"D e V a N e I o S"

A vida não pára, vai rumando contra o muro da morte,

E até aquela porta que parecia há pouco entre-aberta

Agora incerta, vai vagando sem destino contra a sorte

Tal seu porte e tão sutil, que seu sentido desconserta

Rodopia, cambaleia, trança as pernas, e não desperta

A hora é certa; o dia, hoje; a fama doce, o fel é forte

Pinga, café no bule e sabão de pedra, trouxe do norte

Vaca de corte, bala; vendo de tudo: qual tua oferta?

Não m'interessa: é mais a valia que a tanto te importe

Mas que a má-sorte, não me devote, tanta conversa

Que não me versa, que'inda custeio o teu passaporte

Suma quieta, longe daqui, não me sorri, tua perversa!

Desperte a ternura, raspe a maldade que te acoberta

Vem sem censura, que a tua alma pura... será liberta!

E que venha a

boa-sorte...

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 25/04/2008
Código do texto: T961644
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