"D e V a N e I o S"
A vida não pára, vai rumando contra o muro da morte,
E até aquela porta que parecia há pouco entre-aberta
Agora incerta, vai vagando sem destino contra a sorte
Tal seu porte e tão sutil, que seu sentido desconserta
Rodopia, cambaleia, trança as pernas, e não desperta
A hora é certa; o dia, hoje; a fama doce, o fel é forte
Pinga, café no bule e sabão de pedra, trouxe do norte
Vaca de corte, bala; vendo de tudo: qual tua oferta?
Não m'interessa: é mais a valia que a tanto te importe
Mas que a má-sorte, não me devote, tanta conversa
Que não me versa, que'inda custeio o teu passaporte
Suma quieta, longe daqui, não me sorri, tua perversa!
Desperte a ternura, raspe a maldade que te acoberta
Vem sem censura, que a tua alma pura... será liberta!
E que venha a
boa-sorte...