A QUEM CULPAR
A quem culpar,
Se falta leite, se falta pão,
Falta alimentos nas casas
Da camada mais pobre da população?
Sobram lágrimas!
Aumenta calamidades!
A impotência governante
Gera o caus, expõe as mazelas:
Greves de servidores,
Greve das polícias Civil e Militar,
Insegurança da população,
Refém de todo tipo de bandalheira,
De barbaridades,
Rebeliões em presídios !
Verdadeira batalha sangnolenta
Entre facções criminosas:
Motins,detentos digladiando-se
Até a morte!
A quem culpar,
Se a criança de rua chora?
Chora com fome!
Chora vítima de maltratos!
Chora porque é tratada
Iqual a bicho pelas ruas das cidades
( Nas sinaleiras, nos cantos,
Nas calçadas,
Dormindo pelas ruas )!
A quem culpar, bandidos,
Se fecham os olhos às dores,
Aos tormentos,
Aos martírios, aos lamurios dos famintos,
Lhes batendo a porta na cara?!
Nem a esmola de um olhar,
Um pouco de atenção,
Um resquício de carinho?
A quem culpar, se indiferentes
À dor alheia, nos festins desefreados,
Do Natal,ano novo, se banqueteiam,
Entornando bebidas caras,
Em nababescas ceias, esbanjando dinheiro ,
Queimando fogos( pirotecnia esbanjatoria),
Enquanto há milhares
De pessoas que nem migalhas
Têm pra mitigar a fome?!
A quem culpar, pela saúde precária
-- Filas e filas de pacientes quais molambos,
Morrendo à mingua, sem atendimento,
Jogados como trastes pelos cantos
Dos hospitais públicos, onde falta
Leitos, medicamentos,médicos
Para atender a demanda mais carente
(Desprovida de recursos
Para pagar plano de saúde)?
A quem culpar ?
A quem culpar, pela falta de empregos?
Pelos jovens desempregados?
Pelos mais de treze milhões de desempregados?
Pelo País cambaleante?
Pela economia que cresce apenas
Aos olhos de quem quer dourar a pílula,
Mostrar um cenário que não existe,
Pois o Brasil retrocede a patamares diminutos.
A quem culpar, pela educação em frangalhos?
Pelo crescimento vertiginoso
Da entrega a preço de banana,
Do patrimônio público?
A quem culpar, pelo menor aumento
Do salário mínimo em 24 anos?
A quem culpar,
Pelo choro de vergonha de Têmis ,
Vendo a Justiça brasileira cega, surda e muda?
Veloz , conforme aquele que for julgado,
Com o fito de o transformar
Em carta fora do baralho;
Tartaruga, quando trata-se de
Julgamento de alguém
A quem essa mesma Justiça, é simpática,
Que mesmo com abundantes
Provas incontestáveis contra o seu preferido,
Não " vem ao caso" seu comprovado delito!
Já viram enterro de anao ?Cabeça de bacalhau?
Algum tucano preso?
À situação pouco peculiar,
De a Justiça brasileira,
Ao seu arbítrio, julgando,
Provas desprezando,
De convicção, se alimentando,
A que se presta, se pelos quatro cantos
Do País se alardeia -- a sentença
Já estaria lavrada em quaisquer tribunais --
Condenar-se-á ao arrepio da lei,
Sem provas estabelecidas,
Em relação àquele que bem
Conhecemos,
E o mundo também,
Que peja-se de vergonha,
Com a Justiça interpondo-se
Como se fora parte, no jogo político?!
A quem culpar?