO, Guglielmo. História da Leitura no Mundo Ocidental. V 1 e 2. Tradução Cláudia Cavalcanti et al. São Paulo: Ática, 1999.
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. Tradução Gilson C.C. de Souza. São Paulo: Perspectiva, 1983.
FONTES, Joaquim Brasil. As obrigatórias metáforas: apontamentos sobre literatura e ensino. São Paulo: Iluminuras, 1999.
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. Tradução Salma T. Muchail. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1981.
JOBIN, J.L. (org.) As palavras da crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1994.
LARROSA, Jorge. Pedagogia Profana: danças, piruetas e mascaradas. Tradução Alfredo Veiga-Neto. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
LÉVY, Pierre. O que é virtual? Tradução Paulo Neves. São Paulo: Ed. 34, 1996.
LOPES, Edward. A Identidade e a Diferença: raízes históricas das teorias estruturais narrativas. São Paulo: Ed. USP, 1997.
POUND, Ezra. ABC da literatura. São Paulo: Cultrix, 1986.
PROUST, Marcel. No caminho de Swam. Tradução Mario Quintana. 17ed. São Paulo: Globo, 1995.
* A bibliografia complementar será fornecida no decorrer do curso.
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Disciplina: ORIENTAÇÃO DE PROJETO DE PESQUISA
Docente:
Todos os docentes do curso
Objetivos:
Orientação para a confecção de Projeto de Pesquisa.
Avaliação:
Apresentação de Projeto de Pesquisa.
Nota:
A carga horária da disciplina será distribuída entre os docentes durante os períodos de Julho, Outubro, Novembro e Dezembro de 2002, em função das áreas de interesse dos alunos-orientandos.
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HORÁRIO DA TURMA 1 (elaborado pela área administrativa da FaFEM)
CURSO LATO SENSU 2002 — FaFEM
Sexta-Feira Sábado
Fev/*Mar Prof.Sílvio: Metodologia do Trabalho Científico.
(Fev.Mar.Abr) Prof. Sílvio: Escrita na Memória e Leitura da Memória... (Março)
Abril Prof. Sílvio: Metodologia do Trabalho Científico. Profa.R.: Invenção do Lazer e do Trabalho...
Maio Prof. Sílvio: Prática de Leitura e Produção de Texto: Retórica e Narrativa. Profa. C.: A Aventura do Livro...
Junho Profa. C: Prática de Leitura e Produção de Texto: Leitura e Recepção. Profa. R.: Escrituras sobre a Infância...
Julho Todos docentes: Trabalho de Orientação (presencial ou à distância). Todos docentes: Trabalho de Orientação (presencial ou à distância).
Agosto Prof. A.: Teoria do Conhecimento Profa. I.: Do Oral ao Digital...
Setembro Prof. Sílvio: Teoria do Conhecimento. Profa.A.: A Linguagem entre o Universo Enciclopédico e Virtual..
Outubro Todos docentes: Trabalho de Orientação (presencial). Profa. L.: Tópicos do Discurso da Modernidade Nacional...
Novembro Todos docentes: Trabalho de Orientação (presencial). Profa. C.: Introdução à Filosofia da Linguagem.
Dezembro Todos docentes: Trabalho de Orientação (presencial).
Nota: previsão para final de Março/2002: reunião com docentes e discentes para definição do quadro orientador (docente) x orientando (discente)
HORÁRIO DA TURMA 2
CURSO LATO SENSU 2002 — FaFEM
Sexta-Feira Sábado
Fevereiro Profa. R.: Metodologia do Trabalho Científico. Prof. A.: A Palavra Filosofia...
Março Profas. C., A e R.:
Metodologia do Trabalho Científico. Prof. A.: A Palavra Filosofia...
*Abril Profa. I.: Metodologia do Trabalho Científico. Prof. Sílvio: Escrita na Memória e Leitura da Memória...
Maio Profa. R.: Invenção do Lazer e do Trabalho... Profa. L.: Tópicos do Discurso da Modernidade Nacional.
