AH! SOLIDÃO

           É a solidão uma porta aberta,
           Uma estreita e segura porta...
           Receber-me-á em horas incertas,
           Inda que eu venha de longínquas rotas...

          Já no escuro e úmido ventre
          Ouvia-me o pulsar do coração!
          Por isto, do abandono presente,
          Despeço-me nos braços da solidão..

         Com ela caminho por tantas vias,
         Passo ao largo da mediocridade
         avara, buscando a poesia!

         Ah! solidão que inspira e arde...
         È papel em branco, folha vazia
          sobre a mesa, a esperar na tarde