Ode aos entendidos
Saudações aos intelectuais de botequim, os letristas incompreendidos, amantes comuns das sociais democracias. Saúdo os interpretes de textos, imorais, intransigentes que matam a inocência com arte, sabedoria e técnica. Saúdo os rappers da periferia, que abominam o capitalismo selvagem e buscam saúde, segurança e emprego num submundo escancarado e sombrio. Saúdo por último os folhetins que pregam nas suas páginas livres e isentas a sua prisão de idéias obscuras e doentias, que se prendem nas correntes firmes da ignorância e das torturas de outrora, esquecendo das privações que a pseudo democracia social nos presenteia, nos remetendo ao exílio fabuloso dos nossos lares gradeados e protegidos.