Junho Prof. Sílvio: Prática de Leitura e Produção de Texto: Retórica e Narrativa. Profa. C.: A Aventura do Livro...
Julho Todos docentes: Trabalho de Orientação (presencial ou à distância). Todos docentes: Trabalho de
Orientação (presencial ou à distância)
Agosto Profa. R.: Escrituras sobre a Infância Profa.C.: Prática de Leitura e Produção de Texto: Leitura e Recepção.
Setembro Profa. A.: Teoria do Conhecimento. Profa. C.: Introdução à Filosofia da Linguagem.
Outubro Profa. L.: Teoria do Conhecimento. Profa. A: A Linguagem entre o Universo Enciclopédico e Virtual..
Novembro Todos docentes: Trabalho de Orientação (presencial). Profa. I.: Do Oral ao Digital...
Dezembro Todos docentes: Trabalho de Orientação (presencial). Todos docentes: Trabalho de Orientação (presencial).
Nota: previsão para final de Abril/2002: reunião com docentes e discentes para a definição do quadro orientador (docente) x orientando (discente).
Prof. Dr. Sílvio Medeiros
Coordenador do Curso
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DENÚNCIA de VIOLÊNCIA MORAL NO TRABALHO sofrida pelo PROF. DR. SÍLVIO MEDEIROS nas dependências da FaFEM – FACULDADES DA FUNDAÇÃO DE ENSINO DE MOCOCA (antigo IESMoc – Instituto de Ensino Superior de Mococa) Mococa – S/P.)
Algumas passagens do presente Projeto foram suprimidas por conduta ética, da minha parte, visto que nelas constavam nomes de professores e outros profissionais pertencentes à referida Instituição Educacional, os quais, penso eu, desconheçam totalmente, até a presente data, a verdade dos fatos ocorridos em finais de junho de 2002 - a qual seguirá abaixo. O mesmo critério também foi utilizado quanto ao elenco completo dos “Programas Disciplinas” dos demais professores que atuaram no curso, bem como, aos nomes dos referidos professores, pois, quando a eles me refiro, troquei os respectivos nomes por letras avulsas. Por último, quanto à disciplina “Metodologia do Trabalho Científico”, posto que o conteúdo fôra redigido a quatro mãos e as aulas divididas entre dois professores, isto é, Prof. Dr. Sílvio Medeiros e outro professor, por tal motivo abstive-me em disponibilizar o programa e conteúdo da referida disciplina no presente Projeto (encaminhado pelo diretor dos cursos de graduação e pós-graduação (Especialização “Lato Sensu” em Educação) da FaFEM ao C.E.E., isto é, ao Conselho Estadual de Educação de São Paulo, em finais de 2001, cujo parecer final da referida Instituição aprovara o presente Curso).
Em finais de junho de 2002, na qualidade de professor, eu, Prof. Dr. Sílvio Medeiros, lecionava em duas faculdades estabelecidas em duas cidades do Estado de São Paulo. Numa delas, isto é, nas “FACULDADES DA FUNDAÇÃO DE ENSINO DE MOCOCA” - FaFEM, estabelecida na cidade de Mococa/SP, na qualidade de idealizador, coordenador e professor do “Curso de Especialização em Educação Lato Sensu 2002”, fui vítima, por parte do diretor dos cursos de graduação e de especialização da referida Instituição, de violência moral no trabalho por motivo torpe, isto é, na data (fins de junho de 2002), rumo à cidade de Mococa, no interior de um ônibus, eu recebia insistentes chamadas da FaFEM. Todavia, o meu celular estava com problemas técnicos, apenas registrava o número do telefone da chamada, e deixava de funcionar.
