( DIA DA CONCIÊNCIA NEGRA. 20/11/2012 )
NA COR DA PELE.
O que tenho eu diferente?
Por ventura não sou gente,
Que te fazes refugar-me?
Pois minha pele trigueira,
É muitíssima brasileira,
Por que fica a afrontar-me?
Que culpa tenho em mim,
Se o destino quis assim,
Trazer-me em pele morena?
Pois eu sou de pura raça,
Por mais afrontas que faças,
Não vais me tirar de cena!
Entenda que nessas veias,
Que de sangue estão cheias,
Tão vermelho quanto o teu!
Em teu racismo voraz,
Esqueces que somos iguais,
Perante os olhos de Deus!
Nesse jeito debochado,
Que me faz ficar calado,
Em nada te faz crescer!
Pelo contrário até penso,
Nessa falta de bom senso,
Que tens muito a aprender!
Essa tua cor assentada,
Com essa pele rosada,
Vestida de granfinagem!
Enche-te de fantasias,
Por seres da burguesia,
Porém te falta coragem!
De assumir o que és,
Nas casas de coronéis,
Tivestes o teu berçário!
Mas nos tempos de mitigo,
Nos negros tiveste abrigo,
Que ti foram necessário.
De nada vale a tua cor,
Pois ela não te é penhor,
Que te habilites reinar!
Tenho em minha cor ecura,
O orgulho da bravura,
Que me faz sempre lutar!
Nasceste em berço de ouro,
Teus olhos não viram choro,
Como os que eu já chorei!
Porém tenho hombridades,
E nessa sociedade,
Somos iguais perante a lei!
Tamanho, feição e cor,
Credo ou raça é sem valor,
Perante a constituição!
Por isso não me constrange,
Nós temos o mesmo sangue,
Sem querer somos irmãos!
Sou negro de sangue forte,
E a mim coube essa sorte,
Ter nascido dessa cor!
Estou nessa sociedade,
Sem ter oportunidade,
De mostrar o meu valor!
Relembro meus ancestrais,
Que nas mãos de capataz,
Foram tão martirizados!
A sofrer tão cruelmente,
Como se não fossem gente,
Pelos brancos castigados!
Hoje aqui tenho direitos,
De muitos tenho respeito,
Sendo honrado cidadão!
Descendo de povo forte,
Que aqui achou seu norte,
Sendo filho deste chão!
Já posso me defender,
Em meu humilde viver,
Mesmo sem tantos direito!
Falta-me apenas o sonho,
Pro meu mundo ser risonho,
Sem ver tantos preconceitos!
Cosme B Araujo.
20/11/2012.
NA COR DA PELE.
O que tenho eu diferente?
Por ventura não sou gente,
Que te fazes refugar-me?
Pois minha pele trigueira,
É muitíssima brasileira,
Por que fica a afrontar-me?
Que culpa tenho em mim,
Se o destino quis assim,
Trazer-me em pele morena?
Pois eu sou de pura raça,
Por mais afrontas que faças,
Não vais me tirar de cena!
Entenda que nessas veias,
Que de sangue estão cheias,
Tão vermelho quanto o teu!
Em teu racismo voraz,
Esqueces que somos iguais,
Perante os olhos de Deus!
Nesse jeito debochado,
Que me faz ficar calado,
Em nada te faz crescer!
Pelo contrário até penso,
Nessa falta de bom senso,
Que tens muito a aprender!
Essa tua cor assentada,
Com essa pele rosada,
Vestida de granfinagem!
Enche-te de fantasias,
Por seres da burguesia,
Porém te falta coragem!
De assumir o que és,
Nas casas de coronéis,
Tivestes o teu berçário!
Mas nos tempos de mitigo,
Nos negros tiveste abrigo,
Que ti foram necessário.
De nada vale a tua cor,
Pois ela não te é penhor,
Que te habilites reinar!
Tenho em minha cor ecura,
O orgulho da bravura,
Que me faz sempre lutar!
Nasceste em berço de ouro,
Teus olhos não viram choro,
Como os que eu já chorei!
Porém tenho hombridades,
E nessa sociedade,
Somos iguais perante a lei!
Tamanho, feição e cor,
Credo ou raça é sem valor,
Perante a constituição!
Por isso não me constrange,
Nós temos o mesmo sangue,
Sem querer somos irmãos!
Sou negro de sangue forte,
E a mim coube essa sorte,
Ter nascido dessa cor!
Estou nessa sociedade,
Sem ter oportunidade,
De mostrar o meu valor!
Relembro meus ancestrais,
Que nas mãos de capataz,
Foram tão martirizados!
A sofrer tão cruelmente,
Como se não fossem gente,
Pelos brancos castigados!
Hoje aqui tenho direitos,
De muitos tenho respeito,
Sendo honrado cidadão!
Descendo de povo forte,
Que aqui achou seu norte,
Sendo filho deste chão!
Já posso me defender,
Em meu humilde viver,
Mesmo sem tantos direito!
Falta-me apenas o sonho,
Pro meu mundo ser risonho,
Sem ver tantos preconceitos!
Cosme B Araujo.
20/11/2012.