Marc Chagall



   AUSÊNCIA DE ESPANTO ( Coragem Poética )



    Esse rio de águas turbulentas
    conta com a poesia
    ela é a linha que tudo agrupa
    não reagrupa
    porque o Mundo não foi terminado
    É terrível este sentimento, eu sei
    estar em meio ao desespero
                                       / das coisas
    às vezes no limite da fé tal o gelo
                              / que cai sobre
    as coisas
    ainda não adormecidas
    com vagas promessas de Sonho
    As vozes discordantes
    Os rincões do ódio, do rancor
    O amor mal dado e mal acontecido
    essa barreira que nos barra a visão
    de áceas rochas babadas às vezes
    de irresoluções
    os vulcões com gases e explosões
                         / temperamentais
     tudo isso envoltos em águas
                                            / barrentas e
     turbulentas
     a Poesia deve suprir com sua
                             / indicação de
     pureza
     inteireza ___ dedo mindinho flor
                     / de luz do caminho Viemos
     de longe em estado de precariedade
                                                        / e até
      as feras ___ mercê de seus pelos
                                       / têm medo de
      nossa precariedade
      A Poesia deve abrir um poço calmo
                                  / e pacífico nesse
      Jardim de Carências
      com flores que morrem e apenas
                            / prometem a presença
      da Flor 
      que virá...eu vi ___virá descendo
               / do  ar com a mais grata
                              / promessa de
      canto ___para isso como um monge
                                   /   em seu
                 / compromisso 
      o poeta deve meditar
      ( e para as mãos depurar )
      a ausência ... de espanto !    


Jorge Sunny
Enviado por Jorge Sunny em 26/05/2012
Reeditado em 26/05/2012
Código do texto: T3689010
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