Tão logo eu cheguei na FaFEM, um outro professor já se encontrava em meu posto, em minha sala de aula. No momento em que tal fato constatei, fui abordado, no corredor da Faculdade, pelo diretor dos cursos da FaFEM. Ele me encaminhou a uma sala vazia, fechou as portas, e deu início a um sermão de cunho autoritário (aliás, característica marcante da personalidade deste diretor), ameaçador e desumano em relação à minha pessoa, pois este sermão continha elementos de manipulação do medo ... (segue abaixo)
(como por exemplo: “_ A partir de hoje você terá um novo tratamento aqui! Todos os laços afetivos estão rompidos”. Agora, noutras palavras - pois não me recordo das palavras literais em virtude do medo que se apossou de mim naquele momento – : que a partir daquela data o meu trabalho na referida Instituição, isto é: 1) Idealizador, professor e coordenador de cursos de Especialização (nível pós-graduação) + 2) Orientador de 3 teses de mestrado de professores da FaFEM, que não conseguiram concluí-las a tempo (todo o ano de 2001) e outras futuras dissertações que porventura aparecessem + 3) Organizador e/ou Presidente Científico de eventos, isto é, do “Congresso Regional de Educação” – reunindo as faculdades das cidades de Mococa/SP (2002), São João da Boa Vista/SP (2000) e São José do Rio Pardo S/P (2001) + 4) Diretor do “Centro de Pesquisa e Ação Comunitária” – CePAC, do antigo IESMoc (em desenvolvimento encontravam-se pesquisas sobre a história da fotografia na cidade de Mococa e região. Para tanto, conferir em www.recantodasletras.com.br/autores/silviomedeiros ou meu “Currículo Lattes” in www.cnpq.br os resultados que essas pesquisas alcançaram, com pouco ou quase nenhum recurso financeiro por parte da FaFEM, exceto pela minha motivação no campo da pesquisa), seria objeto de vigilância e denúncias, apesar de todos os relatórios – tenho registrado em disquestes - que eu elaborava mensalmente no que se refere às minhas longas visitas e longas horas de trabalho (consultando acervos fotográficos e lendo/anotando tudo sobre o tema da pesquisa contido nos jornais de cada um destes locais – tenho tudo registrado no papel - em museus das cidades de Mococa, de Jundiaí, de Rio Claro, de Campinas, isto é, “Centro de Memória da Unicamp” e “Biblioteca Central” da Unicamp, local onde reescrevi um livro à mão, durante quatro meses, pois trata-se de “obra rara”, cujo conteúdo alinhava os dados dispersos da pesquisa, etc.; recolhendo depoimentos de idosos na cidade de Mococa e noutras! Para tais deslocamentos eu aplicava dinheiro do meu próprio bolso! (consultar o meu texto “Dossiê Orfeu Despedaçado”, disponível em livro – o diretor da Faculdade se recusou - em outubro de 2001- a publicar o livro; nesse caso, recorri à outra faculdade em que eu lecionava, e o fato se consumou, e/ou consultar in www.recantodasletras.com.br/autores/silviomedeiros), pois em 2006 disponibilizei o texto no referido site . A pesquisa soma 25 hs. de entrevistas gravadas junto a idosos; o trabalho de transcrição da fita para o papel, realizado pela minha irmã, EDNA MEDEIROS BORGHI, em meu lar, em Campinas/SP, não foi remunerado até o presente momento. O trabalho de coleta de material empírico para a referida pesquisa compreendeu o período de Abril de 1999 a Outubro de 2001)
... não tão-somente para me constranger, bem como para me forçar a pedir a demissão. Envergonhado perante tudo o que ouvi, em silêncio, deixei a sala, a FaFEM, e me dirigi até o dormitório do Asilo da cidade de Mococa, local onde a FACULDADES DA FUNDAÇÃO DE ENSINO DE MOCOCA” - FaFEM - me hospedou de 1992 a 2002.
Chegando em minha casa, na cidade de Campinas/SP, recorri a um advogado, e a ele solicitei que fosse até Mococa pedir a minha demissão do emprego, visto que, perante toda a dolorosa experiência subjetiva que vivi, passei a sofrer de graves problemas de saúde, além de todo o tipo de complicações pessoais financeiras, haja vista que pedi ao meu advogado que firmasse um acordo junto a FaFEM para que eu pudesse receber os meus direitos trabalhistas. Apesar do apelo, de nada adiantou. Em 01/08/2002, o meu pedido de demissão (forçado) foi formalizado, e o meu advogado, de Mococa, retornou com os papéis da demissão e um demonstrativo com $ 0,00 de remuneração!
