COMO SE...
Como se de olhos vendados eu estivesse
caminho devagar...lentamente.
Como se da vida nada mais eu quisesse,
nem sequer do Amor uma semente!
E como se noutro plano eu vivesse,
ando como quem pisa flores...suavemente.
Como se desejos e esperança eu tivesse
no meu coração sofrido tão dormente!
Sequiosa, mas sem pranto, eu avanço
como num deserto de quereres e vontades.
Recordo, sofro, mas não me canso...
É que... vivo à sombra das saudades
num muito cruel mas doce remanso.
E assim me guardo de penosas verdades!