Vidas ceifadas






Em um caminho de terra

afugentado pela dor da saudade

pensava, minha vida aqui se encerra



Se abre silenciosa a porteira
amorosa, chora e lamenta
vendo de seu amo a canseira



Até chegar a casa grande
pétalas de rosas caidas

harmonizavam-se com o instante




Nas mãos, o laudo da morte
por um aborto provocado
foi lhe tirado o norte




Cada cômodo daquela casa
escuro e empoeirado marcava
a morte da mulher amada

O filho que não conheceu
que nas entranhas da mãe se formava
nem sabia que concebeu

Uma pergunta sem resposta
por que esta pena tão severa
sem piedade lhe foi imposta

Chora a alma, definha o corpo
à vida pediu licença
para viver como um morto



(Inspirado em um fato real de um jovem
que acredita que a esposa provocou o aborto
para lhe penalizar ) 





 
Maria Celene Almeida
Enviado por Maria Celene Almeida em 01/01/2012
Reeditado em 01/01/2012
Código do texto: T3416800
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