Como se tudo isto não bastasse, em Setembro de 2003, recebi um telefonema de Mococa, de uma funcionária que havia se desentendido com a parte administrativa da faculdade das “FACULDADES DA FUNDAÇÃO DE ENSINO DE MOCOCA” - FaFEM. Ela me implorava que eu fosse até Mococa, pois ela denunciaria o que ambos diretores (da faculdade e dos cursos de graduação e especialização) da FaFEM obrigavam-na a fazer, isto é, ligar constantemente para a faculdade da “Campanha Nacional de Escolas da Comunidade” (CNEC), onde eu lecionava (de 2000 a 2003), caluniando-me, e coisas do gênero. Eu me neguei a retornar a Mococa como testemunha da referida funcionária; ela disse que denunciaria o que a obrigavam-na (e a outros) fazer, ou seja, denegrir a minha imagem mediante tais telefonemas. Humilhado, envergonhado e indignado eu disse que jamais retornaria a Mococa, por receio de algum ato hostil por parte de membros da FaFEM; disse, então, a ela que estava sem dinheiro, para desconversar e me livrar de algo tão danoso. Ela então me disse que enviaria o dinheiro para as passagens, ida e volta, até Mococa, e eu ficaria abrigado na residência dela. De fato, o dinheiro chegou pelo Correio; de posse do dinheiro, embrulhei n’outro envelope e o reenviei à referida funcionária, procurando, desse modo, apagar tudo da minha mente, isto é, os deploráveis fatos ocorridos comigo na faculdade de Mococa.
MAIS UMA VEZ... Como se tudo isso não bastasse, a partir de 03/02/2003 comecei a lecionar na faculdade da “Sociedade Nogueirense de Educação e Instrução Ltda.”, estabelecida na cidade de Artur Nogueira/SP (nesta ocasião, eu já havia solicitado a minha demissão da Faculdade de Capivari – e só agora entendo a razão pela qual a referida faculdade, a partir de Julho de 2002, deu início a um processo de diminuição da minha carga horária, na qualidade de professor, até não restar nenhum curso no qual eu pudesse atuar.) Em 10 de dezembro de 2003, recebi um telefonema da diretora da Faculdade de Artur Nogueira. Ela me disse que alguém da Faculdade de Mococa havia ligado para a proprietária da Faculdade de Artur Nogueira e, por tudo o que ouviu sobre mim, estava prestes a me demitir por justa causa. Uma das “denúncias” e/ou infâmias elaboradas pelos diretores da FaFEM refere-se ao fato de que disseram que eu havia sido expulso da FaFEM por motivos graves. Nesse momento, entrei em pânico: eu me muni de toda documentação, inclusive do meu pedido de demissão e “corri” até Artur Nogueira. Lá chegando, a proprietária da escola se certificou de que tudo não passava de denúncias falsas perante os documentos que se encontravam em minhas mãos, sobretudo pelas palavras registradas no meu AVISO PRÉVIO (número 843/00012) das “FACULDADES DA FUNDAÇÃO DE ENSINO DE MOCOCA” – FaFEM -, de 01/08/2002, isto é, “deixarei os serviços dessa firma [FaFEM], por minha livre e espontânea vontade... Ciente: 01/08/2002” .
Todavia, face a minha baixa-estima na ocasião, suportei lecionar na referida faculdade até Abril de 2004. Num dado momento, em que eu lecionava, tudo abandonei... a aula, a sala de aula, a cidade de Artur Nogueira, e me recolhi na casa da minha irmã, em Campinas, e daqui não mais saí. Pedi minha demissão da Faculdade de Artur Nogueira, por e-mail, e entrei em profunda depressão. Durante o ano de 2004 e parte de 2005, EU NÃO CONSEGUIA MAIS DAR UM PASSO ALÉM DO PORTÃO DA RESIDÊNCIA DA MINHA IRMÃ...
EU ME DEMITI DA VIDA!
