Inquirições sobre o realismo fantástico em contos de Malba Tahan
A literatura brasileira, em Júlio Souza, engenheiro e escritor, apropriou-se de contos de As Mil e uma noite de modo sutil e criativo. Essa aclimatação e acomodação ao imaginário do Oriente em terras do Rio de Janeiro, disseminando-se a figura de Malba Tahan, cujas histórias estão embriagadas do realismo fantástico, contagiou gerações desde os anos 1960 até recentemente os 1990.
Por quê? É preciso ver que o pseudônimo de Júlio Souza e o realismo fantástico revestem de uma expressividade representativa do outro - O HOMEM QUE CALCULAVA - do Oriente. O outro é reduzido a si, desde as primeiras traduções de As Mil e uma noites, cujos episódios evidenciam de um lado o ditador e de outro, a mulher contadora de estórias como estratégicas para driblar o poder que tiraniza o seu povo. Em solo brasileiro, há de perguntar sobre a natureza desses contos e sua implicação na literatura brasileira.
Assim, propõe-se a conceituação dos gêneros literários em Malba Tahan e a revisitação do realismo mágico de viés espânico e latino-americano. Há site da internet sobre o assunto.
Sugiro a leitura dessa literatura. São contos para se narrar aos adolescentes e jovens à medida que se adapta o estilo épico e o narrativo; há de se buscar a ligação entre o poder e as estórias como estratégicas críticas do exercício de cidadania.
O uso de pseudônimo é outra estratégia semelhante ao anonimato frente à ditadura. Tanto Murilo Mendes e J. Veiga como Júlio Souza podem ser uma leitura de nossa história de ditaduras.