E TEM MAIS UMA VEZ! Como se tudo isso não bastasse, atendi, há pouco, em outubro de 2006, o carteiro, no portão da residência da minha irmã. Ele possuía uma NOTIFICAÇÃO em mãos, em meu nome! NOTIFICAÇÃO para que eu comparecesse em 22/11/2006, às 13h, na Cidade Judiciária de Campinas, a fim de prestar declarações referentes aos fatos narrados na CARTA PRECATÓRIA número 019/06 – DCC... e que o meu não comparecimento “poderá, na forma da lei, ensejar em condução coercitiva.”
ONTEM, 22/11/2006, compareci ao local acima determinado. Fui chamado até a sala da PROMOTORA DE JUSTIÇA. A doutora promotora deu início à leitura do conteúdo da referida carta precatória na qual me tornei um réu, pelas “FACULDADES DA FUNDAÇÃO DE ENSINO DE MOCOCA” - FaFEM! ACUSAÇÕES ABSURDAS!, CREIAM-ME LEITORES! Seguem abaixo:
NÚMERO 1) que eu me encontrava afastado do trabalho, na “FACULDADES DA FUNDAÇÃO DE ENSINO DE MOCOCA” - FaFEM, de todo ano de 2001 até Julho de 2002, e sendo remunerado com 78 h/aula !!! (provei imediatamente à doutora promotora que tudo não passava de uma infâmia; munido dos meus comprovantes de pagamentos da FaFEM, a doutora promotora certificou-se de que para realizar todo o trabalho que acima eu descrevi, eu ganhava, na verdade, 27 h/aulas ao mês! E que 78 era meramente o número de um código inscrito nos holerites).
2) Ambos os diretores (dos cursos e das faculdades da FaFEM), concediam diplomas de forma irregular a alunos que não haviam sido aprovados!!). Cerca de 13 anos trabalhei junto a corruptos!! Eu jamais tive acesso a arquivos da área administrativa do IESMoc - atual FaFEM! Caso contrário, eu teria deixado tal Instituição Educacional tão-logo soubesse dessa imundície!
Atenção senhores legisladores do campo educacional no Brasil! VEJAM A QUE PONTO CHEGAMOS!! Este país fede feito uma imunda latrina; parte da população é CORRUPTA!
DIANTE DISSO TUDO, EU ME CALO. POR MAIS QUE EU TENHA ESTUDADO, NÃO CONSIGO ENCONTRAR/ELABORAR CONCEITOS FILOSÓFICO-HISTÓRICO-ÉTICO-SOCIOLÓGICOS PARA ENTENDER TAIS FENÔMENOS HEDIONDOS!
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MEU APELO
Sr. MINISTRO DA EDUCAÇÃO DO BRASIL (e senhores administradores do MEC),
Senhores dirigentes do CONSELHO ESTADUAL DA EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO (C.E.E),
Senhores dirigentes de SINDICATOS DE PROFESSORES DO BRASIL,
Senhores EDUCADORES da nação brasileira,
alunos e alunas brasileiros,
por gentileza, pelo amor aos brasileiros que virão depois de nós, tomem uma atitude severa em relação a isso tudo que relatei. Eu não posso, sozinho, lutar contra tantos podres poderes!
Na minha desolação, dou visibilidade mundial, pela rede internet, às falcatruas que infestam as faculdades isoladas deste país.
Nos últimos tempos, só conto com o apoio dos meus familiares mais próximos, (PERDI TODOS OS MEUS AMIGOS) e de NINGUÉM MAIS...
Do meu exílio,
PROF. DR. SÍLVIO MEDEIROS
Campinas, novembro de 2006.
NOTA do autor: quanto às siglas - ou nome da Instituição Educacional em evidência-, elas vacilam na presente acusação entre IESMoc e FaFEM, pois, na ocasião em que ocorreram os fatos por mim narrados, havia um processo em andamento de mudança de nome da referida Instituição, tendo em vista a fundação do “Curso Normal Superior”, cujo projeto foi redigido por mim e encontra-se disponível em www.recantodasletras.com.br/autores/silviomedeiros - o título é “Nossos Romanos”.